Minha Mãe é Jequitibá

Minha Mãe é Jequitibá

21 de junho de 2021 Aniversário da Mulher mais sábia e leve que eu conheço: Mamãe!


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Mulher Jequitibá

Texto: Jacqueline Moreno

Almério Jr, o filho do meio, ao finalizar o grafite sobre papel do retrato da mãe, fitou a sua obra-de-arte e exclamou em tom de pergunta: “Yahoo!!! Acabei! Acho que era 1959. O que passava em sua mente? O que esperava do futuro? Com o que sonhava? Será que a vida correspondeu às suas expectativas? No dia 21 de junho de 1937 nasce o sétimo rebento (finalmente uma menina!), depois de seis meninos da prole de Nayr e Álvaro. Um milagre esperado que leva um século para nascer de novo no planeta, como prever Marccela, sua neta e cria minha. 

Marlise ganha vida e desenvoltura em Pontal, Ilhéus. Salvador passa ser sua nova morada. Na sua juventude dourada, vai a um baile de carnaval e se encanta com um jovem médico que se tornou seu par perfeito para superar obstáculos, tropeços e acertos do caminho. O grafite sobre papel revela a beleza clássica dessa mulher dona de magistral simplicidade. E isso é honraria para pouquíssimos mortais. Não sei se sabem, mas Marlisinha beira a eternidade. Certa vez quando pequena caminhando de mãos dadas ao seu lado, confessei meu medo da finitude e pedi que ela prometesse que jamais morreria. Ela me confortou sorrindo com seu sopro de vida: “Ah! Só se eu virar semente! ” Eu retruquei imediatamente: Semente de que? Ela respondeu sem precisar nem pensar: “de Jequitibá”.

A jovem mulher é de fato soma infinita de mudas de jequitibá sagrada e imponente da mata atlântica. “Arvore gigante” é a sua tradução em Tupi. Ela é assim mesmo, gigante e delicada pela própria natureza. Seu olhar acolhe e escolhe o mais próximo e também o mais distante. Essa rara façanha é definitivamente, para poucos. 

Na obra-de-arte do nosso irmão, o seu olhar mira outro alguém. Quem será a pessoa felizarda que está ao seu lado? O homem sortudo é o Almério, nosso pai. Juntos construíram uma floresta com frondosos frutos. Começaram a vida atravessando mares, abraçaram Paulinho e logo em seguida deram vida a Adelminho, depois Almerinho e em seguida eu. Os três ainda usando fraldas, tantas demandas e cirandas. No meio de mamadeiras, choros e aflição, a mãe Jequitibá teve a sua mais desafiadora provação: seu filho do meio, o Belo para os íntimos, foi diagnosticado com poliomielite. O casal moveu céus e terras para colocar o menino de pé. O menino virou homem feito e fincou resilientes raízes de Jequitibá no solo. Ela agradeceu e baixinho surpirou. “Agora estou pronta para o que der e vier”. Foi uma luta, um lufa-lufa cheio de vigor. E sabe o que continua vencendo bonito? O amor. 

A mulher Jequitibá guarda no seu DNA o quebra mar que traduz seu nome Marlise tem o poder de quebrar mar de discórdias e pessimismo. Tem sexto sentido para encontrar chave, documento, desatar nós e dar laços de alento com suave magnetismo. Sua intuição é digna de profetisa.  

Ah! Se o seu fusquinha falasse, contaria as suas exímias barbeiragens com um grande trunfo: nunca se envolveu em incidente quanto mais em acidente. Sua missão sempre foi cuidar e transportar a gente. Lembro dela estacionando o carro e agradecendo “chegamos em paz graças à Deus”. Companheira de destino exemplar, tem uma mala sempre pronta para viajar. Sorte de quem tem Marlisinha do lado. Almério é de fato um homem afortunado. E os frutos dos frutos? São 7: Lara, Marccela, Sarah, Victor, Erika, Vinicius, Bruna e o fruto do fruto do fruto Marina.

Nesses 60 anos de enlace com o seu Almério, ela não economiza paciência e generosidade. Cumeeira declarada faz do seu lar seu natural habitar. Ao finalizar a sua obra, Belo se perguntava: “o que passava em sua mente? O que esperava do futuro? Com o que sonhava? Será que a vida correspondeu às suas expectativas”? As respostas são visíveis nas suas sábias ações e intenções. Seu refrão? “Viver é uma arte e para isso só sendo Marlisinha”. Bondade é o que nutre a alma dessa mulher. E assim sendo, Marlisinha continua surpreendendo as expectativas da vida. E lembram da minha pergunta sobre a finitude? A mulher Jequitibá tem atitude. A eternidade é o seu pacto sagrado e consagrado com o tempo. Séculos virão e passarão. Suas raízes de Mulher Jequitibá? Ressuscitarão.

Feliz Primavera em pleno dia oficial do inverno mãe.

Te amamos imensamente... eternamente!

Jacqueline Moreno

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Meg Batalha

Intérprete Simultânea e Tradutora | Fundadora do Catálogo de Intérpretes e Tradutores | Especialista em TSR

3 a

Parabéns Jacque! Mande um abraço pra ela!! Deve ser muito fofa!

Norma Medina

Tradutora-Intérprete português-espanhol. Professora de Interpretação PT>ES no ¡QuijoTe! O Curso de Formação de Tradutores e Intérpretes de Espanhol

3 a

Muitos parabéns para D. Marlise. Adorei conhecer um pouquinho da sua história. Quem venham muitos aniversários dessa mulher jequitibá. ❤

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