Mercado de carbono, o mínimo que todos devem saber
Este artigo apresenta conhecimento essencial para entender, de forma simples e objetiva, pontos importantíssimos sobre o mercado de carbono e suas características no mercado atual.
O conceito de mercado de carbono emergiu como uma resposta inovadora e pragmática à crescente preocupação global com as mudanças climáticas, especialmente em relação à necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.
Este sistema de mercado foi desenvolvido com o objetivo de incentivar a redução de emissões de forma mais eficiente e econômica, oferecendo uma solução viável tanto para o setor público quanto para o privado.
No coração do mercado de carbono, está a ideia de que países, empresas e outras organizações podem comprar e vender "créditos de carbono". Estes créditos são essencialmente permissões quantificáveis que representam o direito de emitir uma certa quantidade de GEE, usualmente medidos em toneladas de dióxido de carbono equivalente.
A lógica subjacente é que, ao colocar um preço no carbono, cria-se um incentivo econômico para reduzir as emissões e investir em tecnologias mais limpas e eficientes. Um exemplo prático ajuda a ilustrar como funciona esse sistema:
Consideremos duas empresas, A e B, ambas com metas anuais de redução de emissões de carbono fixadas em 10 toneladas. Ao final do ano, a empresa A consegue superar sua meta, reduzindo suas emissões em 15 toneladas, graças, por exemplo, a melhorias na eficiência energética ou ao uso de fontes de energia renováveis. Por outro lado, a empresa B enfrenta desafios e consegue reduzir apenas 5 toneladas de suas emissões.
Neste cenário, a empresa A possuí um "excedente" de 5 toneladas de emissões que ela conseguiu economizar além de sua meta. Este excedente pode ser transformado em créditos de carbono. Por outro lado, a empresa B, que não atingiu sua meta, precisa de uma maneira de compensar suas emissões adicionais.
Aqui, entra o mercado de carbono: A empresa A pode vender seus créditos excedentes para a empresa B. Dessa forma, a empresa B pode "comprar" a redução de emissões que não conseguiu atingir, cumprindo sua meta de forma indireta.
Cada crédito de carbono corresponde a uma tonelada de CO2 (ou equivalente) que foi evitada de ser emitida na atmosfera ou que foi efetivamente removida dela, seja por meio de práticas de reflorestamento, captura e armazenamento de carbono, ou outras medidas.
Os tipos de mercado de carbono...
Existem dois tipos de mercado de carbono: O mercado regulado e o mercado voluntário.
No mercado regulado há a imposição de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa pelo Estado a setores da economia.
Neste caso, quem não atinja o objetivo de redução poderá adquirir créditos de quem tenha reduzido suas emissões em quantidades além da própria meta.
Em outras palavras, quem extrapole o teto de emissões deverá adquirir créditos de quem não tenha atingido seu limite de emissão.
Já no mercado voluntário não há a presença da imposição de metas pelo Estado, e a aquisição de créditos e a compensação de emissões ocorre de forma espontânea por empresas e organizações, geralmente por questões de reputação perante a sociedade.
Carbono equivalente (CO2e)...
O grupo dos gases de efeito estufa é composto por Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Fluorcarbonetos (HFCs, PFCs, SF6), Vapor de Água (H2O).
Quando falamos em carbono, em sentido amplo, estamos falando em carbono equivalente, que é a unidade de medida utilizada para representar o potencial de contribuição com o aquecimento global de cada um dos gases de efeito estufa (em inglês, Global Warming Potential).
O dióxido de carbono, o mais famoso deles, é utilizado como base para comparação, sendo 1 o seu valor.
Assim, os outros gases podem ser convertidos em uma única unidade para que seus impactos ambientais sejam quantificados.
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O valor do potencial de aquecimento global do metano, por exemplo, é 21, ou seja, a emissão de 1 tonelada do elemento causa os mesmos impactos que o lançamento de 21 toneladas de CO2 na atmosfera.
A diferença entre neutralidade de carbono e net zero...
Você sabe a diferença entre neutralidade de carbono e net zero?
