Maiores dificuldades encontradas pelos profissionais de HSE para a realização de um trabalho eficaz

Maiores dificuldades encontradas pelos profissionais de HSE para a realização de um trabalho eficaz

Promover a evolução da cultura de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (HSE) dentro das organizações é uma tarefa crucial, mas repleta de desafios. Os profissionais de HSE frequentemente enfrentam barreiras que dificultam a implementação de práticas seguras e sustentáveis. Neste artigo, vamos explorar as dez principais dificuldades enfrentadas e exemplos de como essas situações ocorrem no dia a dia.

 1. Resistência à Mudança

A resistência à mudança é uma das maiores barreiras para a evolução da cultura de HSE. Funcionários podem sentir que as novas práticas são desnecessárias ou que complicam o fluxo de trabalho. "Sempre" trabalhamos assim e "nunca" tivemos problemas ou "isso não se aplica ao nosso setor", são as frases mais ouvidas. 

Exemplo: Imagine uma empresa de manufatura que decide implementar o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em uma área onde isso não era exigido anteriormente. Muitos trabalhadores podem resistir, alegando que o uso de EPIs é desconfortável ou que eles nunca precisaram antes. Essa resistência pode ser difícil de superar, exigindo esforços contínuos de conscientização e treinamento.

 2. Falta de Engajamento da Liderança

Sem o apoio e o exemplo dos líderes, é difícil criar uma cultura de HSE sólida. Quando a liderança não se envolve ou não prioriza a segurança, a mensagem para os funcionários é de que as normas de segurança não são importantes.

 Exemplo: Em uma empresa de construção, o gerente raramente participa das reuniões de segurança e nunca menciona HSE em suas comunicações. Essa falta de envolvimento pode fazer com que os trabalhadores também deixem de lado a importância das práticas seguras, aumentando o risco de acidentes.

 3. Comunicação Ineficaz

A comunicação é essencial para promover a cultura de HSE, mas pode ser ineficaz se não for clara, consistente e adaptada ao público-alvo.

Exemplo: Uma equipe de escritório é informada sobre novas políticas de ergonomia por meio de e-mails longos e cheios de jargões técnicos. Muitos funcionários não compreendem as mudanças e acabam ignorando as novas diretrizes, continuando a trabalhar de maneira que pode causar lesões a longo prazo.

 4. Falta de Treinamento Adequado

Treinamento inadequado ou insuficiente impede que os funcionários entendam e apliquem corretamente as práticas de HSE, comprometendo a segurança.

Exemplo: Em uma planta química, novos operadores recebem apenas um treinamento básico sobre manuseio de materiais perigosos. Sem conhecimento aprofundado, eles podem cometer erros que coloquem a si mesmos e aos colegas em risco, como misturar substâncias de forma incorreta.

 5. Cultura Organizacional Enraizada

Muitas organizações têm uma cultura já estabelecida que pode ser resistente a mudanças, especialmente quando essas mudanças envolvem práticas de segurança que exigem disciplina e comprometimento.

Exemplo: Em uma transportadora, há uma cultura de "apressar o serviço" para aumentar a eficiência. Quando um novo supervisor tenta implementar pausas obrigatórias para checagem de segurança nos veículos, os motoristas se sentem pressionados a ignorar as pausas para manter o ritmo, perpetuando práticas inseguras.

 6. Falta de Recursos

Recursos limitados, como orçamento, pessoal e tempo, podem dificultar a implementação e manutenção de programas de HSE.

Exemplo: Uma pequena empresa de manutenção industrial sabe da importância de realizar inspeções regulares de segurança, mas não tem pessoal suficiente para fazê-las sem interromper as operações. Como resultado, as inspeções são adiadas ou feitas de forma superficial, deixando passar potenciais riscos.

 7. Subestimação dos Riscos

Quando os riscos não são reconhecidos ou são minimizados, as práticas de HSE podem ser negligenciadas, levando a um ambiente de trabalho perigoso.

 Exemplo: Em um escritório, a direção subestima os riscos ergonômicos, acreditando que os problemas de saúde dos funcionários não são graves. Como resultado, não investem em cadeiras adequadas ou pausas para alongamento, além de minimizar as pressões e jornadas de trabalho cada vez mais longas. Os funcionários começam a desenvolver lesões por esforço repetitivo, além de outras doenças emocionais decorrentes das dificuldades em lidar com o excesso de trabalho e prazos cada vez mais reduzidos. 

8. Falta de Comprometimento Coletivo

A cultura de HSE depende do comprometimento de todos na organização. Quando uma parte da equipe não se envolve, as práticas de segurança podem ser comprometidas.

 Exemplo: Em uma fábrica, os operadores de máquinas seguem rigorosamente os procedimentos de segurança, mas o departamento de manutenção, que muitas vezes trabalha em áreas dedicadas, ou em horários distintos, não utiliza os EPIs corretamente. Essa falta de comprometimento de um grupo pode causar incidentes graves.

 9. Foco Exclusivo em Conformidade

Quando a cultura de HSE se concentra apenas em cumprir regulamentos e evitar multas, perde-se a oportunidade de criar um ambiente verdadeiramente seguro e sustentável e isso é grave tanto por parte dos profissionais de HSE, que se envolvem superficialmente com as atividades desempenhadas em seu negócio, quanto pelas lideranças, que não entendem a real importância de se estabelecer uma cultura preventiva.

Exemplo: Uma empresa de logística realiza auditorias de segurança apenas para cumprir com as exigências legais, mas não investe em melhorias contínuas. Isso leva a uma abordagem reativa, onde problemas são corrigidos apenas após serem identificados por auditores, ao invés de prevenidos, ou após os acidentes. 

10. Sobrecarga de Informações

O excesso de informações pode confundir e sobrecarregar os funcionários, dificultando a adoção de práticas seguras de forma consistente. Excesso de programas, campanhas, formulários, sem a devida coordenação, podem mais confundir do que ajudar.

 Exemplo: Em um hospital, os enfermeiros recebem uma quantidade excessiva de atualizações de procedimentos de segurança e novos protocolos, todos ao mesmo tempo. Essa avalanche de informações faz com que alguns protocolos importantes sejam ignorados ou mal compreendidos, colocando pacientes e funcionários em risco.

 Conclusão

A evolução da cultura de HSE exige tempo, esforço e uma abordagem estratégica que envolva todos na organização. Entender e superar essas dificuldades é fundamental para criar um ambiente de trabalho seguro e saudável, onde todos os colaboradores se sintam responsáveis pela segurança uns dos outros. Na próxima série de artigos, traremos algumas sugestões de como superar cada uma dessas dificuldades. Até lá.

QUALISYNC

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