Manter ou não manter, eis a questão!
As empresas muitas vezes apresentam o dilema da manutenção, onde se tem a consciência da necessidade de realizar a manutenção periódica em seus equipamentos, mas mediante ao custo imediato para mantê-los, acabam adiando reparos. Mesmo assim, "reduzindo" o gasto imediato com manutenção, acabam ultrapassando o budget (orçamento) de manutenção, os indicadores de produtividade continuam abaixo do projetado, as reclamações de clientes continuam, colocando em dúvida a qualidade dos produtos produzidos, além do ambiente de trabalho apresentar maiores riscos para eventuais acidentes. Talvez a sensação de estar economizando, evitando a troca de uma peça, possa ser justificada, pela facilidade em que temos em perceber o quanto custa para manter um equipamento se cumprirmos todas as recomentações do projetista. Então como responder ao dilema diário da manutenção de manter ou não manter um equipamento?
Podemos responder ao dilema da manutenção, aplicando a inversão de valores que entendem a manutenção como um custo e passam a olhar a manutenção como um diferencial estratégico, que a manutenção pode impactar em toda a empresa diretamente e que o custo específico do gasto com troca de peças, esconde custos indiretos que podem aumentar ou diminuir de acordo de como as manutenções são realizadas. Devemos montar indicadores de manutenção que demonstrem o retorno do investimento feito, demonstrando graficamente uma evolução e além disso, deve ser notada como o resultado da contribuição de todos os setores.
Buscando esse objetivo, diversas ferramentas vem sendo aplicadas, World Class Manufacturing (WCM), Total Productive Maintenance (TPM), Reability Centered Maintenance (RCM), entre outras. Em contexto geral as ferramentas, buscam formatar um modelo para transformar a manutenção em um elemento importante e um diferencial competitivo de mercado. O elemento central e talvez chave do sucesso para qualquer uma das ferramentas atingirem seu objetivo, são as pessoas, sendo assim, exigem uma adqueção da cultura dentro da empresa, puxado principalmente pela média liderança e apoiado pela alta gestão, que conhecem e entendem o impacto positivo da readequação do contexto manutenção.
Uma nova postura estratégica, amplificando o impacto positivo da manutenção com qualidade e responsabilidade, acaba por dissolver o dilema, convertendo a questão de manter ou não manter, para mais perguntas, que se bem respondidas, reduzem o risco de impacto. Perguntas como qual a criticidade deste equipamento para o processo? Os componentes são importados? Podem ser nacionalizados? Temos em estoque? Quanto custa manter em estoque? Quanto custa não ter em estoque? Quanto tempo temos até que a quebra seja provável? As pessoas estão treinadas para solucionar este problema? Podemos melhorar para não necessitar desta peça? Quantas pessoas precisam para realizar a manutenção e quanto tempo leva? Somente técnicos podem realizar esta manutenção? Tem risco de acidente? Está mapeado no custo anual de manutenção? O equipamento ainda é vantajoso na relação custo benefício? Entre outras questões, que a cultura nova de manutenção será capaz de responder, aumentando a confiabilidade, facilitando o planejamento de produção e a variabilidade do processo reduz, entre outros benefícios como maior engajamento da equipe, menores riscos de acidentes, ambiente de trabalho mais coeso.