Manutenção Preventiva: Cadê o retorno?

Empresas existem para gerar dinheiro. No setor industrial, a manutenção dos equipamentos e instalações é uma ferramenta estratégica crucial para que se possa alcançar o retorno financeiro esperado. Mas como fazer a Manutenção deixar de ser vista apenas como despesa?

Na Manutenção Preventiva atividades como inspeção, lubrificação, limpeza e substituição de componentes tem o momento certo para a execução, baseados em um marco cronológico, ciclos de trabalho, horímetro de máquinas ou peças produzidas. O tempo para a troca das peças é definido para que elas tenham sido aproveitadas ao máximo, mas antes de correr o risco de falharem. O grande desafio é determinar esse momento ideal!

Quando não se conhece o comportamento do equipamento, é fundamental levantar as recomendações dos fabricantes e respeitá-las, como intervalos e materiais indicados. Porém é comum se deparar nas empresas com um Plano de Manutenção estabelecido com conteúdos bem divergentes das recomendações do fabricante, às vezes por falta de acesso à documentação necessária, replicação de planos de outros equipamentos, desconhecimento ou até falta de comprometimento...

Informações como falhas inesperadas, altos custos, perda de capacidade produtiva (e para quem monitora, indicadores de confiabilidade) motivam uma reavaliação no conteúdo do plano. É preciso avaliar o custo-benefício, levando em consideração os riscos à saúde dos trabalhadores, a possibilidade de danos em cascata, a saúde financeira da empresa e a preservação do meio ambiente.

Mesmo equipamentos idênticos podem ter comportamentos diferentes e necessitarem de cuidados em frequências distintas. E ainda existem situações onde após análise conclui-se que a Manutenção Corretiva Não-Programada é a alternativa mais adequada, acredita?

Cabe ao Engenheiro de Manutenção reavaliar o conteúdo dos Planos, que devem ser vivos e retroalimentados com informações de quem executa ou utiliza os equipamentos. Uma atitude gemba genbutsu (vá e veja no chão de fábrica) permite um estreitamento dessa comunicação e a torna mais eficaz. Após reunir todas as informações é preciso ter bom senso para avaliá-las. Experiência, confrontar benchmarkings, contatar fornecedores e literatura específica podem ajudar nas tomadas de decisão.

Comparando os cenários antes e depois confirma-se os benefícios através da redução dos custos, aumento da confiabilidade do processo e por consequência, qualidade do produto. Assim, a melhoria contínua da Manutenção Preventiva mostra seu retorno, mudando o mindset sobre ela de despesa para um investimento essencial para a continuidade do negócio.

Sarah Lopes