Macrotendências em Sustentabilidade e ESG para o Mercado da Moda e Têxtil 2024

Inteligência Artificial

O uso de inteligência artificial vai além do #chatgpt, para o mercado de moda e têxtil a utilização de IA tem desempenhado um papel fundamental revolucionando a maneira como as roupas são criadas, produzidas e comercializadas. Essa tecnologia inovadora tem sido aplicada desde o design , experiência do consumidor e até na identificação de tendências de mercado.

Com algoritmos avançados e #machinelearning, as empresas de moda podem analisar dados de vendas, comportamento do consumidor e até mesmo dados climáticos para prever quais serão as próximas tendências. Isso permite que as marcas se antecipem às demandas do mercado, criando coleções que atendam às expectativas dos consumidores. Outra forma como a tecnologia está transformando a moda é por meio do uso de realidade virtual e aumentada.

Com as tecnologias IOT, os consumidores podem experimentar virtualmente as roupas antes de comprá-las, eliminando a necessidade de provadores físicos, reduzindo o número de devoluções, tornando o processo de compra mais conveniente e eficiente.

A inteligência artificial também terá um papel fundamental na sustentabilidade da indústria da moda. Com a análise de dados e a otimização dos processos de produção, as marcas poderão reduzir o desperdício de materiais, melhorar a eficiência energética e criar produtos mais duráveis e sustentáveis. 

Sustentabilidade baseada em dados

A indústria da moda e têxtil desempenha um papel fundamental na economia global, contudo, é reconhecida pelos impactos ambientais significativos que gera. Diante desse panorama, torna-se imperativo adotar decisões embasadas em dados para impulsionar práticas mais sustentáveis e fomentar a economia circular nesse setor. Com o intuito de reduzir o desperdício, preservar os recursos naturais e mitigar a emissão de gases responsáveis pelas mudanças climáticas, iniciativas sustentáveis estão se tornando cada vez mais prevalentes na sociedade. A conscientização ambiental em ascensão está promovendo a adoção de novos hábitos tanto entre os consumidores quanto nas práticas do setor produtivo.

Os novos jeitos de produzir e de consumir já ditam alguns rumos do mercado brasileiro. Segundo pesquisa realizada em 2019 pela empresa de analytics Nielsen, 42% dos mais de 21 mil respondentes estavam mudando os hábitos de consumo para atenuar seu impacto no meio ambiente. Um dos cinco tipos de consumidor identificado na pesquisa era o aspiracional. Trata-se de alguém que, dentre outras características, consome mais alimentos orgânicos e produtos sustentáveis, se preocupa com a origem do que compra e reflete sobre volume de resíduos pós consumo gerado.

Analytics para sustentabilidade

A adoção de ferramentas analíticas é vantajosa, pois proporciona uma tomada de decisões estratégicas e o estabelecimento de metas de maneira mais segura. Além disso, vale ressaltar os benefícios financeiros, aprimoramento da experiência do usuário e, evidentemente, os ganhos positivos para o meio ambiente. O estudo baseado em dados sobre o ciclo de vida do produto de produtos têxteis têm se destacado na identificação de áreas críticas para melhorias. Pesquisas como a realizada pela Ellen MacArthur Foundation, intitulada "A New Textiles Economy", oferecem insights valiosos sobre o impacto ambiental desde a produção até o descarte de roupas. Essas informações orientam estratégias para reduzir emissões de carbono, consumo de água e resíduos.

Análise Setorial

O estudo de dados à nível setorial oferece um visão macro do desempenho nos pilares Social, Ambiental e de Governança , permitindo identificar oportunidades de melhorias e um posicionamento de forma estratégica num cenário global. Os insights obtidos através dessa análise permite uma análise de cenários de forma mais robusta para apoiar as tomadas de decisões.