Os dois termos são muito utilizados por empresas, organizações e entidades que buscam reduzir seus impactos frente ao meio ambiente e demonstrar responsabilidade ambiental.
No entanto, eles não são sinônimos.
A neutralidade de carbono é mais restrita e diz respeito à compensação de todas as emissões de carbono, e demais gases de efeito estufa, geradas pelas operações do emissor.
Já o termo net zero é mais amplo, correspondendo não somente à compensação das emissões originadas pela operação do emissor, como também por toda a cadeia de valor que envolve sua atuação, desde os fornecedores até os clientes que adquirem e utilizam seus produtos e serviços.
Assim, atingir a neutralidade de carbono não significa ser net zero. Porém, para ser net zero é necessária, dentre outras questões, a neutralidade de carbono.
Sobre o Instituto Brasileiro de Sustentabilidade - INBS:
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Consultorias, palestras, treinamentos e capacitação são alguns dos serviços que prestamos tanto a pessoas e organizações nacionais quanto internacionais.
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Analista Ambiental| Sustentabilidade| Gestão da Qualidade
5 mInstituto Brasileiro de Sustentabilidade - INBS É muito bom vocês terem trazido a tona esse assunto importante, pois esse conhecimento atrelado ao incentivo da implementação dessa estratégia nas empresas como forma de reduzir cada vez mais as emissões dos gases que são nocivos a camada de ozônio. Adorei conhecer mais sobre o tema. Pela breve leitura e em comparação com outras estratégias implementadas nas organizações , vejo que inicialmente e feita a corrida pelo o alcance da meta, devido aos compromissos firmados, porém há aquelas empresas que se sobressaem nessas estratégias implementadas através da melhoria continua dos seus processos ao longo de toda cadeia produtiva, e acabam enxergando valor nessa prática, pois além de contribuir positivamente com a redução das emissões na atmosfera, também acaba por ser uma ferramenta essencial para trazer mais eficiência nos processos e ainda garante maior competitividade no mercado. Em outras palavras: é algo que começa de forma reativa, e depois passa a ser proativo, devido aos benefícios extraídos dessa prática (aplicação das estratégias de créditos de carbono). #sustentabilidade #ESG
Gestão de Pessoas / Administração / Recrutamento & Seleção/ Treinamento
10 mMário, levanto aqui: três questões com respeito a instalações de painéis Solares: Que os KWh injetados pelas placas Solares; as Empresas Fornecedoras de Energia ( Light) pagam o valor (R$) mais baixo que os Kwh por elas fornecidos; Segunda questão: A limitação dos Kwh que a Empresa impõem no abatimento final da conta do consumidor. O acúmulo gera créditos que o consumidor saí perdendo. Terceira questão: Na tributação do ICMS, o cliente é tributado duas vezes. Ele paga pela energia injetada, e pela fornecida, pela Concessionária (Light). O motivo que levanto essas questões para vc, mestre, em Desenvolvimento Sustentável? Um país como o nosso deveria ter políticas que apoiassem aos consumidores, e não as as grandes Concessionárias fornecedoras de energia. Essas questões levantadas precisam passar por mudanças para que estimule o pequeno comerciário, como o cliente residencial à investirem no fornecimento de luz solar. Até, porquê carecemos em Cidades de fornecimento de Luz pelas Concessionárias. E o próprio equipamento já é caro, e fica sem sentido, se ainda continuar sujeito o crivo da Concessionária, que é o que me parece que é quem manda no negócio. Mestre, Mário levante essa bandeira.
Muito interessante a explicação sobre neutralidade de carbono e Net Zero. Informação essencial.
Economia | Finanças Sustentáveis | Avaliação de Riscos e Oportunidades ESG
11 mImportante, a redução da regulação/viabilidade de novas tecnologias. O mercado de crédito de carbono acontece para compensar o que não foi reduzido. Algumas empresas estão nos setores chamados "hard-to-abate", onde ainda não há tecnologia viável atualmente para reduzir suas emissões. A essas faz-se necessário mercado de compensação. Às demais, compensar pode servir para encobrir problema com suas metas de redução. Importante diferenciar setores quanto a essa dificuldade, para não haver conivência com o "emite agora, compensa depois".