Mais que feedbacks positivos, admiração

Ao longo da minha carreira eu sempre tive um objetivo de impactar a vida das pessoas. Começou lá atrás quando eu quase me formei em Biologia: eu queria ter impacto real no mundo e no maior número de pessoas que eu pudesse.

Passados 10 anos, 3 cursos, muita experiência e alguns tropeços.

Em um dos meus primeiros papéis coordenando demandas de outros profissionais, eu ajudava a organizar a vida de duas estagiárias. Uma delas, que se tornou uma amiga com o passar do tempo, se frustrou muito com a profissão ao se deparar com um gestor-chefe, daqueles que minam a nossa criatividade e qualquer chance de inovação.

Nas contratações iniciais que eu fiz para a montagem do primeiro time que eu efetivamente gerenciei, contratei 4 pessoas. Eu sempre senti a responsabilidade de não errar como aquele gestor-chefe errou e eu me policiava muito para que isso não acontecesse.

Até que aconteceu... eu me tornei aquilo que eu mais temia: uma chefe!

Depois de amargurar a saída de mais da metade do time eu me reergui, centrei e procurei identificar onde estavam os erros. Por que eu havia mudado meu comportamento? Por que eu comecei a minar a criatividade das pessoas? A cultura da empresa toda hierarquizada verticalmente e extremamente tradicional me exigia isso, mas como voltar a ser quem eu era, ou melhor, como me transformar em uma líder?

Sobramos eu e o melhor analista de marketing com o qual eu já trabalhei (hoje um super coordenador, mas isso é papo para uma Recomendação Oficial). Redefinimos alguns processos, implementamos novos, recontratamos e reconstruímos o time do zero. Ralamos muito! Foram muitas noites trabalhando até tarde, muitos finais de semana, uma procura incessante pelos melhores profissionais do mercado e uma vontade que nos movia: fazer nosso trabalho dar resultados efetivos.

Depois de 3 anos, algumas demissões, muitas mudanças e trabalho, nós não só montamos o dream team como também crescemos: passamos a ter 14 pessoas no marketing e eu assumi a pré-vendas com mais 13 pessoas.

Nossa, que desafio! E constantemente aquele receio de voltar a ser gestora-chefe vinha a tona. 27 pessoas sob a minha gestão e aquele sentimento de: Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, como dizia Stan Lee.

E no fim deu tudo mais que certo! Muitas expectativas superadas, novo processo de venda rodando, resultados vindos do Inbound, dois times estáveis e motivados, aumento no resultado de vendas e uma nova cultura sendo implementada (com a participação do Marketing, é claro, pois ele se tornou o coração das estratégias como um todo).

Até que fui surpreendida com a notícia do meu desligamento depois de uma mudança nos papéis dos lideres e extinção da camada gerencial da empresa. Aí tudo pesou! Comecei a questionar resultados, feedbacks positivos que vinha recebendo da própria diretoria, satisfação do time... tudo!

Para quem se cobra demais a demissão tem um peso além da conta.

E aqui estamos nós: 2 semanas pós-desligamento, depois de momentos de reflexão e questionamento, me reergui. Reergui minha certeza de ter feito um excelente trabalho e segurança por ter deixado meus times muito bem preparados para as mudanças que ainda estão por vir e ainda mais para o mercado.

Mas eu só consegui voltar a enxergar isso, através deles:

Aqui eu compilei algumas das muitas mensagens que eu recebi de diversas pessoas pela empresa, que foram ou não geridas por mim, mas que foram impactadas pelas mudanças que nós implementamos por lá.

Depois desse tempo de estrada (lá se vão 8 anos trabalhando com marketing) você começa a valorizar outro tipo de retorno. Só o feedback positivo, premiações e aplausos deixam de ser importantes quando você se dá conta de que impactou a vida das pessoas. De que você se tornou referência para elas!

Foi aí que eu me dei conta de verdade do quanto eu não quero só feedbacks positivos, quero trabalhar com pessoas que admiro (não só como profissionais, mas como seres humanos) e quero estar no nível da admiração deles também! Essas mensagens foram para mim um sopro de energia para seguir impactando a vida de outros profissionais. Seguir fazendo a diferença, mesmo sem estar à frente de um grande time, mas com o que eu tiver em mãos.

Por isso, você, profissional que está precisando de ajuda para recolocação ou para dar um up no marketing pessoal. E você, pequeno empreendedor, que quer algumas dicas de estratégia para implementar em seu futuro negócio: Que seja para um almoço ou café para trocar ideias, podem contar comigo!

E sei você, leitor desse texto, também tem algo a contribuir para a vida das pessoas, deixe aqui nos comentários como você consegue ajudar os outros. Vamos juntos construir uma rede de admiração por profissionais fora da curva e que buscam novos desafios a cada dia.

Nós não precisamos impactar todas as pessoas do mundo, mas fazer a diferença na vida de uma só pessoa já faz valer a pena!