Mas afinal, quais serão as tendências de Marketing Digital para 2019?
A Inteligência Artificial veio para ficar. Mas como?
Temos ouvido falar imenso de Inteligência Artificial, mas fico sempre com a sensação que ainda pouco sabemos sobre o seu verdadeiro potencial (a não ser que um dia, um grupo de Cyborgs com ar de Schwarzenegger, irá dominar o mundo).
Mas antes dessa visão apocalíptica, gosto de pensar na IA (através do Machine Learning e do Deep Learning) como um conjunto de computadores capazes de analisar uma quantidade de dados de forma super rápida, e criar outputs identificando padrões ou comportamentos através dessa informação.
E a verdade é que cada vez mais, vemos a IA a ser utilizada para algumas tarefas de automatização, nomeadamente para fornecer insights ou conclusões de forma rápida e, até, bastante precisa. Um destes exemplos é o Analytics do Facebook, em que os insights que temos sobre utilizadores, a nossa concorrência e a forma como podemos melhorar a comunicação de marcas, estão ao nosso alcance em real-time. Seja para descobrir tópicos de interesse e relevantes, que podemos associar às nossas marcas, seja para entender comportamentos padrões dos utilizadores e assim alavancar/adaptar a nossa comunicação.
A quantidade de informação que nunca chegaríamos a utilizar, ou que dificilmente iríamos utilizar, agora está ao nosso dispor para utilizarmos no desenvolvimento das estratégias de Marketing.
Live Video
O Vídeo tem sido um dos formatos mais relevantes da nova era de content marketing. Mas há melhor? O live vídeo! E porquê?
Basta pensarmos enquanto consumidores e naquilo que são os nossos hábitos. Olhando para as várias redes sociais (Facebook, Instagram, Youtube, Twitch, Twitter, ok, já percebemos que a lista pode ser interminável...) todas têm dado o passo de disponibilizar versões "live" do conteúdo, para que consigamos partilhar ao máximo um momento que estamos a viver.
E se afinal queremos que os consumidores vivam uma verdadeira experiência de marca, o vídeo em direto, enquanto ferramental digital, dá-nos a facilidade de mostrar um lançamento em primeira mão, ou como produzimos o nosso produto, demonstrar as diversas funcionalidades do nosso produto/serviço, e ainda ter uma sessão de perguntas e respostas ao vivo.
Não será um ponto de chegada, mas poderá ser claramente um ponto de partida no desenvolvimento de uma estratégia de conteúdo mais inovadora, porque poderá permitir a continuação da história que queremos contar sobre a nossa marca.
Chatbots. Finalmente?
As estimativas acerca da adoção dos Chatbots por parte das marcas não têm correspondido à realidade. Já há alguns anos que se vem anunciando a implementação transversal desta tecnologia, mas por vários motivos nunca se tem concretizado na sua plenitude.
No entanto, já vemos os Chatbots começarem a ser utilizados por um grande número de marcas, nomeadamente nas áreas de Customer Service, com sistemas de pergunta-resposta - aquelas que nos fazem perder a paciência e desistir de tentar "falar" com um bot, pela limitação das suas respostas (recordar com saudosismo a famosa Anna do IKEA, que já em 2011 nos tentava convencer, mas em vão). Mas a verdade é que o potencial dos Chatbots é bastante maior.
Ainda são poucas as marcas, mas já vemos experiências em áreas como as Vendas, nomeadamente no recrutamento de novos clientes ou em closing, que são onde vemos maior parte do negócio ser perdido (ou não ser explorado). A automatização de comportamentos aliado à capacidade de prever possíveis comportamentos de compra, fazem dos Chatbots uma ferramenta útil para a prospeção de clientes, graças à automatização e escala que permitem alcançar, como cada vez mais, através da IA, ter um discurso cada vez mais personalizado, de acordo com o perfil de cada consumidor.
Pesquisa por Voz
As tecnologias comandadas por voz (seja a Alexa, Siri ou até mesmo os velhinhos "comandos de voz" presentes nos nossos automóveis) têm vindo a marcar o seu lugar no nosso dia-a-dia. Apesar de Portugal poder estar mais longe desta realidade que outros países, a verdade é que a Pesquisa por Voz tem sido um fenómeno em crescimento, mudando os nossos hábitos de compra.
(O Black Mirror bem nos tem alertado para os perigos da tecnologia, mas parece-me que já é um facto, a tecnologia já está a mudar a nossa vida)
Em 2017, Werner Vogels, o CTO da Amazon, explicou no Websummit que a aposta da Amazon no motores de voz não é um olhar para o futuro, mas sim um olhar para a forma mais natural de comunicar. Os motores de voz são e serão os sistemas mais inclusivos, desbloqueando as barreiras geracionais e geográficas.
O desafio para as marcas está em entender que papel deverão desempenhar e o que deverão fazer hoje, para não estar fora-de-jogo amanhã.
O investimento em motores de pesquisa (SEO ou SEA) já não é novidade nos orçamentos de Marketing, mas é melhor começarmos a pensar neste investimento na óptica da pesquisa por voz, assim como pensarmos a experiência de compra online, tendo em conta que os consumidores não querem diferente, querem melhor.
Nesta, como nas restantes tendências, a tecnologia está ao nosso dispor para complementar aquilo que é a nossa função. Com certeza que dificilmente vão conseguir substituir o lado humano, pelo fator complexo ligado com a linguagem ou até mesmo o lado relacional, mas podem, sem dúvida, permitir que as marcas estejam "always on" para os clientes e se tornem mais presentes nas suas vidas.
Estas são, para mim, as 4 grandes tendências se vão materializar mais em 2019. Se calhar em 2020 vão-me desmentir, até lá podemos apostar nestas tendências que não substituem as estratégias de marketing tradicionais tais como a importância de construir uma marca forte, saber contar uma história que seja interessante e relevante, através de conteúdo autêntico.