A MENTE DE CRISTO
CARACTERÍSTICAS DE UMA MENTE SEMELHANTE À DE CRISTO
A mente de Cristo! Não nos é dito para ficarmos de bom humor, nem para termos uma mente purificada pela disciplina, nem um intelecto aguçado, tampouco o mais elevado status humano em devoção e virtude, mas, sim, a verdadeira mente de Cristo mesmo. Isso não significa meramente tornarmo-nos parecidos com Cristo. Significa pensar os mesmos pensamentos dele. Isso não é um desejo; é uma ordem. Devemos ter a mente do único ser humano perfeito que esteve sobre a terra: a mente do Deus-homem. Jesus Cristo. Dá pra entender por que isso é algo a ser processado ao longo de sua vida?
Seis versículos do Novo Testamento descrevem ou dão a entender como deve ser a mente do cristão. Em cada um deles é mencionada a palavra mente ou são mencionadas as suas funções. Com base nesses versículos, podemos considerar seis adjetivos que descrevem o ideal de Deus para sua mente.
Comecemos nosso estudo considerando estas seis características.
1. VIVA – “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz (Romanos 8.6).
Sem Cristo, estamos mortos. Em Cristo, temos vida eterna. Jesus disse algo mais do que simplesmente viver. Disse que veio a fim de que tenhamos vida abundante. Você mostra essa vida (ou morte), constantemente, mediante as decisões que toma. Quando você coloca a mente no Espírito, experimenta vida. Você pode escolher no que queira pensar. Por isso é tão importante a vontade. “Porque a inclinação da carne é morte” (Romanos 8.6). A mente colocada no espírito é viva e ativa. A vida se distingue pela atividade. A mente de Cristo não é preguiçosa. Desfruta do trabalho. Às vezes, reflete
sobre a Pessoa de Deus. Às vezes ora. Às vezes, traz os propósitos de Deus em nosso diálogo com outros cristãos ou com alguém que não é crente. A mente que é viva escolhe o espiritual em vez do carnal.
2. PERSEVERANTE – “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.” (2 Coríntios 11.3)
Em outras palavras, a mente de Cristo é perseverante na fidelidade a Cristo.
Um de nossos problemas espirituais é a distração. Muitas vezes, a distração ocorre em consequência do assédio das coisas que nos tiram a contração.
Nossa mente caminha em centenas de direções no decorrer do dia. A perseverança é um ato da mente. O cristão perseverante presta atenção a Cristo, a seus mandamentos, a sua Pessoa e aos seus modos de agir. Sua mente deve ocupar-se da sincera e pura devoção a Cristo. A perseverança é a disciplina da atenção.
3. HUMILDADE – “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2.3)
Não se pode ser humilde se não se é despretensioso. A humildade segue a despretensão. A humildade se refere a uma relação com as demais pessoas e com Deus. A despretensão é um estado da mente. O contrário de humildade é altivez, orgulho ou arrogância. Os membros do corpo de Cristo aprendem a submeter-se uns aos outros mediante a humildade. Podemos fomentar a humildade ao nos concentrarmos em uma genuína apreciação da Pessoa de Deus. Este é o ponto de partida. Na Bíblia, aqueles que se encontraram com Deus quase sempre sentiram primeiro verdadeiro terror ou temor diante dele.
O temor piedoso, e não um temor carnal. Os que se encontraram com Deus conheciam a necessidade da humildade. De imediato, reconheceram a enorme diferença que havia entre Deus e eles mesmos. Um melhor entendimento da grandeza de Deus levará você a ter uma melhor compreensão de si mesmo. O cristão humilde tem a segurança de entender sua posição sob a grandeza de Deus.
