Mare of Easttown, streaming, música boa e a era de ouro do conteúdo
Daqui a pouco já vai fazer dez anos que eu troquei o Jornalismo pelo Entretenimento. Na hora, senti como se estivesse escolhendo o caminho mais divertido e isso nunca parece a coisa realmente certa a se fazer. O sentimento passou na medida em que entendi que o Entretenimento só era mais legal porque eu amava o que fazia. Uma década depois e, sem surpresa nenhuma, amo essa indústria ainda mais.
Mas estou falando disso aqui para ligar os pontos com a minha série favorita do momento, que se você me segue no Instagram, já sabe que é Mare of Easttown, da HBO. De 2012 para cá, acho que pude ver como fã e viver como profissional o que a imprensa especializada resolveu chamar de "state of the art television", que teve origem lá em The Wire e Sopranos, passou por Mad Men, House of Cards, Stranger Things, AVENIDA BRASIL, e que culminou, antes tarde do que nunca, nas séries protagonizadas, dirigidas e/ou produzidas por mulheres: Big Little Lies, Sharp Objects, Mrs. Maisel e, finalmente, Mare. Ok, Grey's Anatomy também.
Da TV linear para o streaming, ainda não consigo decidir o que gosto mais: se é esperar o episódio novo que só vem na próxima semana ou se maratonar tudo de uma vez. Perdi o quinto capítulo de Mare porque dormi cedo no domingo e acordei com mil mensagens de amigos perguntando o que tinha achado. Hoje, levantei antes da casa para assisti-lo sozinha no streaming e agradeci por esse recurso existir. E nem fiquei ansiosa de cara pelo próximo domingo. Conteúdo bom faz isso. Você quer sorver em vez de devorar. E mesmo quando tem a opção de ver tudo de uma vez, o faz com paixão e contentamento.
Do lado do mercado da música pelo segundo ano, vivo o mesmo com meus álbuns favoritos. Me deixa ouvir o último do Jorge e Mateus em paz, uma música por dia. Mas a Olivia Rodrigo eu ouço direto e toda hora e nem da geração Z eu sou. Quero que todos os álbuns sejam visuais e depois, não, quero ver um clipe num mês e depois outro, e depois outro... bem devagarinho.
Já ultrapassamos a era de ouro do cinema, da televisão e do streaming. Agora diria que estamos na era do conteúdo e isso já resume tudo. Vivemos cercados de narrativas por todos os lados, nos apps de vídeos curtos e nas redes sociais. E por mais que a FOMO nos cobre saber de todas as coisas ao mesmo tempo, ainda é maravilhoso quando nos deixamos levar por aquele conteúdo específico que nos faz acordar cedo, ligar o device mais próximo e chorar sozinha na cama porque aquilo é simplesmente demais.
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3 aExcelente artigo Pollyana! Colocou em palavras um sentimento que eu compartilho