#MotoGP: Rossi e Márquez lideram mas perda de interesse aumenta
A MotoGP está de volta. Nessa semana, na Espanha, já começaram os testes visando o campeonato 2020 – que por enquanto tem treze corridas confirmadas – por ai deve ficar – e nesse fim de semana (domingo, 19) acontece a largada para a primeira etapa do ano: o Gran Premio Red Bull de España, marcado para o circuito de Jerez de la Frontera.
E a categoria espera contar com dois gênios da pilotagem, de gerações diferentes, mas muito identificados com a competição em duas rodas, para dar um impulso na modalidade em um ano totalmente atípico quando a pandemia de Covid-19 vem alterando comportamentos ou, mesmo, reforçando uma mudança na sociedade. A ver.
Quem são os gênios? Claro. Um deles é o octocampeão mundial Marc Márquez de 27 anos de idade. O outro é Valentino Rossi, de 41 anos, nove vezes campeão do mundo. Um representa uma geração mais nova de torcedores. O outro remete a fãs um pouco mais envelhecidos e, até, um pouco saudosistas.
Interesse
No mundo ideal, ter os dois na pista garantiria à MotoGP uma base de torcedores fiel e de várias faixas etárias. É, mas isso é no mundo ideal. Porque de acordo com pesquisa publicada e comentada pelo jornal espanhol Marca, o interesse pela categoria vem diminuindo nos últimos anos. Os números são duros, porém são dados importantes numa tentativa de retomada do nível de entusiasmo dos aficionados.
Em 2014, de acordo com a apuração, nada menos do que 46% dos entrevistados afirmavam que acompanhavam o campeonato mundial. Hoje, esse montante caiu para 32%. A maior preocupação está entre os jovens menores de 30 anos. Atualmente, apenas 24% afirmam seguir a MotoGP ante 37% há seis anos atrás. São quedas significativas.
E voltando à dupla Márquez/Rossi, eles são os responsáveis pela cara da MotoGP nos dias de hoje. O piloto espanhol é conhecido por cerca de 95% do público e está numa absoluta primeira colocação. Rossi vem na sequência, mas com um número expressivo: 89% de reconhecimento. Muito bom para quem alcançou seu último título em 2009.
Campeonato mais curto em 2020 e isso aumenta a esperança de vários pilotos, sobretudo de Rossi. Mas brigar com Márquez, que no ano passado ou ganhou ou foi 2º colocado* e terminou o ano com 420 pontos contra 269 do vice-campeão, não é nada fácil.
*Exceção ao GP das Américas apenas, o qual não completou.
Rogério Elias, jornalista, fundador ao Amigos da Velocidade ao lado de Téo José, comentarista de Esportes a Motor, professor de jornalismo e palestrante. @RogerioElias.