Meus triunfos não ensinam nada a ninguém
"The Office"

Meus triunfos não ensinam nada a ninguém

Tenho adicionado sempre mais conexões por aqui. Acredito que construir uma rede de contatos de Curitiba é interessante para o meu crescimento. Tenho entrado muito no LinkedIn. Acredito que é uma das redes sociais que tenho usado com mais frequência. E como a maioria das publicações me causa reflexão, resolvi escrever também.

Hoje eu sou sócia de uma agência de marketing digital que entrei como estagiária, há 5 anos atrás. Isso, por si só, já é um fruto enorme de muito trabalho. Eu também tenho meus méritos para expor. Assim como todo mundo no LinkedIn. "Hoje fui convidado para XYZ", "Recebi o prêmio tal", fotos de viagens internacionais de férias, reconhecimentos, promoções, palestras. Tudo isso é incrível, e eu reconheço o valor dessas postagens, especialmente para quem as publica. Eu mesma já tive as minhas :)

Mas sinto falta de falar e discutir sobre problemas das empresas. Conflitos das equipes. Decepções e nervosismo. Veja, estou com 25 anos escrevendo esse texto. Nunca tive uma empresa antes. Nunca gerenciei uma equipe tão grande. E todo dia sinto frio na barriga.

Durante todo esse tempo, sofri muito de ansiedade e estresse. No último ano, especialmente, tenho cuidado mais de mim. Mas precisei aprender "pela dor" a colocar limites no meu próprio trabalho. Isso é uma dificuldade para mim até hoje. Ainda me sinto culpada por dias improdutivos. Mas vou aprender a lidar.

Assim como vou aprendera lidar com frustrações: algo que devia ter sido feito e não foi, um prazo perdido por falta de atenção, um desarranjo da equipe, demitir pessoas. Precisamos refazer aquele processo que não funciona mais. Essas ações não estão dando resultado. Alguém da equipe ficou doente, aquele cliente cancelou, uma pessoa vai sair da empresa. Um erro de digitação publicado, um orçamento errado, um recado que alguém esqueceu de passar. Um e-mail que você não estava esperando. Com algumas más notícias. E em algumas semanas, temos algumas, várias.

Então, na prática, eu entendi que meu trabalho vai mais me ensinar sobre inteligência emocional do que qualquer coisa. Tenho um segredo que é meu "cheat" da vida real: respiração consciente. E também leio livros: sobre liderança, sobre comunicação não-violenta, sobre formas de incentivar as pessoas da equipe. E tudo isso porque fui vendo que não sabia lidar com os desafios do trabalho. Estava colocando expectativas erradas sobre as pessoas. Pensava que "fulano me faz sentir raiva", "tal coisa me estressa". Eu preciso aprender a lidar com isso. Todos os dias.

Assumir a responsabilidade por minhas emoções no ambiente de trabalho é fundamental enquanto quisermos crescer. E este é o exemplo que eu quero dar e em que eu também falho muitas vezes. É frustrante abrir mão da "minha razão". Mas eu assumo a responsabilidade. Eu entendo que nada que eu sinto é culpa do outro. Antes, olho para dentro. Hoje eu percebo, que a raiva, muitas vezes, é medo. Que o estresse é medo. Que a ironia é medo. E são medos meus, que eu preciso resolver comigo essas questões. E assim eu acredito que vou construir um ambiente de trabalho saudável, verdadeiro e de aprendizado. Sigo tentando.

O que eu quero dizer com tudo isso?

Que o LinkedIn (o meu, pelo menos) vai ser um lugar para publicar mais do que os meus méritos. Pode ser um ambiente onde eu vou publicar, sim, minhas dificuldades. Não tenho vergonha de não saber, pois sei que posso aprender, e quero.

E sei também que meus triunfos não ensinam nada a ninguém.

Anselmo Ferreira

Proprietário(a), Seii Informática

5 a

Isso... não se cobre demasiadamente... você precisa de você viva e forte sempre, mas descansada... não só por um tempo.

Fernando Rocha

Inovação | Mercado Financeiro | Customer Experience | Branding | CRM | Palestrante | Administrador

5 a

Jéssica Barbosa seus triunfos podem sim ensinar algo mais pode ser mais do mesmo. Agora os fracassos e as decepções que passamos e vivemos muitas vezes ruminando dentro de nós quando compartilhamos geram dois efeitos : o primeiro de se libertar e por pra fora e o segundo de vir ao encontro da frustração de tantos líderes que poderão se sentir motivados a sair destas situações. O segredo é não se fazer de vítima.

Alexandre Pellaes

Professor, pesquisador e palestrante especialista em estudos sobre o Significado do Trabalho, RH, Liderança, Novos Modelos de Gestão e Futuro do Trabalho | LinkedIn Top Voice

5 a

Isso aí, Jéssica! Tanto triunfos como derrotas podem contribuir com o aprendizado!  Ao nos mostrarmos vulneráveis, criamos vínculos positivos e ajudamos outras pessoas também!  É muito importante termos a clareza de que Vulnerabilidade é diferente de Fragilidade.  Enquanto fragilidade é a característica de algo que é facilmente danificado ou quebrado, vulnerabilidade é a característica de algo que está exposto à possibilidade de ser danificado ou quebrado. A diferença é sutil, mas vou realçar de outra forma: Fragilidade => posso quebrar fácil Vulnerabilidade => não sou inquebrável Um abraço e viva nossa humanidade! 

Natalia Vasconcelos

Gestão Comercial e Marketing | Gestão Comercial Nacional e Internacional | Gestão de Vendas | Gestão de Relacionamento com Cliente

5 a

Bem pensado Jéssica !

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