Mantenedores de sua zona de conforto.

Mantenedores de sua zona de conforto.

Há tempo, muito se fala sobre zona de conforto como se fosse um “pecado” ou algo incomum habitá-la por algum tempo. Caso seja o seu caso atualmente, fique calmo, “pecado” não é, mas pode ser disfuncional e alienante, dependendo de suas aspirações e propósitos de vida.

 

A zona de conforto é composta por uma série de crenças, pensamentos, ações e comportamentos que a pessoa habituou-se a ter e que acredita que não a expõe diretamente a nenhum tipo de risco, medo ou ansiedade. É uma condição existencial com nenhuma ou baixíssima ameaça, fato esse que aparentemente, conforta e a mantém segura em ambiente conhecido e controlado.

 

Algumas pessoas escolhem manter-se em sua zona de conforto, espaço limitado, conhecido, controlado e seguro, em que se sentem menos vulneráveis aos riscos da vida. Comportam-se de forma pré-determinada e conhecida, gerando um desempenho constante, controlado e limitante em termos de resultados, mas propicia sensação de segurança. Uma falsa segurança, vez que ocorra uma grande mudança, quem está relaxado e confortável, sofrerá um “trauma” maior por estar menos preparado para sobreviver ao novo cenário, do que aqueles que estão habituados a lidar com as adversidades da vida.

 

É possível e libertador abandonar e aprender a viver fora de sua zona de conforto. Tal decisão, o possibilitará adquirir novas habilidades, autoconhecimento, realizar avanços técnicos, atitudinais e comportamentais, melhorando assim, seu desempenho pessoal e profissional. Aceite o fato - nós só crescemos fora de nossa zona de conforto.

 

Um dos fatores que nos diferencia das demais pessoas, é a escolha consciente de abandonar a zona de conforto e nos lançar aos desafios e novas possibilidades, visando concretizar nossos sonhos e metas. Apenas essa atitude nos habilita a ascender e viver novas experiências enriquecedoras e que atribuirão um novo sentido a nossa vida.

 

Ilustrando a zona de conforto.

Observe os três círculos, um pequeno dentro de um médio e ambos, inseridos em um grande.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

O menor círculo representa a zona de conforto. É o ambiente controlado a que estamos acostumados, com hábitos e rotinas conhecidas, cômodas e seguras aparentemente. Permanecer nesse círculo não garante sua felicidade, conforto e segurança. Possivelmente, no final de sua vida ao questionar-se, arrependa-se do que não realizou em função da escolha por uma vivência segura, limitante e estagnada.

 

Escolher habitar conscientemente ou não a zona de conforto limitará você, pois não lhe permitirá ousar e descobrir o novo e nada que envolva algum nível de risco, ainda que controlado. Desta forma, morre-se um pouco a cada dia. Lembre-se, sua vida começa onde termina sua zona de conforto.

 

O círculo médio representa a zona de aprendizado. É a zona de transição entre o conhecido + controlado e a zona do desconhecido + possibilidades. É onde ocorrem os novos aprendizados. Nessa zona você enfrentará a desmistificação de seus medos, sua resistência à mudança e constatará que mudar não é tão terrível ou ameaçador quanto imaginava e, que você será capaz de sobreviver a isso tudo.

 

O círculo grande representa a zona mágica, composta por inúmeras possibilidades desconhecidas: seus sonhos, novos lugares, novos pessoas, novos relacionamentos, novos caminhos, novos hábitos, etc. É a zona onde tudo pode acontecer de acordo com sua visão e escolhas. É nessa área que ocorre o seu crescimento.

 

Para alguns, dar esse salto qualitativo pode assustá-los, em função de não saberem e controlarem o que vão encontrar no outro círculo – “novas possibilidades”. Desta forma, tendem a acionar seu mecanismo de autossabotagem, para justificarem suas inações, permanecerem em sua zona de conforto e não se sentirem culpados e nem pressionados a deixá-la.

 

Alguns estão habituadas a criar uma justificativa para cada possibilidade de solução disponível e/ou apresentada. Tornam-se parte integrante do problema e não atuam em busca da solução em si.

