Marketing de Conteúdo.
O que é marketing de conteúdo?
“Marketing de conteúdo é uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público claramente definido com o objetivo de gerar conversas sobre esse conteúdo.” (KOTLER, Philip em “Marketing 4.0 – Do Tradicional ao Digital”, Rio de Janeiro, Sextante, 2017).
Encontramos nessa conceituação do professor Kotler, elementos sobre os quais é importante refletirmos, a fim de compreendermos melhor o que é marketing de conteúdo.
O primeiro elemento é que o marketing de conteúdo é uma abordagem. Mas, uma abordagem do que? Para quem vem estudando e praticando marketing há algum tempo, fica claro que estamos diante de uma nova abordagem de marketing. Sim, do bom, eficiente e sempre revigorado - mas nem sempre compreendido - marketing.
Usei propositalmente a expressão “nem sempre compreendido”, pois observo que alguns profissionais da nova geração, acreditam que as incríveis possibilidades que a tecnologia traz para a vida das pessoas e para os negócios, são a única forma possível de realizar as coisas. Muita coisa mudou, é fato. E muito mais ainda mudará. Mas enquanto ciência, o marketing possui seus fundamentos que, até prova em contrário, permanecem absolutamente válidos e importantes.
Sendo uma disciplina da gestão empresarial, o marketing pode ser definido como um processo social pelo qual se cria valor e se constrói relacionamentos baseados em trocas. Ou seja, temos de um lado, as empresas produzindo produtos e serviços que possuem valor para os consumidores, na medida em que atendem aos seus desejos e suprem as suas necessidades. Para transferir esses produtos e serviços das empresas para os consumidores, são necessárias trocas, que ocorrem a partir de relacionamentos.
Visto assim, pode parecer simples. Mas planejar e implementar uma estratégia de marketing que atinja os resultados, requer criatividade, método, disciplina, conhecimento, coragem e muito esforço.
Ao longo do tempo, o marketing foi evoluindo, acompanhando o desenvolvimento da sociedade. No início, mais precisamente nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, a abordagem era totalmente focada no produto. A empresa fabricava algo, oferecia e vendia. Os consumidores, sem muitas opções, compravam.
Mais adiante – anos 60 e 70 - com a proliferação das marcas, a abordagem voltou-se para o consumidor. Compreender a segmentação de mercado, selecionar mercados-alvo e posicionamento de marca tornaram-se os objetivos centrais dos profissionais de marketing.
A ascensão da geração Y (nascidos entre os anos 80 e 90, também conhecida como Millenials) e a crise financeira global, no final dos anos 2000, levou a outra evolução relevante do marketing: o marketing centrado no ser humano. As empresas viram-se diante do desafio de criar produtos, serviços e culturas que desempenhassem um impacto social e ambiental positivo, passando assim a embutir práticas éticas e socialmente responsáveis de marketing em seus modelos de negócios.
A digitalização, com a ascensão da internet móvel, das mídias sociais e do e-commerce tem alterado significativamente o caminho do consumidor rumo à compra.
E é neste contexto que entram em cena o marketing digital e o marketing de conteúdo. Como tudo isso é ainda muito recente, não é errado dizer que o marketing de conteúdo é uma das múltiplas possibilidades do marketing digital.
Temos observado que as marcas que estão realizando um bom marketing de conteúdo, fornecem aos consumidores acesso a conteúdo original de alta qualidade enquanto contam histórias interessantes sobre si mesmas.
Nas abordagens anteriores, as empresas fizeram uso intensivo dos meios de comunicação como televisão, rádio, jornal, revista e outros, para transmitir informações unilaterais sobre seus produtos e serviços.
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Mas nesses tempos de acesso ilimitado, rápido e eficaz às informações, os consumidores foram perdendo a confiança nas mensagens publicitárias. Ou seja, para muitos desses, as proposições de valor das marcas tornaram-se irrelevantes.
Por conta dessa nova realidade, as empresas viram-se diante da necessidade de estabelecer diálogos bidirecionais com os consumidores, somente possíveis graças à interatividade das mídias sociais. Como benefício extra, essas costumam ser mais eficazes e econômicas do que as alternativas chamadas de “off-line”.
Enquanto um anúncio contém as informações que as marcas querem transmitir para ajudar a vender seus produtos e serviços, o conteúdo pode ajudar os consumidores a alcançar seus objetivos pessoais e profissionais.
Assim, visando envolver os consumidores de forma consistente, às vezes é necessário criar conteúdo que, embora não contribua diretamente para seu valor de marca nem melhore o volume de vendas, seja valioso para quem assiste ou lê.
Lembrando sempre que o marketing exige um processo para sua implementação, podemos nos arriscar a sugerir uma sequência de oito passos para um programa de marketing de conteúdo.
1. Definição clara dos objetivos.
2. Identificação do público.
3. Planejamento do conteúdo.
4. Criação do conteúdo.
5. Distribuição do conteúdo.
6. Ampliação do conteúdo.
7. Avaliação.
8. Melhoria constante.
Trataremos com mais detalhes cada um desses passos em próximos artigos, procurando, na medida do possível, adaptar as ideias ao mercado hoteleiro brasileiro. Nossa ambição é de que possamos contribuir com os profissionais que atuam nessa área e que vem enfrentando desafios muito grandes. Até breve.