Mais uma vitória para o novo Opel Astra 2016 ! Comparativo Opel Astra 1.6 CDTI | Peugeot 308 1.6 BlueHDI | Renault Mégane 1.6 dCi
Em conclusão, o Astra ganha este comparativo pela simples razão de somar pequenas (e grandes...) vantagens em várias áreas, sem perder muito em nenhuma. É esta a receita de sempre para vencer um comparativo!
#santogal #newopelastra #newastra2016
Artigo Completo" Autohoje"
Com o anterior Mégane envelhecido, a concorrência teve um período de tréguas que acabou. A nova geração do familiar médio da Renault está a começar a inundar o mercado com a ambição de o voltar a dominar. É a hora da verdade.
Chegou a ser o modelo mais vendido por cá, mantendo-se sempre entre os mais procurados do mercado nacional. O Mégane é um dos pilares da Renault no nosso país, por isso a nova geração carrega uma grande responsabilidade às costas. É claro que estamos no início, ainda não chegou a versão carrinha, o formato que costuma reunir as preferências dos portugueses, mas do cinco portas também não se espera outra coisa que não seja a liderança do mercado. Se o vai conseguir ou não, depende de muitos fatores, alguns ligados ao negócio e não ao produto. No Autohoje, interessa-nos o produto, interessa-nos saber se o novo Mégane 1.6 dCi de 130cv é melhor do que o Peugeot 308 1.6 BlueHDI de 120 cv e do que o Opel Astra 1.6 CDTI de 136 cv.
Carroçaria
A foto de abertura deste comparativo mostra bem que o gabinete de estilo da Renault foi bem mais ousado que os da Opel e Peugeot, com linhas que marcam uma segunda vaga da revolução iniciada com o Clio. Os LED de presença em “C” são a sua assinatura visual à frente, enquanto atrás esta tecnologia faz o mesmo serviço. Os ombros salientes do Mégane são o seu detalhe estético mais original, que o faz parecer muito mais moderno que os outros dois. Observando os detalhes de carroçaria, conclui-se que o Astra abrevia alguns acabamentos menos visíveis, como a parte interior do capot. A Renault continua a oferecer cinco anos de garantia, enquanto a Opel desceu de quatro para dois. Quanto aos dispositivos de segurança incluídos nestas versões, o Astra e o Mégane ensaiados tinham quase todos os auxiliares à condução segura, desde reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de distância ao carro da frente, máximos automáticos, aviso de saída de faixa (ativo no Astra) entre outros, que o 308 ensaiado não tinha, para beneficiar mais à frente, no preço.
As capacidades anunciadas para as malas, colocam o 308 à frente, com uma ligeira margem, tendo 420 litros contra os 380 litros do Astra e os 384 litros do Mégane. Tudo dentro da média, todos com rebatimento assimétrico do banco, nenhum com alçapão e o Mégane com o maior degrau na boca de carga.
Habitáculo
O Astra tem o maior espaço à altura dos joelhos nos lugares traseiros, que é sempre a cota mais importante, acrescentando o túnel central mais baixo e o banco mais “amigo” do passageiro do meio. O banco GT Line do Mégane é demasiado esculpido para dois e a altura do tejadilho dificulta o acesso. No lado oposto, o 308 tem o acesso mais alto e fácil, mas é o que oferece menos espaço para as pernas.
Em termos de versatilidade do habitáculo, não há muitas diferenças entre o número e a facilidade de utilização dos porta-objetos dos três comparados. Não são iguais, mas são equivalentes. Já no que à qualidade diz respeito, a conclusão é outra. O 308 tem, claramente, os melhores materiais e montagem, o Astra fica-lhe ligeiramente atrás no tipo de plásticos, não na montagem, enquanto o Mégane fica atrás nas duas. A consola central com o monitor pequeno é particularmente chocante: uma enorme placa de plástico plano com os botões (de carregar, rodar e deslizar) ali plantados. Na contabilidade do equipamento, o Astra sai claramente à frente, ao incluir os faróis matriz LED e os bancos desportivos com regulação elétrica e aquecimento, além do sistema On Star. Os franceses ficam atrás, mas, ainda assim, cada um com os seus argumentos. Faróis LED e teto em vidro no 308; “head-up display”, bancos desportivos e sistema “multi-sense”, no Mégane.
