Motivação no trabalho: O que é, como obter?
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Motivação no trabalho: O que é, como obter?

A motivação dos empregados é um dos aspectos mais críticos e, paradoxalmente, um dos mais negligenciados na gestão organizacional. Implantar sistemas de gestão pautados nas normas ISO, adotar planejamento estratégico, informatizar os processos produtivos – tudo isso é capaz de trazer vantagem competitiva. Mas, se o fator humano não estiver motivado para contribuir eficientemente para o sucesso da organização, dificilmente esta vantagem será alcançada ou mantida. Enquanto em algumas organizações existe uma preocupação efetiva com a dinâmica motivacional dos empregados, chegando até mesmo a constituir um aspecto relevante na avaliação do desempenho gerencial (contando-se, entre outros itens, o índice de satisfação dos empregados), em outras – especialmente de pequeno e médio porte – essa preocupação, quando existe, é, ainda, muito incipiente ou maculada por preconceitos e desinformação. Essa desinformação é, talvez, a maior barreira a ser transposta para se obter adequados níveis motivacionais no ambiente de trabalho. Observa-se que atualmente, mesmo em organizações onde se compreende a importância da motivação dos recursos humanos, ainda há, de um modo geral, uma grande deficiência em torno do entendimento quanto ao significado do termo motivação e quanto à natureza do processo motivacional, de modo que a busca de solução para problemas de baixo desempenho, de descontentamento e de aparente má vontade dos empregados tem se voltado principalmente para a adoção de “programas de motivação” simplistas que, muitas vezes, não passam de panacéias adquiridas por alto preço e cujos resultados, quando positivos, desaparecem em pouco tempo. Visando contribuir para a diminuição dessa deficiência informacional e para a compreensão da importância do entendimento relativo ao tema, o texto, a seguir, apresenta uma breve visão da teoria motivacional e dos enfoques da motivação no ambiente organizacional.

O CONCEITO DE MOTIVAÇÃO O significado do termo motivação varia de acordo com a linha teórica dos autores. Encontra-se, entre estes, uma grande controvérsia, de tal modo que o conceito de motivação flutua desde a resposta dos indivíduos a estímulos externos até atitudes e comportamentos desencadeados por estímulos originados no nível mental inconsciente. E, ainda, desde a visão de que a motivação pode ser criada e aumentada por recompensas salariais até a afirmação de que nenhuma pessoa pode motivar outra. A Psicologia vem proporcionando, ao longo do tempo, respostas parciais às perguntas sobre a motivação humana. “Os conceitos de ‘vontade’, de ‘instinto’, de ‘pulsão’, de ‘impulso’, de ‘incentivo’, de ‘auto-realização pessoal’, de ‘expectativas’ ou de ‘atribuições causais’ tem sido esgrimidos como argumentos capitais na análise da motivação”. (Heredia, 1999) Essa divergência de interpretação justifica-se, de certa forma, pela diversidade de fatores que desencadeiam os comportamentos ou ações de diferentes pessoas, entre os quais alinham-se as informações e conhecimentos armazenados no nível mental consciente, as carências físicas ou afetivas, os estímulos provenientes do meio ambiente, os impulsos originados no nível mental inconsciente, entre outros. Ressalta daí que, em função das várias origens do comportamento, parece não ser possível englobar em um só arcabouço teórico o todo da motivação humana ou, como destaca Bergamini (1997, p. 38), as diferentes interpretações decorrem do fato de que “não existe uma única teoria que seja capaz de desvendar todas as características próprias da psicodinâmica motivacional de uma só vez”, pois que, mesmo que os comportamentos sejam observáveis, “as explicações de como têm origem e de como ocorrem não cabem dentro de um só referencial teórico”. De uma forma geral, costuma-se usar o termo motivação para descrever as forças externas ou internas que atuam sobre as pessoas e que desencadeiam e dirigem a sua conduta (Sancho et al., 2002). Ao explicar a motivação a partir de tais forças, pode-se incidir numa interpretação que vai desde o conceito de motivação como mero condicionamento – adotando-se como foco as forças externas – até o conceito oposto que – centrado exclusivamente nos fatores internos – considera a motivação como sinônimo de instinto. Em todos os casos, ao longo desta linha interpretativa, pode-se encontrar justificativas e explicações para os conceitos adotados, desde a teoria pavlovniana do condicionamento, em um extremo, à teoria psicanalítica freudiana, em outro.

REFERÊNCIAS:

BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação: mitos, crenças e mal-entendidos. In: BERGAMINI, Cecília Whitaker; CODA, Roberto. (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. p. 69-93.

HEREDIA, Ester Barberá. Marco conceptual e investigación de la motivación humana. R.E.M.E. – Revista Electrónica de Motivación y Emoción, Castellón de la Plana, Espanha, v. 2, n. 1, não paginado, ene. 1999. Publicação em meio eletrônico da Universidad Jaume I. Disponível em: <http://reme.uji.es/articulos/abarbe127211298/texto.html>. Acesso em: 17 ago. 2013

SANCHO, C. et al. Análisis de la motivación para el estudio en adultos mayores. R.E.M.E. – Revista Electrónica de Motivación y Emoción, Castellón de la Plana, Espanha, v. 5, n. 10, não paginado, mayo 2002. Publicação em meio eletrônico da Universidad Jaume I. Disponível em: <http://reme.uji.es/articulos/apalmf8342905102/texto.html>. Acesso em: 10/08/2013

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