Mães empreendedoras
Ontem resolvi separar umas horinhas do dia para pensar sobre a maternidade. Para ser mais precisa refleti sobre a mulher, a profissão e a maternidade, constatei que os atos de conceber e criar filhos constitui em experiências humanas atribuídas culturalmente às mulheres, incluindo muito discretamente o homem. E nesse contexto, a maternidade traz implicações e conflitos distintos correlacionados à carreira. A crença elaborada por algumas mulheres de incompatibilidade dos desejos de realização, conduz a experiência da maternidade tardia em busca da consolidação profissional, por sua vez, a mulher que prioriza em planejar a família e assumir a responsabilidade em ter um filho, deixa de lado sonhos, projetos, e habilidades. Mas a grande questão presente aqui é..... a maternidade e a carreira são assuntos incompatíveis?
Dizem que “só as mães são felizes”, “que todas são iguais, o que muda é o endereço”, ou ainda, “ser mãe é padecer no paraíso”, o maior desafio está em compreender todas as mudanças que a maternidade provoca em sua identidade, a começar pelo momento da descoberta. Você passa ter um corpo que não te pertence completamente, é compartilhado por alguém que você ainda não conhece, mas já ama intensamente. Seus limites passam ser uma descoberta diária, em contra partida as exigências do mercado de trabalho são claras e bem definidas, e uma das maiores reclamações ou insatisfações das pessoas é em relação ao “tempo”, ou à “falta de tempo”, para realizar todas as tarefas e rotinas do trabalho. Trabalhar com o tempo de maneira produtiva e eficaz tem sido o grande diferencial que pode levar o empreendimento a posições de maior destaque, como disse uma vez um alguém muito especial para minha geração: “O TEMPO NÃO PÁRA...”. A boa administração do tempo é provavelmente o fator mais importante no gerenciamento de si mesmo e do trabalho executado pelo empreendedor. Sem dúvida, é fundamental conhecer o seu trabalho e como as suas atividades se interligarão com os objetivos de seu empreendimento para se alcançar um melhor uso do tempo; é indicado estabelecer prioridades (alta, média ou baixa). A utilização do tempo em atividades de pouca relevância ou que poderiam ser delegadas para outras pessoas comprometem seu desempenho, por outro lado, sugerem-se cuidados redobrados com as atividades e projetos considerados “não tão importantes”.
Quantificar o tempo utilizado requer um planejamento diário; primeiro passo reveja o dia de ontem, em seguida relacione os eventos de hoje de forma realista, priorize cada tarefa ordenadamente. Segundo passo, elimine os pontos de estrangulamento com base nesta quantificação; posteriormente planeje efetivamente como aplicar o tempo economizado com a eliminação dos estrangulamentos. Quem administra o tempo, aumenta sua produtividade, e reduz o stress causado pelo mau uso.
Outro momento importante é o corte do cordão umbilical, esse elo não se rompe no parto. Diz respeito a uma estrutura de comunicação entre mãe e filho, é a compreensão das necessidades de cada um, chega-se ao ponto de perguntarmos muitas vezes – quem depende de quem, o filho depende da mãe ou esta mãe depende desse filho para SER. Até que esse filho cante bem alto por sua liberdade – “tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você, não é me dominando que você vai me entender (...)” e a faça entender que a importância da figura feminina na fase da infância representa o semear, é o momento de preparação para ser mulher, mãe, filha, esposa tudo no mesmo pacote, o processo de coaching pode ajudá-la a reescrever, republicar e reinventar sua carreira. O autoconhecimento e o reconhecimento das potencialidades e limitações são primordiais. Seja protagonista do seu destino, atualiza-se! Melhor ainda, mantenha-se ativa.
Analise as oportunidades, crie seu mercado de trabalho; deixe de lado o papel da supergirl à heroína que precisa se sacrificar sozinha para proteger seu herói superman e a humanidade. A invencível, que acha que tem uma visão extraordinária, imbatível, insubstituível, mas na verdade toda essa força só existe enquanto você não está diante da sua grande fraqueza, a kliptonita. O desafio da própria casa! Manter o equilíbrio entre a vida pessoal, familiar e profissional é a chave mestre da boa administração do tempo, muitas abraçam o mundo acreditando que devem estar sempre disponíveis, então devem saber o quanto as interrupções atrapalham o desenvolvimento do trabalho.
Não se pode deixar de mencionar que na administração do tempo a existência de desperdiçadores, como: prioridades não claras ou falta de priorização; alterações constantes de ordens e de prioridades; não antecipar prováveis acontecimentos e não se preparar para eles; não se prevenir contra problemas rotineiros; atrasos; desorganização pessoal; arquivos desorganizados; responsabilidade e autoridades confusas; além das resistências as mudanças; e o treinamento deficiente; excesso de controle e as tais reuniões improdutivas; a inexistência de padrões e critérios; o excesso ou falta de comunicação.
O medo de não ser presente na vida do filho, a sobrecarga gerada pela divisão de atividades profissionais, domésticas e maternas geram o sentimento de culpa, de impotência, que reforça a crença de que a mulher profissional e a mulher/mãe são concorrentes, pelo qual o investimento crescente em um implicaria necessariamente no desinvestimento proporcional no outro. Cada mamada, cada fralda trocada, cada banho, cada remédio com hora marcada, são cuidados que refletem gratidão, amor, entrega de corpo e alma, e torna-se intransferível, pois está associado ao abandono. As primeiras palavras, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, são emoções únicas e quando vívidas por outros e não por você gera o sentimento de perda, e aqueles que são seus colaboradores tornam-se seus inimigos – aqueles que estão tirando de você o seu bem mais precioso.
No entanto é preciso saber que ficar muito tempo afastado do mercado de trabalho, independente de quais sejam as razões, é natural para qualquer profissional encontrar dificuldades para se recolocar. Sabe aquele ditado, “quem não é visto não é lembrado”; a distância conseqüentemente traz desatualização pois na sua rotina passa não ter sentindo buscar conhecimento de novas tecnologias ofertadas por fornecedores e muito menos acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor. Exceto ao que se referir ao universo materno. Sendo assim, o ditado para quem tem a intenção de retornar ou se manter ativa profissionalmente é – “quem é vivo, sempre aparece”, no mundo digital, participando de alguns eventos, etc. Mas cuidado, tem algumas que excedem em sua exposição e adotam o estilo – “Fale mal, mas falem de mim”.
Para você que se identificou ou achou interessante o tema abordado deixe seu comentário, ou compartilhe sua história, vou adora lê-la.
Lídia Pontes
Coaching Comportamental