Meu dia na casa do BBB

Preparados para os fatos (des) importantes desta semana?

Vamos falar de Big Brother Brasil? Vamos. Como prometido, hoje vou contar sobre meu dia na casa do BBB. Antes, vou dar meus pitacos sobre a edição 24.

Mas, claro, lembrando que todas as opiniões sobre os participantes têm validade de 24 horas. Dito isso, hoje eu aposto que o merendeiro Maycon será eliminado. Além de ter escolhido Yasmin Brunet como alvo quando a modelo ainda tem muito a entregar, ele pisou feio na bola quando quis dar um apelido para Vinicius pelo simples fato do atleta não ter uma perna. Preconceito, babaquice e todos os outros xingamentos que você preferir.

Falando no atleta, foi mesmo uma péssima primeira prova, 100% capacitista. Não dá pra acreditar que a emissora colocou uma pessoa com uma prótese na perna para competir em ambiente onde a mesma seria molhada, sem, ao menos, perguntar se ele estava apto para fazer a prova, se queria trocar a prótese. A Globo tentou se redimir? Tentou. Agora a gente dá mais uma chance para ver se este erro vai acontecer novamente nas próximas provas.

Por enquanto, o ponto alto da edição rolou no primeiro dia, quando os participantes puderam escolher outros competidores e deixaram todos os padrões do lado de fora da casa, ainda que isso custe o prêmio para alguns deles.

E é isso. Por enquanto, sem muitos comentários. Até porque não tenho preferidos. Quer dizer, tenho. Minha participante favorita de todas as edições é a TRETA! Isso mesmo, eu quero ver povo gritando, causando, fofocando. E temos muito potencial com esse elenco. Boninho e equipe capricharam nas escolhas e eu to só com o balde de pipoca na mão aguardando como será a primeira festa da casa.

Meu dia na casa

Agora, promessa é dívida. Então, vou dividir com vocês como foi meu dia na casa mais vigiada do Brasil. O ano era 2014 e fui contratada para ser editora do site do programa. Meu turno era o da madrugada e eu chegava às 22h, para fazer o vivo do programa, e saía às 6h. Dos três turnos, esse é o mais preocupante, onde o bicho pega, as fofocas e festas acontecem, as tretas são criadas. E eu amava a galera da madruga.

Vale registrar que a Globo mandava um carro para me buscar e me levar todos os dias. E não só a mim, claro, mas todos que trabalhavam nos bastidores do programa. E eu só vi esse cuidado mesmo com a equipe do BBB. Em outros programas que trabalhei, eu ía e voltava com meu carro mesmo. Sim, a verba de produção é enorme, mas falaremos sobre isso em outra newsletter.

Vamos parar de enrolação e ir direto ao ponto. Um dia antes de o programa estrear, a Globo pegou 14 funcionários de confiança e colocou dentro da casa. Se passara 10 anos desde então, mas é importante dizer que, na época, havia toda uma preocupação para que não vazasse nenhuma imagem da casa. Tudo era segredo. Então, sim, precisavam de funcionários de confiança, que topassem entrar na casa sem celular para que nenhuma imagem fosse compartilhada.

Apesar de as redes sociais já estarem bombando em 2014, a TV Globo entendia que o público de casa, quem não tá 100% online, deveria ter o privilégio de ver tudo em primeira mão. Hoje, como sabemos, essa estratégia mudou. Influenciadores e artistas da emissora são convidados a entrarem na casa para mostrar cada cantinho, dando início ao esquenta do programa.

E, dessa forma, fui parar dentro da casa. Curiosa que sou, fui logo conhecer os quartos. Fiquei encantada com um abajur formado por gelos e decidi colocar a mão pra ver como era. Pra que??? Assim que toquei, o abajur desmoronou. Isso mesmo, a peça se desfez. Eu morri de vergonha, uma voz soou pela casa solicitando a equipe para retirar as peças e resolver o problema.

Depois decidi ir para a área externa, mas estava muiiiito calor. Sério, Rio de Janeiro né, verão. A temperatura estava tão alta que uma escultura de um puma (acho) que ficava no entorno da piscina estava desmanchando. Isso mesmo, a pintura do animal estava se desfazendo. A produção também notou e pediu para que a equipe de cenografia desse uma solução para o problema.

Exausta, fui para a cozinha, sentei na mesa e fiquei de papo com outros fake brothers rs. Confesso que eu não tava muito animada com a experiência. Ficar sem meu celular, sem saber nada do que estava acontecendo aqui fora, foi me dando uma angústia, uma crise de abstinência, sabe.

Fui pra sala e decidi deitar no sofá, descansar e curtir o ar condicionado. Pronto, ouvi meu nome no alto falante e pensei: "que merda fiz agora?" Mas era só um alerta para que a cenografia entrasse na casa e arrumasse a cortina. Quando deitei, a direção percebeu que era impossível filmar um cantinho do meu rosto. Como TUDO precisa ser filmado ali, a cortina tinha que ser ajeitada de modo que não atrapalhasse as filmagens.

E assim foi. Para todo canto da casa que eu me deslocava, a produção/direção encontrava um problema rs. E eu cansei. Depois de seis horas confinada, pedi no microfone para sair. Eu não aguentava mais. Sério, meu amor pelo BBB é mesmo de expectadora, no máximo profissional. Passar essa tarde na casa, confinada, sem acesso ao meu celular, meus amigos, minha família, deixou evidente que aquele não é o meu lugar.

Daí você vai dizer: Mas o prêmio vale a pena. Vale? Não sei. Aquilo ali me parece uma máquina de moer pessoas e eu não suportei mais do que seis horas de tédio. O programa é ótimo para a gente que tá aqui fora, só observando. De fato, o BBB é um experimento social e é preciso ter alguns skills de personalidade (que obviamente eu não tenho) para estar lá dentro. O programa seria para os loucos? Não acredito. Mas, para os corajosos, sem dúvida alguma.