Mexendo na Equipe que está ganhando? Pode isso?

Mexendo na Equipe que está ganhando? Pode isso?

Até que ponto a desnormatização de equipes causam disrupção? Até quando essas são perceptíveis?

Certamente já ouviu o bordão: "Em time que está ganhando, não se mexe". Pois é, a vida nem sempre joga a favor. Muitas vezes, não temos escolha e acabamos sendo obrigados a alterar os times. Felizmente, temos modelos e experiências que nos auxiliam nas tomadas de decisão. Um deles é o modelo de Tuckman para gestão de grupos.

O modelo de Tuckman é dividido em  5 estágios: Formação,  Confrontação, Normatização,  Atuação e Dissolução. Cada um dos estágios é altamente dependente do seu predecessor. Desta forma, não há como ter um grupo no estágio de Atuação, sem antes ter passado pelo estágio de Normatização.

O modelo de Tuckman descreve os estágios para desenvolvimento em pequenos grupos, apresentado para a formação e interação ao longo do tempo, e é uma tentativa de descrever e explicar o comportamento de grupos de trabalho, constituídos de poucos membros e orientados à tarefa. (Pimentel e Fuks (2011)

Tuckman ensina inclusive, que toda alteração no grupo, faz com que o mesmo volte para a fase de Normatização. Dessa forma, um grupo que está no estágio de Atuação, ao ser submetido à alteração na sua formação, regressará ao estágio de normatização. 

Na prática, essa regra faz muito sentido. Afinal, a pessoa que chega em um grupo que já está normatizado, terá de aprender: dentre outras coisas, as práticas de desenvolvimento, meios e canais de comunicação, hora de se almoçar, ferramentas utilizadas e por que não, a ética empregada para aquela equipe. Evidente, que diante de tantas coisas novas, esse “novato” irá “causar” na equipe.

“Equipe é um tipo especial de grupo em que, entre outros atributos, evidencia-se elevada interdependência na execução das atividades. Para que um grupo se torne uma equipe é preciso que haja um elemento de identidade, elemento de natureza simbólica, que una as pessoas, estando elas fisicamente próximas, ou não. Enquanto nos grupos as habilidades dos membros são variadas e aleatórias, nas equipes elas são complementares” (ANTÔNIO, 2007, p.01)

Por método empírico, o que percebe-se, é que a "desnormatização" é menos perceptível quando o processo de desenvolvimento é bem estruturado, e quando a equipe, o tem como seu. Dessa forma, é possível afirmar que, equipes aderidas à processos são menos suscetíveis à desnormatização, pois, a própria equipe garante que novos integrantes comentam menos erros, tudo sob o pretexto de estarem "não conforme" ao processo. Faz parte do comportamento humano em grupo, assegurar que todos estejam na mesma página, mas para isso, têm que se ter algo que os una. No nosso caso o processo de desenvolvimento de software.

O processo de desenvolvimento de software, além de estabelecer papéis, práticas e artefatos, garante uma unidade capaz de transformar grupos em equipes. Afinal, por meio deste, estabelece -se regras que é o caminho para a aquisição de um objetivo comum. Uma equipe aderida à processo, é uma equipe aderida à convicções. Pois, sabe-se de onde vem, e, para onde quer ir.

Desta forma, é possível afirmar que: desde que se tenha um processo de desenvolvimento robusto e prático, com práticas bem definidas; uma equipe que saiba onde quer chegar. É possível de se realizar alterações no grupo sem que indicadores de qualidade e produtividade sofram grandes alterações. Pois, os próprios integrantes do grupo se encarregarão de normalizar os novatos.

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