Metas: tão importante quanto o destino é o caminho

Nos últimos dois meses, observei um movimento interessante aqui no LinkedIn. Em dezembro choveram posts sobre metas para o próximo ano, já em janeiro a timeline ficou recheada de conteúdos motivacionais sobre a melhor forma de alcançar os objetivos propostos no mês anterior.

Eu acredito na força dos rituais de fim e início de ciclos, porém quando se trata de metas, creio que a melhor forma de alcançá-las é de forma constante e progressiva. O resultado é, sim, importante, mas o caminho que percorremos até a conquista é o que determina a satisfação, reconhecimento e o valor que damos para a conquista da meta.

Isso tem muito a ver com “accountability”, um termo que não tem uma tradução literal para a língua portuguesa e está relacionado com a capacidade de uma pessoa em cumprir com os combinados que foram feitos aliadas a um conjunto de práticas utilizadas para prestar contas e se responsabilizar pelas suas ações.  - inclusive consigo. 

Quando se trata de metas pessoais, eu gosto bastante de começar o ano fazendo um roadmap de tudo que eu preciso fazer para transformar meus objetivos em algo real, mensurável e com prazos pré-estipulados.

No mundo corporativo, a técnica SMART combinada com o roadmap, não é novidade. Quem trabalha com gestão de projetos sabe de cor e salteado e quem não conhece ainda vale a pena pesquisar e aprender sobre.

Basicamente é um roteiro que descreve, de forma bem detalhada: onde e quando quero chegar, em qual parte do caminho estou, quais passos devo dar para chegar ao objetivo e quais métricas vou usar para mensurar o meu progresso.

Cumprir prazos e metas é um exercício de planejamento e concessões e precisa de ainda mais disciplina quando os planos são apenas nossos, por isso separei cinco dicas que me ajudam muito nesse processo:

• Não terceirize o que é importante para você. Tenha uma rede de apoio, com profissionais especializados que te acompanharão, mas assuma a responsabilidade para executar o plano.
• Às vezes condicionamos a nossa meta a fatores externos. Por isso é importante criar objetivos que dependem apenas de você.
• Seja realista. A pandemia já nos ensinou que imprevistos podem acontecer, por isso o roteiro precisa ser flexível e dinâmico para se adaptar às possíveis mudanças que possam surgir, sem perder o foco daquilo que se busca.
• O menos é mais. Uma ou duas metas cumpridas é melhor que várias abandonadas. O insucesso causa frustração, desmotiva e desanima. Eu, por exemplo, me comprometo com apenas 3 macro-metas que geralmente se dividem em: finanças, saúde e relacionamento e partir dessas certamente muitas micro-metas e compromissos irão surgir.
• E por falar em micro-metas, é importante incluí-las no seu plano de ação. Fica muito mais simples quando as grandes tarefas são organizadas em pequenos “to dos” e “milestones”. Por exemplo, se a minha meta financeira for poupar uma quantia determinada de dinheiro, as micro-metas podem ser: aumentar meus rendimentos ou rever gastos e reduzir custos, quais os grandes marcos? E o que depende só de mim para atingir pequenas conquistas? Se a minha meta de saúde for reduzir alguns quilinhos, ou melhorar o condicionamento físico, talvez seja interessante se comprometer com uma boa alimentação e treinos semanais. Como vou incluir isso na minha rotina diária e qual será meus targets desse período? Por exemplo, que dias e horários vou treinar? Terei que levar marmitinhas ou tenho acesso ao cardápio que preciso?  Você vai se surpreender com a satisfação de dar um check nos passos concluídos e ver que está no caminho certo, assim como tempo de rever e ajustar rotas ao longo do caminho.
• É preciso saber o que fazer depois com os resultados obtidos. Por qual motivo você está estipulando essa meta? Porque ela é importante para você? Como você se beneficiará ao atingir essa meta? É muito comum quando fazemos dieta, por exemplo, ao atingir o objetivo a gente enfie o pé na jaca para comemorar mas não temos o plano de manutenção, ou então quando obtemos uma nova certificação nos contentamos apenas com a atualização do LinkedIn e não criamos o plano de desenvolvimento contínuo ou progressão na carreira. Precisamos nos comprometer a manter os benefícios da conquista a longo prazo, reconhecer e celebrar ainda mais o valor obtido por meio desse esforço.

Estamos apenas iniciando fevereiro, foca aí em manter aquela empolgação ao fazer planos e transforme isso em ação, com persistência os resultados virão.

Comprometimento advém de uma relação entre duas pessoas - uma que solicita e outra que atende ao pedido, que também pode (e deve!) ser entre você e você. Se organize, celebre as pequenas conquistas e, logo mais, a gente faz um balanço geral.

E então, vamos?