Os bancos do Astra fazem a diferença na posição de condução. Têm todas as regulações necessárias para chegar a uma posição excelente ao volante, que também está bem posicionado, tal como a alavanca da caixa e os pedais. No 308 lá vem a crítica do costume: o volante pequeno exige habituação e tapa o painel de instrumentos. É só para condutores de algumas estaturas, mas não devia ser para nenhum. Quanto ao Mégane, melhorou muito face ao modelo anterior, pela coluna de direção menos inclinada. Mas o volante é enorme e os bancos não são tão confortáveis quanto parecem, falta-lhes regulação da altura da parte dianteira do assento. A Renault anuncia um trabalho intenso na insonorização do seu quatro cilindros Diesel e, em parte, foi bem sucedida. Mas a Peugeot obteve um melhor resultado, não só a nível de ruído do motor como de rolamento e do isolamento da própria suspensão. O Astra tem um pisar mais refinado do que qualquer um dos outros, mas o motor é o mais barulhento.
Dinâmica
A caixa manual de seis velocidades do Mégane é a menos suave das três, tanto a frio como a quente, e a direção obriga a movimentos mais amplos. O sistema “multi-sense” permite ajustar a assistência em dois níveis, tal como a resposta do acelerador e até o sintetizador de som que faz a camuflagem do “glá-glá” do Diesel, mas as diferenças não são grandes. A visibilidade para trás é mediana, tal como a imagem da câmara de marcha-atrás, pelo que o melhor é confiar nos sensores. O Astra tem os comandos melhor calibrados, tanto a direção como a caixa. A condução em cidade sai mais fluida. A única dúvida é a gestão do acelerador “by-wire” que por vezes entra em contradição com a vontade do pé direito. Já no 308 é o volante pequeno que mostra algum nervosismo em autoestrada, obrigando a correções constantes quando o piso não é perfeito. Todos estão equipados com jantes de 17’’, um exagero, para a potência disponível, mas uma moda que não vai passar. O Astra tem pneus um pouco mais altos, o que somado a uma suspensão mais sofisticada (com tirantes de Watt atrás) lhe dá o prémio do conforto, sobretudo nos pisos mais degradados. A diferença para o 308 é muito clara e mesmo o Mégane não consegue chegar ao patamar do Astra.
Quanto ao comportamento dinâmico, começamos pelo Mégane para constatar que a suspensão controla melhor os movimentos da carroçaria que o seu antecessor, sobretudo em mau piso, onde faz um bom trabalho. Em ritmos mais apressados, o Mégane mostra-se neutro durante muito tempo e depois o controlo de estabilidade entra em ação para limitar a ligeira subviragem de forma muito suave. O eixo de torção traseiro tem uma afinação bastante conservadora, ao contrário do que se passa no 308, que autoriza provocações tendentes a fazer deslizar a traseira quando é isso que o condutor deseja. E mesmo quando não quer, mas o piso está degradado. De resto, em bom piso, o 308 tem a melhor resistência à subviragem e a condução mais “desportiva”, em parte devido aos melhores pneus que o equipam. Pois são exatamente os pneus que limitam o desempenho do Astra, sempre muito preciso, previsível e capaz, até que as borrachas chegam ao seu precoce limite.
A nossa sessão de medições mostrou a realidade dos números, tal como ela é: o melhor nas acelerações é o Astra, com uma vantagem de dois segundos nos 0-100 km/h, ganhando também nas recuperações, onde o Mégane se destaca um pouco do 308. Não é nada de inesperado, dada a sensação de força que o motor Opel transmite logo desde os regimes muito baixos. O 308 prefere rodar acima das 1800 rpm e depois perde fôlego cedo enquanto o 1.6 dCi do Mégane fica algures entre os dois.
Economia
No nosso habitual ciclo de medição de consumo urbano, o Astra alcançou um valor fabuloso de 4,3 l/100 km, batendo os outros dois por boa margem. Em estrada, os consumos são mais próximos. Também relacionado com dinheiro é o intervalo de manutenção que pouco varia entre os três, de 25 a 30 mil km. E as emissões são também muito próximas, em redor dos 100 g CO2/km. No valor de retoma não arriscamos nenhuma diferença entre os três modelos, muito equiparados em termos de imagem e produto. Finalmente, no preço das unidades ensaiadas, a primazia vai para o 308, a uma boa distância do Mégane e maior ainda do Astra, que é o mais caro.