"A Maçã dos Inconfidentes " .... Parte ... I .... de .... II ...... REMEMBER #
Entre os episódios ocorridos na conjuração mineira dos Inconfidentes,desde sua delaçao em Minas,até a execução da sentença do Tiradentes, no Rio de Janeiro ,um dos menos falados e talvez o mais interessante deles,pois mostra como são inesperados e paradoxais os caprichos do que os antigos denominavam fatum ou destino,os incréus chamam acaso e os crentes consideram altos juízos de Deus ,que escreve certo por linhas tortas. Narra-o por o ter ouvido o velho e conceituado fazendeiro montanhês,contemporâneo ou quase contemporâneo daqueles sucessos , o autor da "Moreninha " e das "Memórias da Rua do Ouvidor ",Joaquim Manuel de Macedo.Nenhum documento de carater histórico o autentica,além da tradição oral recolhida por esse ilustre escritor,mas nada nele se contém de inverossímil ou contrário á indole dos fatos que ocorreram no triste período compreendido entre 1.789 e 1.792. Deu-lhe o citado homem de letras o sugestivo título de episódio da Maçã. Como um dos principais inconfidentes presos nos calabouços subterrâneos da antiga Fortaleza da Ilha das Cobras, se achava o tenente-Coronel Francisco de Paula Freire de Andrada,homem de valor social e de grande importância por sua posição militar e sua família. Descendente por linha varonil dos Condes de Bobapela, Freires de Andrada e pela feminina dos Viscondes de Asseca ,Correias fder Sá e Benevides,seus parentes nobres,como escreve o ponderado Xavier da Veiga, "não se resignavam a ideia de que um dos seus morresse na forca". Moveram,pois,empenhos.cunhas,pistolões,terra e Céu, a fim de salvá-lo das garras da justiça,senão de todo,pelo menos da infamante condenação ao patíbulo. E daí as inteligências e comunicações que foi possível estabelecer entre o prisioneiro enfurnado nas masmorras da Ilha e os que por ele se interessavam do lado de fora. Freire de Andrada,trazido de Minas,ali se achava desde fim de 1.789.