A maconha medicinal NÃO é invenção nova!

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A Cannabis é uma espécie nativa da Ásia Central e Meridional e vem sendo usada para fins medicinais há milhares de anos por várias povos em diversas culturas. Há evidências de seu uso no terceiro milênio a.C. na Romênia e entre os anos 2500-2800 a.C. na China, onde foi catalogado na primeira Farmacopéia do mundo e era usada no tratamento de diversas condições patológicas como constipação intestinal, dores, malária, epilepsia, turbeculose, gota, reumatismo dentre outras doenças. Também era usado na Índia há mais de 1000 a.C. como hipnótico e tranquilizante no tratamento da ansiedade, mania e histeria. Os Assírios usavam a Cannabis para amenizar os sintomas da depressão e em rituais.

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No século XX, os extratos de Cannabis eram comercializados para tratamento de transtornos mentais como sedativo e hipnótico. Porém no último século, houve um declínio do uso da Cannabis para fins medicinais devido a falta de controle de qualidade na produção, pois na época os princípios ativos da Cannabis ainda não tinham sido isolados e os extratos variavam muito de potência e composição, gerando efeitos inconsistentes e indesejáveis. Além disso, a industria farmacêutica desenvolveu diversas classes de medicamentos sedativos e hipnóticos (hidrato de cloral, barbitúricos e paraldeído). Posteriormente o uso da Cannabis foi considerado ilegal nos EUA através de uma lei federal, a Marijuana Tax Act, que limitou ainda mais o uso medicinal da Cannabis, culminando na retirada da Cannabis da lista de produtos autorizados pela FDA.

Químico Israelense Raphael Mechoulam

Em 1964, o grupo do professor Raphael Mechoulam de Israel isolou e identificou os principais componentes da Cannabis, o Δ⁹-Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD). Mas só em 1988 foram descobertos os receptores, os ligantes endógenos e as enzimas do chamado Sistema Endocanabinoide.

Em 1973, a equipe liderada pelo pesquisador Elisaldo Carlini, apresentou as primeiras pesquisas clínicas em humanos desvendando o poder antiepileptico do Canabidiol, o que despertou o interesse de várias famílias de pessoas acometida por essa doença, e fez reacender o interesse sobre a Cannabis no Brasil e em todo o mundo.

Excelente, Carlito.

Novo é o enfrentamento mais maciço na justificativa do uso medicinal... Algo que tomou perspectiva global. Tratar como um simples artifício de uso recreativo é muito irresponsável, diante de tantos benefícios de seu uso, inclusive no tratamento de abstinência em relação a outras drogas de abuso em narcóticos. Parabéns pelo enfrentamento, Carlos! Sou expectador do seu trabalho.

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