Cadeia de Valor

A cadeia de valor no setor de moda e têxtil abrange desde a produção de matérias-primas até a disposição final dos produtos. Adotar práticas sustentáveis em cada estágio desse processo é essencial para mitigar os impactos ambientais. Relatórios, como o "Pulse of the Fashion Industry", fornecem uma visão abrangente dos desafios e oportunidades em cada etapa da cadeia de valor.

Perseguir uma cadeia de valor têxtil sustentável e circular tem sido um dos grandes desafios que continuam em 2024.

A União Europeia tem desempenhado um papel proeminente ao estabelecer regulamentações mais rigorosas para promover a sustentabilidade na indústria da moda. Iniciativas como a "Estratégia da UE para os Têxteis Circulares" visam transformar o setor, promovendo práticas mais sustentáveis, eficiência de recursos e economia circular. A legislação da UE também influencia as cadeias de suprimentos globais, estimulando a conformidade e impulsionando a adoção de práticas mais responsáveis.

O Escopo 3, referente às emissões indiretas ao longo da cadeia de valor, ganha destaque na busca pela sustentabilidade. Compreender e quantificar as emissões de gases de efeito estufa ao longo de toda a cadeia de valor é crucial para estabelecer metas realistas de redução. Ferramentas como a "Greenhouse Gas Protocol" auxiliam as empresas na avaliação abrangente de suas emissões, incentivando a transparência e a busca por eficiência.

Soluções baseadas na natureza (SBTi)

À medida que a indústria da moda e têxtil avança rumo à sustentabilidade e economia circular, as soluções baseadas na natureza emergem como protagonistas na busca por práticas mais responsáveis. O design verde, fundamentado na integração harmoniosa com os ecossistemas naturais, tem ganhado destaque, impulsionando inovações que prometem transformar a maneira como concebemos e produzimos vestuário.

1. Materiais Sustentáveis e Biodegradáveis: A adoção de materiais provenientes da natureza, como fibras orgânicas certificadas e biopolímeros, oferece alternativas sustentáveis às tradicionais. Estudos como os conduzidos pelo "Sustainable Apparel Coalition" e "Textile Exchange" destacam os benefícios ambientais desses materiais, desde a redução do consumo de água até a biodegradação ao final de sua vida útil.

2. Agricultura Regenerativa e Cadeia de Suprimentos Responsável: A implementação de práticas agrícolas regenerativas contribui não apenas para a qualidade dos materiais, mas também para a saúde dos ecossistemas. Fontes como a "Regenerative Organic Certification" e iniciativas como o "Fashion for Good" destacam a importância de uma cadeia de suprimentos responsável, enfatizando a regeneração do solo e a minimização do uso de produtos químicos prejudiciais.

3. Biotecnologia e Inovação na Produção: A pesquisa em #biotecnologia e #inovação na produção de têxteis oferece promissoras soluções baseadas na natureza. Estudos acadêmicos e pesquisas científicas, como aquelas publicadas em revistas como "Sustainability" e "Journal of Cleaner Production", exploram novas abordagens, como o cultivo de tecidos em laboratório e a utilização de microrganismos para melhorar processos produtivos.

Regulamentação

A transformação sustentável na indústria da moda e têxtil está intrinsecamente ligada às regulamentações que visam impulsionar práticas mais responsáveis e promover a economia circular. Fontes relevantes, normas e padrões desempenham um papel crucial nesse cenário, sendo que a União Europeia (UE) exerce uma pressão significativa para moldar o futuro do setor.

A UE tem se destacado como uma força motriz na implementação de regulamentações rigorosas para a indústria da moda. Iniciativas como a "Estratégia da UE para os Têxteis Circulares" estabelecem metas ambiciosas para redução do impacto ambiental, promovendo práticas sustentáveis desde a produção até o descarte. Essas regulamentações impactam diretamente a cadeia de suprimentos global, influenciando empresas a adotarem padrões mais elevados.

