Metaverso, negócios, location... e futuro do consumo
O termo Metaverso, não é algo novo no mundo da tecnologia, embora novo para uma boa parcela da população, assim como eu, só ficou conhecido após o Facebook anunciar investimentos em um novo mundo sucessor da internet. Mas na verdade o tema foi introduzido por Neal Stephenson em 1992 em seu romance de ficção científica “Snow Crash”, onde humanos, como avatares, interagem uns com os outros e agentes de computador, os NPCs, em um espaço virtual tridimensional que funciona como um mundo real, mas que no caso como o próprio escritor mencionou que o metaverso do livro, não tem nenhum vínculo com Facebook. E vimos essa “experimentação” em tantos filmes como Marvel e outros super-heróis além de séries de TV, ou jogos das últimas décadas, que retratam uma pequena noção do novo mundo.
O metaverso podemos definir como uma proposta de expansão para as tecnologias de internet atuais, sendo assim um futuro da internet. A ideia é fazer com que as pessoas acessem o metaverso por meio de computadores, smartphones, televisores, dispositivos em geral (oculus®) além de ter a ver a realidade aumentada (AR), realidade mista, realidade virtual (VR) e tecnologias gerais do mundo virtual como games e afins.
Mas pense, isso não é somente algo relacionado a games e jovens. Claro, você não está totalmente errado, mas haverá diversas maneiras das pessoas interagirem e consumirem conteúdo nessa nova experiência imersiva. O ponto que quero atingir é quão rápido esses conceitos, de acordo com o desenvolvimento de hardware, software e tecnologia de rede, telecomunicações, moldam e sustentam um mundo dos negócios em breve, atividades industriais e seus estilos de vida pessoais e sociais.
Para você se situar um pouco, vou citar um exemplo, imagine você em seu quarto poder sentir como se estivesse numa praia, sentar-se em um quiosque, observar o mar, ter o carro que sempre sonhou, os novos simuladores de treinamentos militares, esse é o mundo que está prestes a ser explorado em escala.
Por outro lado, há muita tecnologia por trás para que tudo isso se sustente e funcione, a citar, a própria infraestrutura de rede como 5G recém-chegado, Big data (Giant data), leitura e captação de dados abertos como mídias sociais, fotos, câmeras de segurança e sensores para que seja possível ter capacidade de processamento para ser possível recriar um ambiente digital do mundo real.
E o GIS está entre as principais tecnologias fundamentais, para ajudar na construção desse mundo, assim como é na vida real, a conotação geográfica faz parte de 99% do dia a dia de uma pessoa, a geografia do consumo (location based), o principal contexto de uso do GIS é tornar uma experiência imersiva do mundo real neste metaverso, portanto diversas empresas vem utilizando diferentes modelos de dados 3D, terrenos, imagens, nuvens de pontos, sensores, superfícies de cidades entre outros, tudo relacionado a localização, para que seja possível recriar um gêmeo digital do mundo real, utilizando os conceitos de camadas sobre camadas do mundo GIS.
Já vivenciamos diversas experiências de uso de Realidade aumentada e realidade virtual seja nos games (exemplo: Pokémon Go), no mundo da engenharia e arquitetura (utilizando de óculos, GIS e BIM para simulação dos ambientes planejados indoor) entre outros, agora com o próximo passo dessa tecnologia toda misturada, o metaverso. Na última NRF (Retail Big show, maior evento de varejo do mundo) realizado em Nova York semana passada, ficou claro que as principais tendências e desafios do varejo continuará ser a exploração de tecnologia, digitalização e comportamento de consumidor, porém um novo comportamento aponta para cada vez mais a proximidade do METAVERSO no varejo. As empresas varejistas estão apostando com tudo, pois o futuro do conceito de consumir (possuir posse de algo, ostentar) é a tal “posse virtual” (idem a games, porém, itens reais) através de outras tecnologias como NFT’s (Non-Fungible Token), porque criar lojas virtuais no metaverso, contendo itens colecionáveis, personalizados e raros tem girado bilhões de dólares no mundo inteiro. O volume total de vendas de NFTs chegou a US$ 12 bilhões, equivalente a R$ 66,9 bilhões, no ano de 2021 refletindo um novo modelo de consumo, tornando itens extremamente desejáveis, possíveis de compra onde a ideia é: já que não tenho na vida real, nesse novo universo posso ter! como por exemplo uma arte famosa, ou uma mansão em Beverly hills ou Calabasas, itens e artigos de luxo como Balenciaga, Burberry, Lamborghini, tem causado um frenesi nos jovens, atletas, empresários e visionários, movimentando muito dinheiro e impulsionando novos negócios, afinal, se por lá, são feitos de avatares, eles também precisam usar roupa, ter um estilo de vida, residência etc.
