Luxo...What else?
Fruto de desafios profissionais, tive nos últimos anos de me familiarizar com a palavra LUXO! De a sentir, primeiro, impregnada em mim, para depois lhe perceber a essência e transmiti-la no seu mais perfeito conteúdo. Parece que hoje em dia tudo gravita à volta deste conceito e a correta gestão de marcas “de luxo” tornou-se um imperativo. Mas o que é afinal uma correta gestão quando falamos de luxo atualmente? Há espaço para este mercado em Portugal? Sempre foram questões que me atormentaram. De perfecionista que sou, não queria deixar nenhuma ponta solta!
Sempre soube, portanto, que a sua gestão implicava a harmonia entre três importantes fatores: o equilíbrio, a criatividade e a exclusividade dos produtos ou serviços. E, num contexto de consumidores cada vez mais exigentes, profissionalizar a comunicação das marcas nesse sentido é primordial. Fazê-lo de forma transparente foi o meu primeiro desafio. Assumir a sua identidade e extrapolar “o comum” em busca do inovador.
A minha geração sente-se desconfortável com o vulgar, pois cresceu a valorizar mais do que nunca o status, o sucesso, o consumo, a aventura, a adrenalina e as emoções. Critérios muito apreciados pelo denominado mercado do luxo, que hoje em dia os explora ao máximo. O que aprendi com a minha experiência foi, no entanto, ligeiramente diferente do que era de supor num primeiro olhar.
Por ter hábitos de consumo muito desenvolvidos e enquadrados na sua própria filosofia de vida, a minha geração é cética em relação às marcas de luxo. Valoriza muito mais a experiência em si, do que o preço que paga por ela. Identifica-se perfeitamente esse comportamento no setor do turismo. Viajar, por exemplo, é sobretudo uma oportunidade de vivenciar novas situações, podendo depois documentá-las nas redes sociais. E isso adquire hoje mais valor do que a simples compra de bens trandicionais, como vestuário ou jóias. As boas experiências são, portanto, encaradas como indicadores sociais e económicos de sucesso!
Depois surge, o sentimento. Esse é para mim um dos maiores impulsionadores na decisão de consumo de bens de luxo. Neste mercado a compra é menos influenciada pelo impulso e mais pela força da marca em termos do conteúdo emocional que transmite. Os altos valores pagos pela marca devem simbolizar a compra de um produto personalizado, que transmita um conteúdo e um simbolismo que permita a expressão da própria personalidade de quem o adquire. A prioridade aqui é estabelecer ligações emocionais reais, onde o consumidor se destaca mais do que a personalidade da marca.
Por último, destaque para a tecnologia, um luxo cada vez mais eminente, principalmente as tecnologias “wearable”, que agregam a oferta de acessórios inteligentes, tanto para uso pessoal, como profissional. A tecnologia já faz parte da rotina diária de todos nós e as suas diversas aplicações atingem profundamente o mercado dos bens de luxo.
Cabe ao mercado estar atento a estas características e preferências para ainda melhor explorar este crescente potencial de mercado nos próximos anos. É o luxo! What else?!
Portuguese Luxury Summit Founder ♔ High-End Fashion Production in Portugal.
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