MÃENIFESTO!

MÃENIFESTO!

Hoje é o dia das mães e eu gostaria muito de expressar os sentimentos que me acompanham nessa jornada que se chama vida e que me motivam a ser melhor a cada dia, mesmo que isso seja complexo e exija sacrifícios.

E quando os objetivos ficam mais desafiadores de cumprir, chegando na nossa essência, onde só a gente habita com a transparência absoluta que frustra, de quem lembramos? Quem chamamos? Quem costuma ser a pessoa no mundo que nos entenderia melhor do que nós mesmos e seria capaz de simplesmente acolher? As mães, sempre elas. Com todas as dificuldades que cada uma pode ter como pessoa nessa vida, uma mãe é sempre a expectativa eterna de um porto seguro. E está tudo bem, deve ser assim, pois o apoio incondicional de uma mãe é universal. O mundo mudou muito, mas as mães continuam insubstituíveis.

É sobre esse valor imensurável que a presença de uma mãe tem na vida dos filhos - e que a grande maioria de humanos tem hoje - e o desafio que essas mesmas mães enfrentam na vida profissional, no mundo atual, que eu gostaria de criar o despertar de uma nova visão, mais consciente e realista sobre a pauta de inclusão e diversidade dentro das empresas.

Todas as defesas de minorias que tiverem seus direitos desrespeitados na sociedade sempre devem ser levantadas para equilibrar e buscar uma vida mais justa para todos. Nesse sentido, quando eu me proponho a falar sobre uma nova visão mais consciente e realista, não estou desmerecendo a anterior.

A reflexão que gostaria de compartilhar é sobre quais seriam as reais dificuldades da mulher em competir no mercado de trabalho? Seria somente o gênero, algo hoje tão relativizado? Só por sermos do sexo feminino não conseguiríamos ocupar mais cargos de liderança? Não, absolutamente não. 

Ao meu ver e viver, a causa para mulheres não assumirem mais cargos altos nas corporações é ser MÃE e tudo o que acontece com uma mulher a partir do momento em que ela descobre-se responsável por gerar uma nova vida. E a jornada de sacrifícios e amor, mal sabe ela que só está começando e mesmo que se alguém vier a contar, ela só vai entender que é infinita quando experimentar.

Afinal e na prática para empreendedores entenderem: como a profissional vai frequentar um curso super importante e estratégico durante a noite? Quem ficará com as crianças por tanto tempo assim? Ou…como programar viagens a trabalho mesmo que de curto prazo, sem ter uma estrutura pronta, fiel e que não se ausente sob nenhuma hipótese? Mais rotineiro ainda: como não ter horário certo para sair do trabalho sabendo que menores estarão em casa invariavelmente à sua espera e dependência?

Uma forma bem pragmática de resolver pode ser ter um marido ou o que quiser ter, mas esse certamente também precisa trabalhar e está condicionado ao cumprimento de obrigações. Quem sabe os avós…mas nem sempre estão disponíveis e também não devem reviver essa obrigação que é necessária para que assumamos compromissos profissionais. O mundo mudou para melhor, lembremos! 

Então, estamos falando de um apoio doméstico profissional, empregadas, babás. Realmente, vínculos contratuais trazem mais estabilidade nas relações. Mas quais os custos financeiros e de transação que isso implica? Pois, o trabalho doméstico também exige gestão de pessoas, que são emocionais e falíveis, enquanto uma criança nunca pode estar descuidada, nunca. Ah, sempre lembrando dos julgamentos morais pessoais e aleatórios que seguem as tomadas de decisões.

Enfim, todos são desafios que exigem decisões sob à responsabilidade da mãe. Da mãe profissional. Da mãe que quer continuar crescendo na sua profissão. E isso é um direito, não? Mas não é o direito de uma minoria. 

É o direito de uma grande maioria de mulheres que não é tão falado, muito menos pensado e se quer vemos bandeiras levantadas para discutir a a estrutura ou melhorar as condições de trabalho das mães profissionais. 

E pelo dia de hoje, pela importância indiscutível que a natureza de uma mãe tem sob o desenvolvimento de uma sociedade mais saudável, trago essa reflexão para entendermos que ser mãe e profissional é muito mais difícil do que ter um gênero, cor ou opção sexual no mercado de trabalho.

E sempre em tempo mas nunca suficiente, um parabéns e obrigada para a minha mãe, Jussara Pompeo e para os meus filhos, Pietro e Antonella.

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