MéritoNews - edição 02 - maio/2022
O ENSINO SUPERIOR NA VISÃO DOS CEOs
A educação sempre teve um papel estratégico na sociedade, tendo sua essência focada na pesquisa e desenvolvimento de conhecimentos que impulsionem sua evolução.
Estas questões são dinâmicas e estão de forma permanente nos radares das Instituições de Ensino Superior (IES).
Queremos aqui fomentar uma discussão e contribuir com a melhoria do ensino superior, através da seguinte abordagem:
“o quão próximos estão as IES das reais demandas do mundo corporativo?”
Para tanto convidamos quatro CEOs de importantes empresas para dividirem conosco suas percepções sobre o tema.
A proposta aqui é criar uma grande onda de aproximação entre IES e empresas na busca da melhoria de ensino.
Boa leitura!
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APRENDER QUANDO NECESSÁRIO X APRENDER POR APRENDER
Por José Bosco Silveira Jr - CEO Terphane Group - SP
No mundo dos negócios vemos clientes cada vez mais exigentes e bem-informados e uma constante demanda por aperfeiçoar e reinventar modelos de negócios. Isso demanda que profissionais aprendam novas habilidades e competências em um processo contínuo de life-long-learning , assim como tenham a capacidade de desaprenderem para incorporar novas formas de pensar e agir, de forma assertiva.
Depois de anos de estudo entre ensino fundamental, ensino médio, ensino técnico e/ou superior, temos um verdadeiro choque de realidade entre aquilo que foi aprendido na academia e o que é necessário no mercado.
A pandemia não somente acelerou ainda mais o nosso mundo, como também evidenciou várias diferenças. É justamente ai que aparece a frustação.
Alunos com a sensação de anos de esforço e tempo desperdiçados em conhecimentos obsoletos e pouco práticos e empresas arcando com a complementação da formação dos profissionais.
Precisamos promover mais alinhamento entre esses dois mundos, trazendo mais professores com entendimento das demandas do mundo corporativo para a sala de aula.
Devemos prover mais conhecimento na base do just-in-time (aprender quando necessário) versus o aprendizado just-in-case (aprender por aprender). Prover aprendizados formais em doses mais compactas e utilizar em projetos práticos com pequenas entregas, repetindo o ciclo, quantas vezes forem necessárias, incorporando camadas de conhecimento e a utilização prática on the job.
Investir no autoconhecimento e nas chamadas soft skills, como:
capacidade de negociação, resolução de conflitos, liderança, criatividade, resolução de problemas, empreendedorismo, empatia e gestão de pessoas são competências imprescindíveis e muitas vezes pontos chaves para a diferenciação de profissionais de sucesso.
Verdade seja dita que as soft skills estão parcialmente presentes nos programas de pós-graduações, mas deveriam ser estar na base da graduação e não tentar corrigir um gap de formação.
Precisamos eliminar matérias desnecessárias e trazer novas competências para a base da formação.
Investir na formação de profissionais mais preparados para os desafios do mundo é imprescindível para o sucesso da academia, das organizações e das pessoas.
Estas ações básicas, gerarão maior retorno para a sociedade.
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APROXIMAR EMPRESAS E UNIVERSIDADES, A SOCIEDADE PEDE POR ISTO!
Por Juliano Silva - CEO BRIGGS & STRATTON BRASIL - PR
As empresas estão constantemente sendo desafiadas para não somente sobreviver, como também manter a perenidade dos seus negócios, dado o “atual dinamismo”.
Não tem sido um momento fácil, já que até temas, há muito tempo descartados do nosso cotidiano, voltaram a assombrar, inflação, por exemplo, inclusive em países, onde gerações inteiras não conheciam este movimento ainda presente em nossas memórias, também chamado popularmente de remarcação de preços.
Todo este movimento “novo” no cenário mundial traz à tona outra discussão bastante relevante à sociedade:
Como anda a preparação dos novos profissionais, assim como o aperfeiçoamento daqueles que já estão atuando no mercado em um mundo com tantas rupturas mundiais?
Este assunto, sempre provocou discussões e reflexões em todas as esferas da sociedade.
Para vencer os novos desafios impostos por tantos eventos aleatórios que atualmente enfrentamos, um esforço coletivo entre as instituições de ensino e as empresas, entre o corpo acadêmico e profissionais das empresas é fundamental.
Precisamos voltar a nos aglomerar e a trocar experiências. Muito cedo?
Eu imagino que não, na medida em que muitas outras formas também importantes de aglomeração já retornaram e com força total.
Falo em unir novamente, talvez com ainda mais força, trazendo à tona, a teoria, os estudos de casos, as discussões e vivências/demandas corporativas para as salas de aulas.
Para mim, virou ponto ainda mais crucial para o aperfeiçoamento e desenvolvimento de nossa sociedade.
Neste mundo pós covid, onde as aglomerações voltam a acontecer, precisamos misturar tudo de novo, retomar os workshops convidando as empresas.
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Por sua vez, as empresas precisam abrir as suas portas para as visitações das instituições educacionais. Misturar aulas com trocas de experiências com convidados e assim por diante. Certamente esse movimento será de “ganha-ganha”, ou seja, empresas ganham, instituições ganham, alunos e profissionais ganham, sejam os acadêmicos ou do meio empresarial, ganham.