Mas tudo que nos leva a perceber é que o varejo não é feito apenas de compra e venda, e sim, muito mais que isso, trata-se de relacionamento, conexão, interação, fazer parte de tudo, experiências, com seja qual for a marca que se identificam tanto no mundo físico quando digital, exemplo disso são as megastores espalhadas pelo mundo como NBA Megastore (Brasil), Nike (EUA), Cacau Show (Brasil), M&M's, Lego (Reino Unido) entre outras tantas que oferecem uma experiência rica e única a seus clientes.
E por falar em dinheiro, a tendência é que nesse universo a tendência é que a moeda oficial seja a crypto moeda, incorporando ainda mais serviços financeiros ao dia a dia do varejo. E não se trata apenas de uma onda hype do momento, trata-se sim da aceleração da digitalização do mundo ocasionado pela pandemia, que trouxe para a realidade atual, em função de algumas necessidades, inovações que eram tendência para alguns anos à frente já começam ser vistas agora.
Recomendados pelo LinkedIn
Conforme afirmado em forbes.com, neste último natal os NFTs foram opções de presentes, provando que o varejo já está se reinventando para novas formas de consumo. Além de marcas, artistas plásticos, visionários, empresas imobiliárias e de arquitetura, os atletas e os músicos e até os militares americanos também estão investindo pesado no metaverso e NFTs, como por exemplo: Michael Jordan, Serena Williams, Odell Beckham Jr, Neymar Jr e músicos como Justin Bieber, Travis Scott, Ariana Grande entre outros pois a lista é enorme, comprovando que não é só uma onda e sim uma revolução dos negócios.
E o papel do GIS vejo como essencial conforme disse anteriormente, assim como Jack Dangermond, co-fundador da empresa de geotecnologia Esri mencionou em uma entrevista, “o GIS é um sistema nervoso inteligente para o planeta. Ele serve como um sistema de registro, um sistema de engajamento e um sistema de insights, para capturar dados do mundo real, compartilhar entre pessoas e encontrar tendências e padrões para entendermos melhor o mundo e nos prepararmos melhor para ações. E com a ajuda de diferentes tipos de integração de sistemas, esses mapas estão ganhando vida, trazendo o Real-Time, Iot e alavancando IA e ML para apoiar as diversas decisões de diferentes situações específicas de forma e rápida”.
E é assim que eu vejo o uso e a importância do GIS nessa tendência de metaverso, sendo o verdadeiro gêmeo digital do mundo real, onde os humanos do Universo participam e interagem virtualmente dentro dele, através de coordenadas xyz do mundo real e xyz do metaverso, para que possamos fazer coisas que só podíamos fazer pessoalmente no mundo físico, também no metaverso. Em breve volto aqui, para trazer mais novidades sobre o tema, já que estamos apenas engatinhando com o tema e já temos bilhões de dólares transacionados nesse novo mundo digital.
E você, o que acha desse tema? Deixe seu comentário ou compartilhe sua opinião.
Obrigado pelo tempo e bons negócios.
Jeferson Cruz
Levando Soluções de Inteligência Geográfica ao mercado de Utilities e Sustentabilidade | Imagem – Soluções de Inteligência Geográfica
2 aAdorei seu artigo, concordo com você da importância do contexto espacial no metaverso. O tema é muito curioso e ainda vai dar o que falar.