Menos é mais?
Desde projetos criativos a atividades mecânicas ouvimos repetidas vezes durante o processo de trabalho a frase "menos é mais". É difícil determinar qual a sua origem e em que época foi registrada pela primeira vez. No entanto é irreal negar a popularização da expressão após adotada como lema do arquiteto modernista Mies Van Der Rohe no século XX.
Mies foi um dos pioneiros do movimento que revolucionou as construções antes exorbitantemente ornamentais. Ele defendia a ideia de uma arquitetura racional que envolvia uma intensa depuração da forma, atrelada às necessidades impostas pelo lugar. Essa ideia de arquitetura limpa e racional foi vendida mundo a fora fazendo o modernismo ser reproduzido por toda parte como um estilo internacional. Muitas das reproduções deste modelo foram realizadas sem critério, não levando em consideração adaptações necessárias ao clima, humanização de espaços e referências culturais. Em 1966, Robert Venturi, arquiteto pós-modernista, em contraposição a frase de efeito de Mies surgiu com a expressão"menos é tédio" incentivando uma arquitetura mais divertida, acolhedora e com personalidade única. Uma crítica bem humorada à frieza da arquitetura moderna que estava sendo reproduzida sem muita cautela ao entorno.
Menos é mais. Essas três palavras de autoridade sem dúvida marcaram um período histórico na produção de arte de cultura mundial abolindo o supérfluo. No entanto aplicá-la em qualquer contexto pode ser uma reprodução do mesmo erro de alguns arquitetos modernistas ao reproduzir um estilo universal sem uma análise de contexto. Às vezes menos é apenas menos.
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4 aInteressante sua colocação. Acredito que podemos levar esta reflexão a inúmeras outras áreas. Em outros contextos, a negligência da análise das necessidades específicas também acabam deixando o produto final genérico e menos assertivo.