MARCAS, NA CABEÇA OU NO CORAÇÃO?
Se me perguntarem numa dessas pesquisas de lembrança de marca qual delas de biscoito me vem à cabeça, provavelmente de imediato vou responder Tostines.
Mas não é a que está na mesa no meu café da manhã. Gosto de Piraquê água e gergelim.
Meu dia começa com um copo de suco Del Valle, embora eu me lembre de ver sempre Maguary nas gôndolas de supermercado.
“Êta cafezinho bom” é um refrão que está na minha memória há anos, mas preparo o meu com Melitta.
Escovo os dentes com Colgate Total 12, banho com Palmolive e xampu só Dove Men. Por que? Não sei, mas são produtos com os quais me acostumei depois de experimentar várias outras marcas.
Adoro as campanhas de Volkswagen, Renault e Chevrolet, já tive modelo dessas três montadoras. Hoje, porém, não troco meu Honda HRV, abastecido sempre no mesmo posto Shell, apesar de a TV insistir em passar comercial da Petrobras.
No almoço em restaurante bebo água, de qualquer marca, não tenho preferência. Mas se estou em casa, não dispenso um copo de Coca-Cola Zero após a refeição.
Aliás, além de ser da geração dessa bebida, brinco que a acusação de ser viciante é um mito, já que há décadas bebo uma todo dia e nunca viciei.
Sei que Omo é campeão do Top Of Mind mas, pra mim, a referência só serve na hora de comprar, exatamente por ser conhecida, nada mais do que isso.
Não sou muito fã de chocolate, mas quando me bate uma vontade o gosto que me vem à boca é de uma trufa da Cacau Show. Na falta, Kopenhagen, Lindt ou um ao leite da Nestlé cumprem o papel.
Snack é outra categoria que não me seduz, embora se preciso de uma batata palha pra acompanhar um estrogonofe, lembro sempre de comprar Elma Chips. Se não tiver, vai uma Yoki.
Também não bebo leite, mas se tenho que comprar pra alguém, não sei a razão que me leva para a prateleira da Paulista. Já iogurte pode ser Vigor, talvez pela embalagem, sei lá.
Cliente do Itaú há muito tempo, tenho certeza de que essa marca está no meu coração e na minha memória também, onde cabem ainda Bradesco e Santander.
Em outras categorias, como eletroeletrônicos ou eletrodomésticos, por exemplo, não me arrisco a opinar. Nem imagino a diferença entre um liquidificador Philco ou Walita.
Geladeira, máquina de lavar e TV pra mim são boas aquelas que funcionam e não me obrigam a pesquisar periodicamente por assistência técnica.
Bom, vou pegar minha Bic tinta preta pra fazer a lista do supermercado, sempre mais fácil de consultar do que abrir toda hora meu iphone, e vou indo ao Pão de Açúcar. Preferência? Pode ser. É mais perto e já conheço todos os corredores, o que reduz meu tempo de compras.
Enfim, é isso o que acontece com quase todos que respondem essas pesquisas de lembrança de marca. A propaganda funciona e pode fixá-la na sua memória, mas a experiência pessoal é que a coloca no seu coração.
Até que algumas delas, ou a propaganda, te faça mudar de opinião.
Diretor executivo @ RZK Digital | Marketing and Advertising
4 aAdonis. Concordo. As marcas mais lembradas tem muito mais chances. Poucas são admiradas e um número menor ainda tem consumidores advogados. Mas a fidelidade às marcas, penso eu, está fragilizada. Abração.