A Manchete
A manchete: O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão responsável por estabelecer a meta para a taxa básica de juros, manteve a Selic em 14,25% ao ano!
As discussões em torno se a decisão foi correta ou errada já começaram. Contudo, observando os seguintes aspectos tão recorrentes nos noticiários:
as incerteza sobre o ajuste fiscal e da perda do grau de investimento do país, o desemprego, a inflação galopante e a menor disposição dos investidores em assumirem posições de longo prazo, como subir os juros se o governo tem uma dívida $ 538,322 bilhões em títulos públicos ao longo do ano para pagar ou adiar o pagamento com novas dívidas?
Este pergunta surge, pois cada alta na taxa de juros deixa a dívida mais cara.
Interessante destacar que o número acima representa apenas 20,9% da dívida total.
Hoje, será um dia interessante para observar qual foi a aposta dos gestores de renda fixa no Brasil. Será que eles lembraram do conceito Dominância Fiscal?
Para ascender a lembrança; Dominância fiscal é quando a dívida do país se torna tão elevada que inibe a efetividade da política econômica. Basicamente, um aumento de juros eleva os pagamentos da dívida, que se torna impagável pelo governo. Na dominância fiscal, os juros não mais causam queda da inflação, mas provocam forte piora no quadro de endividamento do governo.
Finalmente, a participação de investidores estrangeiros no estoque da dívida estava em 19,37% em novembro. Vender dólar e comprar título público é algo básico nas mesas de operações que atuam em mercados emergentes com alta taxa de juros. Maior a quantidade de dólar em circulação, menor o valor da moeda local, certo?
Logo, R$ 4,00 é o preço justo para permitir a dívida sustentável?
A inflação aleija, mas o câmbio mata”
Mário Henrique Simonsen