Nessa cenário as normas e padrões desempenham um papel essencial ao estabelecer diretrizes claras para práticas sustentáveis. Organizações como a ISO (International Organization for Standardization) desenvolvem normas específicas para o setor, como a ISO 14001 para gestão ambiental e a ISO 26000 para responsabilidade social. SASB, GRI também são padrões globalmente utilizados de grande relevância. A conformidade com essas normas não apenas aumenta a credibilidade das empresas, mas também impulsiona a harmonização de práticas sustentáveis em escala global.

No contexto brasileiro, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desempenha um papel crucial na definição de padrões para a indústria da moda e têxtil. A norma técnica ABNT NBR PR 2030 - ESG, que trata dos conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações é um trabalho pioneiro no Brasil que faz o alinhamento dos principais princípios ambientais, sociais e de governança e orienta os passos necessários para incorporá-los na sua empresa.

Monitoramento da Cadeia de Suprimentos: Regulamentações cada vez mais exigem transparência na cadeia de suprimentos, incentivando empresas a monitorarem e relatarem suas práticas. Isso é fundamental para garantir a origem ética dos produtos e minimizar o impacto ambiental. Iniciativas como o "Fashion Revolution Index" avaliam e classificam marcas com base em critérios como transparência e condições de trabalho, promovendo uma abordagem mais ética na indústria.

Pressão do Consumidor e Responsabilidade Corporativa: Além das regulamentações, a pressão crescente dos consumidores por produtos éticos e sustentáveis também desempenha um papel vital. As empresas são instigadas a adotar práticas mais responsáveis para atender a essa demanda, e as regulamentações desempenham um papel chave ao estabelecer as bases para a responsabilidade corporativa.

Diversidade e Inclusão

No cenário contemporâneo da indústria de moda e têxtil, a adoção de práticas de diversidade e inclusão transcende a esfera social, emergindo como uma estratégia de negócios fundamental para impulsionar a sustentabilidade e a economia circular. Além de promover a #equidade e justiça social, a diversidade contribui significativamente para o sucesso financeiro das empresas nesse setor dinâmico.

Incorporar a diversidade em todos os níveis da cadeia de valor, desde a concepção até a tomada de decisões estratégicas, é crucial. A inclusão de uma variedade de perspectivas, experiências e talentos no design, produção e gestão promove a criação de produtos mais inovadores e alinhados com as necessidades de consumidores diversos.

• A população negra movimento R$ 1,7 trilhão ao ano
• O potencial do mercado LGBTQIA+ é de R$ 450 bilhões ao ano
• Os moradores das comunidades movimentam R$ 65 bilhões ao ano
• Os lares brasileiros são liderados em 40% por mulheres
• O mundo do trabalho atual demanda urgência na humanização dos ambientes

Estudos e relatórios, como os publicados pela McKinsey & Company , Deloitte e Fashion Revolution , ressaltam consistentemente a importância da diversidade e inclusão na indústria. Essas fontes oferecem insights valiosos sobre os benefícios tangíveis que empresas obtêm ao adotar práticas inclusivas, indo além do aspecto social para abranger ganhos financeiros e sustentabilidade.

Essas pesquisas demonstram uma correlação positiva entre a diversidade nos quadros de funcionários e os resultados financeiros das empresas. Empresas que promovem a diversidade e inclusão consistentemente superam aquelas que não o fazem em termos de inovação, satisfação do cliente e lucratividade. Essa correlação se torna ainda mais evidente ao considerar as demandas crescentes dos consumidores por marcas socialmente responsáveis.

Atendimento a um Mercado Global e Diversificado: Em um mercado global e cada vez mais diversificado, as empresas de moda e têxtil que adotam a diversidade não apenas refletem a clientela diversificada, mas também têm uma vantagem competitiva. A capacidade de compreender e atender a uma ampla gama de culturas, estilos e preferências de moda contribui diretamente para a expansão de mercados e o aumento da relevância da marca.