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4. PURA – “Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes, tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas.” (Tito 1.15)
Aqui a pureza é descrita como o estado natural do cristão. Chega-se à impureza pela corrupção da mente e da consciência. O estado espiritual normal – de ser cheio do Espírito de Deus e crescer em Cristo – é difícil de ser mantido. Uma razão para isto é o constante ataque da informação sobre nossos sentidos. As tentações têm oportunidades de nos levar a esferas do pensamento nunca antes conhecidas. A televisão, por exemplo, pode conduzir impurezas até mesmo à intimidade do lar. A sensualidade é cativante. A inveja é mais traiçoeira. A avareza é sensivelmente a via para uma posição importante. A ansiedade está em moda.
O pecado está em todas as partes. A fim de vencer as tentações para a impureza, você tem que desejar ser puro. Até que esse desejo se transforme em sua paixão, você se sentirá bombardeado pelas impressões que invadem seus sentidos. Se seu desejo de pureza é sincero, Deus lhe proporcionará a condição de vencer as impurezas. O mais seguro é fugir por completo da tentação. O salmista usou essa tática quando disse: “Não porei coisa torpe diante de meus olhos” (Salmos 101.3). Você pode assegurar a vitória antes da tentação, não durante ela. O vencer é um ato prévio. Implica tomar a decisão
de permanecer puro antes que chegue a tentação.
5. SENSÍVEL (RECEPTIVA) – Quando, na noite de sua ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos, “então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lucas 24.45).
Será que hoje o Senhor não pode abrir algum entendimento? Quando Jesus escolheu os seus discípulos, reconheceu neles uma virtude que fazia deles pessoas idôneas para três anos e meio de instrução intensiva. Os discípulos nem sempre aprenderam rapidamente, mas eram pelo menos pessoas interessadas em aprender.
Poderíamos chamar a essa virtude sensibilidade ou receptividade. Eles estavam abertos aos seus ensinos. Observamos o contrário de sensibilidade ou receptividade em 2 Coríntios 3.12-16. Falando acerca dos israelitas no deserto, Paulo diz que “o entendimento lhes ficou endurecido”. Paulo afirma: “... sim, até o dia de hoje, sempre que Moisés lhe é lido, um véu está posto sobre o coração deles”. Em Cristo, entretanto, o véu é tirado. A estreiteza espiritual dos fariseus e saduceus era intencional. Eles eram presumidos em sua própria justiça e não compreenderam a vinda de seu Messias. Ser
insensível a Deus é ser espiritualmente fechado. A sensibilidade dever ser exercida em relação a Deus. Não devemos ser sensíveis a qualquer coisa e a todas as coisas. Os discípulos foram sensíveis quando pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Nessa petição, não estavam simplesmente cobiçando o grande poder de Jesus de realizar milagres (antes se lhes havia dado autoridade para curar os enfermos e expulsar os demônios). Na verdade, eles percebiam em Jesus uma relação com seu Pai que desejavam imitar.
Jesus era profundamente espiritual, e eles queriam essa virtude da espiritualidade em sua própria vida. É indispensável a sensibilidade para com Deus a fim de que haja progresso na vida espiritual. Você tem que ser sensível ao Espírito Santo de Deus. Como pode cultivar essa sensibilidade?
Uma maneira é dedicando-se tempo ao estudo da Palavra de Deus. Jesus abriu o entendimento de seus discípulos especificamente para que compreendessem as Escrituras. Deus quer que você compreenda sua Palavra, porém você não pode compreendê-la se não dedicar tempo à sua leitura. A oração também sensibiliza seu espírito. Quando os discípulos quiseram imitar a Jesus, pediram-lhe que os ensinasse a orar.
6. PACÍFICA – “... mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Romanos 8.6)
A mente espiritual é pacífica. A paz é um fruto do Espírito (Gálatas 5.22),
Não é algo que possamos conquistar por nós mesmo. Sua responsabilidade é fixar sua mente em Cristo. Cabe a Deus proporcionar a paz. Jesus teve paz. Sua vida estava livre por completo do pecado e das assolações do sistema do mundo. Ele prometeu alívio aos sobrecarregados. Você encontra alívio ao aceitar o jugo de Cristo.