LOBOS SOLITÁRIOS
“Lobos Solitários” são radicais integrados na sociedade que realizam suas ações deletérias, isoladamente ou em diminuto grupo, geralmente motivados por extremismos de toda ordem e normalmente simpáticos ao estado islâmico.
Alguns especialistas dizem que é um processo de “terceirização do terror” se generalizando nas principais cidades do mundo.
Nos ESTADOS UNIDOS, comentaristas afirmavam que eles não tinham capacidade para levar a cabo atrocidades de grande dimensão, embora fossem eficazes em espalhar o medo. Mas não foi isto que ocorreu na madrugada de 12 de junho de 2016 na boate gay em ORLANDO.
OMAR MATEEN ligou para a polícia, declarou seu perfil ideológico, matou 49 pessoas e feriu dezenas de outras deixando várias em estado grave. Foi o maior atentado a tiros, realizado individualmente, na história norte-americana.
Os “Lobos Solitários” não necessitam de grandes recursos para fabricar material explosivo ou para adquirir armamento.
Segundo a Agência de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF), as armas usadas no ataque foram um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática.
Testemunhas afirmam que OMAR frequentava o local demonstrando que o terrorismo não é ação para amador. Provavelmente, estava fazendo o levantamento de dados operacionais para sua matança.
O terrorista é extremamente discreto e só fala o essencial. Nos telefones vale-se de códigos e da desinformação. Pouco escreve e usa a memorização para evitar rastro. É sempre vigilante e muito bem informado. Faz questão de desconhecer a hierarquia da organização a que está vinculado. Explora as falácias da sociedade e as vulnerabilidades da democracia. Não respeita os direitos humanos e nem tem amor ao próximo. Contudo, quando preso, exige a observância dos direitos individuais.
No BRASIL, às vésperas das Olimpíadas/2016, as ações terroristas passaram a merecer maior atenção.
Anteriormente, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República( GSI) abrigava uma seção que tinha a missão de coletar dados a respeito de terrorismo. A Presidente Dilma Roussef, afastada e ex- guerrilheira, extinguiu o GSI e colocou o que restou da tradicional Casa Militar sob a subordinação de um Ministro civil. O Presidente TEMER reativou-o e fortaleceu-o, preocupado não só com o próximo evento internacional mas com a turbulência política cada vez mais acentuada.
No RIO DE JANEIRO, os criminosos, aproveitando-se das limitações de estrutura social e do vazio do Poder, implantaram um comando paralelo financiado pelo tráfico de drogas. E daí proliferaram as facções criminosas, cada vez mais atuantes, que passaram a disputar entre si a liderança pelo controle de comunidades carentes. A unidade de comando é um de seus princípios estratégicos.
Elas ocupam, conquistam sob o uso de armas, mantêm território, intimidam, disciplinam o comportamento da população local e controlam serviços essenciais. Desfrutam de livre trânsito e impõem a lei do silêncio aos moradores, pelo arbítrio e pelo medo.
As facções criminosas jamais ficam acéfalas em face da facilidade de recrutamento de mão-de-obra, do respeito à hierarquia e da liderança sucessiva dentro de cada uma delas.
Elas possuem grande mobilidade, realizam arrastões e ações em comboio de veículos roubados, denominados de “bondes”. Graças aos recursos auferidos criminosamente, dispõem de armamento cada vez mais sofisticado e de arsenais terrestres e aquáticos muito bem camuflados. Estão imunes às campanhas de desarmamento do Governo Federal!
É comum entre os delinquentes a prática de “justiçamento” em caso de defecções. Normalmente atuam drogados, não têm o mínimo respeito pela pessoa humana e praticam crimes bárbaros. No seu território são encontrados depósitos de drogas, de material roubado e, até, crematórios.
Nada impede que o chefe de um pequeno grupo, por sua iniciativa e à revelia da alta liderança de sua facção, ordene queima criminosa de ônibus e morte de inocentes.
O terrorismo de qualquer natureza representa enorme desafio para o binômio Inteligência e Segurança.
Ainda bem que no BRASIL os “Lobos Solitários” continuam sonolentos mas não se pode dar munição e trégua a bandidos inescrupulosos.
Diógenes Dantas Filho- Coronel Forças Especiais/ Consultor de Segurança
Gerente de Canais| Formação Executiva em Inteligência Comercial
8 aExcelente reflexão sobre as estratégias de segurança, neste momento critico em que receberemos pessoas do mundo inteiro com objetivo de veem assistir os jogos olímpicos.