As metodologias ágeis são “a cara” do Brasil, não acha?
Durante este primeiro semestre do ano, estudei um pouco sobre as diferentes metodologias de gerenciamento de projetos nas aulas da pós-graduação em Design de Interação. Mas enquanto ouvia minha professora dissertar sobre o PMBOK, como uma boa ex-estudante de artes e atual designer de startup, me pegava pensando em como este conjunto de práticas parecia burocrático e desanimador. Até que começamos a conversar sobra as metodologias ágeis e eu pensei: "Nossa, faz muito mais sentido mesmo!".
Para a realidade e cultura do brasileiro, as metodologias ágeis de gerenciamento de projetos parecem ser, de maneira geral, a escolha perfeita para o desenvolvimento da maioria dos processos. Afinal, trata-se de um método
- adaptativo;
- flexível;
- simplista;
- orientado a pessoas;
- que envolve o comprometimento do cliente;
- e entrega o que é desejado, ao invés do que foi planejado.
Não é atoa que o país tem uma nota média de 2,59 em nível de maturidade na área de gerenciamento de projetos, um número muito baixo em relação ao indicador ideal. Uma pesquisa do MPCM de 2017, mostra que temos uma significativa presença de organizações brasileiras que iniciaram os estudos sobre as boas práticas do PMBOK, mas que aparentemente não conseguiram aplicar os conhecimentos a ponto de otimizar efetivamente seus processos. O que, em termos de aspectos culturais, me parece compreensível, tendo em vista que a abordagem mais tradicional (ou Waterfall) é
- rígida, em um cenário cultural no qual temos que lidar frequentemente com adaptações;
- preditiva, para uma realidade político-econômica imprevisível;
- burocrática, onde o povo tem aversão naturalizada à burocracias;
- e envolve pouco o cliente, que, por sua vez, baseia-se na documentação (burocracias) para confiar no desenvolvedor do produto.
Não que o Waterfall não funcione no Brasil. Na verdade, parece ser a metodologia ideal para projetos grandes e altamente críticos, com uma cultura de controle, equipes muito grandes, restrições de confiabilidade, planejamento estratégico e que exigem mais formalismo – aqueles na área de construção civil, por exemplo. Mas o Agile é mais versátil, sendo aplicável em uma gama mais ampla de tipos de projetos, que vão do desenvolvimento de uma nova tecnologia, à montagem de uma peça de teatro, por exemplo.
O Manifesto Ágil surgiu em 2001 para otimizar a indústria de desenvolvimento de softwares, mas parece ter servido como uma luva para a cultura brasileira de realização de projetos e tem enorme potencial de ajudar a "amadurecer" os gestores de diversas áreas, em uma realidade cada vez mais mutável, imprevisível e veloz.
Acha que eu viajei demais? Isso faz algum sentido para você? Gostaria muito de saber a sua opinião a respeito :)
Gestão de produtos e processos | Empreendedorismo | Design Thinking | Yellow Belt
5 aFaz muito sentido, principalmente a adaptabilidade que usar metodologias ágeis proporciona. ;)
Produção de eventos | Gestão de projetos | Arte educação à distância | Revisão de textos
5 aGostaria de entender melhor sobre o assunto.