May sofre nova derrota em votação do Brexit!!
May sofre nova derrota em votação do Brexit
Parlamento britânico volta a rejeitar acordo negociado pela primeira-ministra para saída do Reino Unido da União Europeia, que agora tem como opções deixar bloco sem regras de transição ou pedir prorrogação de prazo, que acaba no dia 29
– A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sofreu nova derrota nesta terça-feira em sua segunda tentativa de aprovar no Parlamento o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, o apelidado Brexit. Em votação na Câmara dos Comuns, os parlamentares britânicos rejeitaram a proposta por 391 a 242, margem pouco inferior aos 432 votos contra e 202 a favor registrados na primeira votação em 15 de janeiro.
Diante do resultado, o Parlamento britânico volta a se reunir nesta quarta-feira para discutir o Brexit, desta vez deliberando se a saída se dará no dia 29 de março, como originalmente planejado, mas sem acordo de transição com o bloco europeu. A expectativa, porém, é que esta opção também seja rejeitada.
Caso isso se comprove, na quinta-feira May tentará obter dos parlamentares aprovação para negociar com a UE uma extensão do chamado Artigo 50, que regula o processo pelo qual países podem deixar o bloco. Esta provisão efetivamente adiaria a saída do Reino Unido da UE, dando mais tempo para May negociar novo acordo que satisfaça tanto o público interno quanto o bloco, embora este já tenha indicado que não há mais concessões ou maneiras de viabilizar o processo além das que foram rechaçadas nesta terça.
Mais uma vez, os eurocéticos do próprio partido de May, o Conservador, foram os principais algozes do acordo apresentado pela primeira-ministra. A maior crítica desse grupo é ao mecanismo proposto para evitar que, após o Brexit, sejam impostos controles de fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, integrante da UE.
Depois do Brexit, esta será a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e o bloco, mas a imposição de controles fronteiriços violaria o Acordo da Sexta-Feira Santa, que em 1998 pôs fim à insurgência liderada pelos católicos da Irlanda do Norte, favoráveis à unificação com a Irlanda.
Para evitar isso, a UE propôs que, durante o período de transição regido pelo acordo, que vai até o fim de 2020, o Reino Unido permaneça em uma união aduaneira com o bloco. Depois, seriam negociadas novas regras capazes de satisfazer britânicos e irlandeses. O temor dos defensores mais radicais do Brexit, porém, é de que não surja uma alternativa, e a união aduaneira se prolongue indefinidamente.