Dito isto, vamos começar?
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FATORES CHAVE PARA O SUCESSO PROFISSIONAL QUE AS UNIVERSIDADES NÃO COSTUMAM ENSINAR
Por Geovane Consul - CEO BP Bunge Bioenergia - SP
Os primeiros anos de qualquer carreira costumam ser os mais difíceis e ao longo destes 34 anos de atividade profissional vi diversos casos onde jovens talentosos acabaram não atingindo o sucesso profissional esperado e tornando-se frustrados em suas carreiras e até mesmo vida pessoal.
Isto devido ao fato de o quê se exige nestes tempos de transformações tão rápidas na sociedade e no mundo dos negócios é muito mais do que uma sólida formação profissional.
Este é um problema recorrente, pois diversas de nossas universidades insistem em uma formação puramente técnica quando no mundo profissional este é apenas um dos fatores chave de sucesso.
Abaixo listei alguns dos fatores que entendo serem absolutamente relevantes a todos os profissionais que ingressam no mercado de trabalho.
Esta lista é oriunda de minhas experiências pessoais e não pretende ser definitiva ou aplicável a todas as situações onde os jovens profissionais irão exercer as suas atividades, mas serve para dar uma boa ideia do que, na média, costuma funcionar.
Importante :
poderíamos ficar discutindo muito sobre o entendimento de cada recomendação destas, porém o Editor da newsletter precisou ser rígido na questão espaço em função das contribuições super importantes também dos demais convidados.
É absolutamente fundamental que você cuide da sua saúde, que tenha alguns hobbies que lhe permitam descontrair do stress gerado pelas suas atividades profissionais, que são naturalmente estressantes, pouco importa a empresa e a área em que você atue. Que você desenvolva relacionamentos saudáveis com sua família e amigos, que você seja feliz fazendo o que você faz. Independente do seu salário, status e nível de poder que a sua organização lhe oferece, nada irá fazer sentido se você estiver infeliz, comprometendo a sua saúde física e mental ou julgar que o que você faz não é relevante para você ou para a sociedade, isto sem falar em questões éticas.
Não esqueça de dedicar tempo a compartilhar as suas experiências e deixar um legado do qual você se orgulhe.
É importante também que as universidades repensem nas disciplinas oferecidas nos seus cursos, procurando trazer conhecimentos que realmente atendam as demandas do mundo corporativo.
Esta aproximação é fundamental.
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INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADES E EMPRESAS
Por Angelin Adams - CEO Bruning Tecnometal- RS
Ao longo dos últimos anos, está claro para mim um distanciamento da academia com as demandas do mercado, mais especificamente com a indústria. As mudanças que estão ocorrendo no mundo demandam profissionais melhor preparados para trabalhar com as novas tecnologias, com conhecimento e visão sistêmica, que possam ter além da teoria, a experiência prática.
Na minha opinião, a experiência prática na universidade complementa muito a formação da pessoa. Infelizmente com a a Pandemia, aumentou o problema. Problema este que começa na formação básica e vai avançando para os demais níveis. Teremos um custo alto nos próximos anos com o que ocorreu nos anos de 2020 e 2021.
Vejo como necessário que as universidades procurem entender as demandas do mercado de trabalho, visitando as empresas, escutando as demandas, fazendo parcerias com outras instituições de ensino, poder público e as próprias empresas, para que em conjunto se discuta o que fazer para recuperar com rapidez os dois anos de pandemia e possam formar e entregar profissionais melhor preparados para as demandas atuais.
Precisamos discutir o modelo de ensino atual e a preparação dos professores. A estrutura física é importante, mas o mais importante é como fazer com que o ensino se adapte as novas demandas do mercado de trabalho. Em Panambi, construímos uma parceria da ACI, empresas, SESI e Prefeitura Municipal, onde reconstruímos o referencial curricular e trabalhamos na formação de professores da rede municipal, com o objetivo de prepararmos desde o ensino de formação básica, as crianças e adolescentes para estas mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho. Entendemos que a mudança precisa ser em todos os níveis da educação.
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Na próxima edição, teremos alguns Reitores (parceiros do IBMérito) trazendo seus posicionamentos.
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O IBMérito – Instituto Brasileiro de Meritocracia dedica-se a criar, desenvolver, reunir e compartilhar conhecimentos que fomentem a disseminação e implantação da cultura da meritocracia nas organizações. Impulsionar a geração de resultados superiores é o nosso principal objetivo.
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Parabéns pelo trabalho de vocês Silvano, e obrigado pela oportunidade de contribuir no debate. Abraço.
Mentor, Estrategista e Advisor para Negócios e Inovação
2 aMuito bom!! Parabéns pela edição!!
Mestra em Administração/Pesquisadora/Agente de Relacionamento/ CPA-10
2 aQue riqueza de material! Parabéns aos envolvidos 👏👏👏
Senior HR Consulting | HR VP | Counselor |
2 aBelíssimo material! Ótimas reflexões!
Adm. EspecRh. Mestre e Doutor
2 aDebate muito relevante.