 

Seguem algumas das justificativas mais comuns para evitar a mudança e abandonar a zona de conforto:

Eu não tenho razão para fazer ou mudar algo.

O fato é que ninguém pode ou deve expulsá-lo de sua zona de conforto e tão pouco, você é obrigado a deixá-la. Caso ainda escolha permanecer “confortável”, não irá desenvolver-se e crescer. Considere a possibilidade de seu crescimento, não apenas pelo passar dos anos, mas principalmente pelos desafios que enfrenta. Você se aprimora e evolui em tudo aquilo que pratica e não no que evita!

 

Situação hipotética: Quando você se depara com uma situação ou projeto que representa um grande desafio, subitamente sua voz interior lhe “afirma” que você não tem razão para fazer ou mudar aquilo. Na realidade o que você está vivenciando é a mais pura expressão de sua resistência à mudança, pois uma parte de você deseja que não corra risco frente ao desconhecido e permaneça nos limites de sua conhecida zona de conforto. Desta forma, nada muda! Você continua o mesmo, fazendo o mesmo, do mesmo jeito conhecido e seguro, mas também, obterá os mesmos resultados. É isso que você quer?

 

Caso você acredite mesmo que não há nenhuma razão ou ganhos reais, para realizar e conquistar algo novo, lembre-se que simplesmente o fato de explorar, descobrir novas possibilidades e crescer com isso, podem ser razões suficientes para experimentar, você concorda?

Não é o meu melhor momento para...

Essa conhecida justificativa sabotadora, busca reunir as condições ideais de temperatura, pressão e velocidade do vento, como condicionantes para que a pessoa entre em ação e mude um hábito, atitude ou comportamento que gere melhores resultados. Cenário improvável de ocorrer, tal qual a “mudança” que a pessoa afirma querer operar em sua vida.

 

Condições “ideais” para entrar em ação e transformar algo ou uma situação, raramente ocorrem. Para quem quer conquistar uma meta ou sonho, precisa estar disposto a enfrentar as adversidades e criar condições ao longo da jornada para seguir em frente rumo à mudança pretendida. Trata-se de entrar em ação AGORA – “mão na massa”! Se nada fizer, nada mudará.

 

Aquele que identifica a necessidade de mudar algo e afirma que não é o seu “melhor momento” está acionando seus medos de correr risco e/ou fracassar. São crenças possivelmente vivenciadas ao longo de sua vida. Tal fato o faz postergar indefinidamente o seu crescimento.


Atuar de forma radical e se jogar em aventuras atitudinais, sem analisar as consequências (perdas e ganhos), também não é uma saída construtiva. Se de fato quer alçar novos voos, precisa conscientizar-se que ficar parado não é uma opção. É necessário ter coragem e iniciativa para ensaiar pequenos passos e quando se der conta, já estará caminhando com maior desenvoltura e segurança.

Vou começar quando…

Outra comum justificativa condicionante e que o mantém em sua zona de conforto. Em termos práticos, é o autoengano perfeito, pois “claramente” não estamos desistindo da meta, sonho ou de um projeto que temos em mente, mas sim, postergando até que determinado cenário favorável ocorra.

 

O resultado dessa justificativa é a procrastinação, com isso provavelmente, quando e se a condição da demanda ocorrer, você criará justificativas que embasem sua inação.

 

Por outro lado, essa é uma forma de acreditar e manter a esperança mágica da autorrealização. Ao mesmo tempo é necessário disposição e trabalho duro para operar as mudanças e transformar o sonho em realidade e viver plenamente.

 

Isso não é para mim.

Essa é uma justificativa de desmerecimento. Tal afirmação transmite a ideia de que você não é suficientemente bom ou capaz de realizar ou merecer uma condição ou algo melhor. É um pensamento advindo de uma crença incapacitante. Comumente utilizada por pessoas inseguras, com baixa autoestima e por aqueles que sentem medo de viver neste mundo invasivo e que se fecham para as novas experiências e possibilidades.

