A maior mentira que contaram para minha geração e agora estão contando para a sua.

A maior mentira que contaram para minha geração e agora estão contando para a sua.

Nasci em 1983, em algumas pesquisas que eu fiz me enquadram como geração x e em outras como geração y, pode me chamar de geração nintendo se quiser ou qualquer outra coisa. A verdade é que tive acesso a tecnologia digital logo desde a nascença e acompanhei o surgimento da internet comercializada bem cedo. Meus pais sempre pensaram no meu futuro e trabalhavam muito para isso, muitas vezes deixando de me ensinar coisas básicas como cozinhar ou faxinar a casa.

Você se identificou com isso em alguma parte? Bem-vindo a minha geração.

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Contudo, a maior mentira que me contaram é que eu não deveria me preocupar com dinheiro na escolha de uma profissão: “faça o que você gosta!”, me diziam. “Se você for realmente bom e esforçado no que você faz o dinheiro vai vir.”, essa foi a maior mentira de todas. A verdade é que o dinheiro até vem, mas ele volta (rsrs).

Mesmo com toda essa ladainha que a mídia e os formadores de opinião da época me diziam, meu pai foi sensato e me incentivou a fazer uma profissão tradicional. Eu era um aluno muito acima da média no colégio, por isso seria fácil eu passar em um vestibular de engenharia e assim o fiz.

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Outro fato interessante da minha geração é que não tínhamos Youtube e nossos pais não tinham tempo nem disposição para nos educar a ter uma rotina. Ou seja, vi muito corujão na minha vida. E, trabalhar com audiovisual ou mídia foi uma coisa que realmente cresceu em nossa geração. Somando ao que me disseram lá atrás: “Se você for realmente bom e esforçado no que você faz o dinheiro vai vir.”. Resolvi estudar comunicação!

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Você me pergunta hoje se estou arrependido... eu respondo: “nem um pouco”. Mesmo a maior parte do meu trabalho administrando meu próprio negócio no meio audiovisual seja de trabalhos com prazos curtíssimo, pouco investimento da parte dos clientes e vídeos que eu tenho que fazer a jiripoca piar para dar certo... eu adoro o que eu faço e não troco isso por dinheiro nenhum.

Se eu fosse engenheiro eu estaria rico agora? Provavelmente estaria bem melhor financeiramente, mas foi a opção da minha geração. Agora, se você acha que eu não me mato de trabalhar para conseguir o que eu consegui até agora... vai vir a parte real desse artigo de opinião agora.

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Recentemente foi feita uma pesquisa sobre os hábitos, valores e motivações da geração z e os millennials, ou seja, essa galera que nasceu com a internet já rodando e cresceu com atividades mobiles em alta. Para você que como eu já tá se sentindo um idoso e mal começou é bom saber que pessoas que nasceram no século XXI já estão a meio caminho andado de terminar uma faculdade e ingressar no mercado de trabalho.

Nessa pesquisa foi mostrado, na minha humilde opinião, o quão paradoxal e infantil é essa geração, que começa a trabalhar lado-a-lado e dia-a-dia conosco e com outras gerações.

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Questões como meio-ambiente e qualidade de vida são os principais focos dessa geração (até aí mais do que ótimo). Mas, a questão que chegou a mim foi: "Esta nova geração não se dispõe a uma rotina minimamente estressante de trabalho, muitas vezes se negando a fazer trabalhos de nível mais ou menos operacional ou que eles não vissem um sentido imediato ou a longo prazo.” (e faço destas minhas palavras).

Acredito que essa geração chega com ideias extremamente contraditórias quando dizem que não querem trabalhar tanto, mas querem comer “carne de boi massageado antes do abate” (você pode substituir por “produtos orgânicos”). A questão é que é importante consumir “carne de boi massageado antes do abate” (pode substituir novamente por “produtos orgânicos”), pois estamos lidando com questões de saúde e ecologia que devem ser realmente levadas a sério e se não começarmos a “massagear o boi antes do abate” (agora pode substituir por “tirar os agrotóxicos da nossa alimentação e para de nos envenenarmos”) todos nós contrairemos doenças extremamente nocivas.

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Mas e aí? Qual o problema dessa nova geração?

Ninguém quer massagear o boi pro abate! É trabalhoso demais!

O problema não é nem “massagear o boi antes do abate”, é capaz que um millenial desse leia esse artigo e diga: “meu sonho é morar numa fazenda orgânica e todos deveriam fazer o mesmo, só assim salvaríamos nossa saúde e o planeta terra!”. Uma pena que não teríamos smartphones... mas voltando!

A conta não fecha exatamente por isso: Como você vai pagar para alguém “massagear o boi antes do abate” que é uma coisa extremamente trabalhosa e com um custo de energia exorbitante se você não quer trabalhar o suficiente para ganhar o dinheiro necessário para pagar alguém para “massagear o boi antes do abate” (prometo que essa é a última vez que uso essa metáfora ridícula).

Ou seja, como você é tão exigente com o que consome se não quer que os outros sejam exigentes com você?

Além da questão financeira, agora a minha geração, tivemos outro problema com nossa educação. Fomos educados para sermos os melhores. Normalmente a gente descobre que não é assim que a banda toca quando saímos da faculdade (e nesse ponto aproveitando aqui, quero pedir desculpa para os meus professores de graduação e mestrado).

A parte boa de tudo isso é que “Se você for realmente bom e esforçado no que você faz o dinheiro vai vir.” (repetindo o mantra). Somos bons e esforçados e em 99% das vezes supervalorizamos nosso trabalho que em 80% das vezes uma máquina ou um bulldog francês bem treinado com o polegar opositor pode fazer.

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A minha geração finge que está fazendo algo grandioso, mas a todo tempo tememos que sejamos substituídos por uma boa equipe de automatização ou um adestrador de cães geneticista. Mas nesse meio tempo trabalhamos, estudamos e nos aperfeiçoamos.

Talvez seja por isso que gastamos tanto dinheiro com coaching, terapia, álcool, remédios prescritos e ioga. Mas continuamos trabalhando sem saber ao certo onde vamos chegar. Fazemos a máquina rodar. Foi assim desde o começo dos tempos modernos e acho que vai ser assim por mais algum tempo. Todo mundo tem que engolir seco e roer osso. Essa é a vida. E: “Se você for realmente bom e esforçado no que você faz o dinheiro vai vir.”

PS: Este é meramente um artigo de opinião. Você pode contribuir com a sua também.

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