 

Quem se utiliza desta forma, não arrisca ou mesmo ousa tentar provar algo ou experimentar novidades (o que é desconhecido). No entanto, não há como saber se gostamos ou não de algo/ situação até provarmos. Ouse arriscar-se e se surpreenderá com os resultados!

 

Felizmente existem exceções. Pessoas que vivem sob a crença (isso não é para mim), ao longo de anos e que em algum momento, ousam provar algo ou viver uma situação diferente, quebram o círculo vicioso e se empolgam com o resultado da experiência e nova conquista. Tal vivência positiva torna-se motivadora para futuras repetições.

Eu não sei como fazer.

Convenhamos que a maioria dos seres humanos, frente ao desconhecido ou a possibilidade de mudança, por menor que ela seja, inicialmente reage, expressando medo, insegurança e desconforto ao sentir sua zona de conforto ameaçada.

 

Novas rotinas e possibilidades podem assustar alguns. Logo, uma justificativa conveniente para manter-se em sua zona de conforto é afirmar que não sabe o que fazer para enfrentar o novo desafio. Simples assim!

 

Você pode vitimizar-se e escolher acreditar que não possui as habilidades necessárias ou que não poderá desenvolvê-las. Contudo, atente para um detalhe importante, quando você tiver um propósito - “o quê”, os meios e as formas “os como” surgirão naturalmente. Acredite!

 

Para realizar determinadas e específicas mudanças, torna-se necessário uma preparação anterior, o que não significa um impedimento, mas apenas que precisará de uma ajuda externa (para sua capacitação), e levará mais tempo do que o esperado.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Gostou do artigo, precisa de apoio e deseja investir em seu autoconhecimento, agende sessão informativa gratuita - E-mail marcio.caldellas@mcdesenvolvehumano.com.br

 

Marcio Caldellas – Psicólogo clínico (Comportamental & Psicodramatista), Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Analista de Perfil Comportamental com sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter, atuando com posições executivas. www.mcdesenvolvehumano.com.br


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Marcio Caldellas

  • Experimente calçar os meus sapatos!

    Experimente calçar os meus sapatos!

    Há ainda aqueles que acreditam que temos o “direito” de julgar os outros em função de diferenças como: cor, raça…

  • O seu passado ainda te define?

    O seu passado ainda te define?

    Nós somos constituídos de referências, escolhas, decisões e ações, certo? Logo, se apagasse seu passado e seus “erros”,…

  • Formas de pensar que sabotam sua felicidade.

    Formas de pensar que sabotam sua felicidade.

    Somos geneticamente preparados para a felicidade. Refiro-me a felicidade relacionada aos momentos prazerosos, ligados…

  • Buscando recolocação? Conheça as perguntas frequentes de uma entrevista de emprego.

    Buscando recolocação? Conheça as perguntas frequentes de uma entrevista de emprego.

    Escrevo este artigo, em atenção aos e-mails recebidos, a respeito das necessidades e observações que mais preocupam os…

    1 comentário
  • Finitude – A gente vai embora!

    Finitude – A gente vai embora!

    Esse é um tema factual, desconfortável e inevitável a nós seres humanos. Em algum momento da vida adulta, passamos a…

  • O que te faz querer agradar as pessoas?

    O que te faz querer agradar as pessoas?

    Ao longo de minha trajetória profissional como Psicólogo e Coach, tenho observado um número crescente de pessoas que…

  • Disciplina, ela pode alavancar sua vida.

    Disciplina, ela pode alavancar sua vida.

    Você conhece alguma pessoa que começa o regime na segunda e na quinta feira já está desanimada e para? Aquela que…

  • O machismo na relação afetiva.

    O machismo na relação afetiva.

    Pertenço à geração X e fui “naturalmente” criado na cultura onde a primazia machista imperava. Na adolescência, me…

  • Estabelecendo limites nas relações

    Estabelecendo limites nas relações

    Limites são fronteiras que definimos para nós mesmos em relação ao nosso comportamento e nos relacionamentos com as…

  • Os desafios da mudança atitudinal

    Os desafios da mudança atitudinal

    Começo esse artigo, afirmando que, ao longo de trinta anos atuando como Psicoterapeuta, constatei que o único ser…

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos