Mudança Climática?
Como todo mundo acha que entende de mudança climática: eu também vou palpitar. Com base na minha vasta experiência, por ver todos os dias, na previsão do tempo. - Duas vezes por dia, quando estava em home office. Durante o Jornal Hoje e Jornal Nacional. Era quase uma obsessão, torcendo todos os dias pela chuva, em Pirassununga, ou pelo frio. Então, eu sei tudo sobre a chuva. E nem precisei ler o livro da Maju “Entrando no Clima” - Que por sinal, agora, me parece interessante. Dessa forma, além da minha “vasta experiência” teórica, também conheço bem o Brasil. Já peguei chuva, chuvona, chuvarada e chuvica em todo lugar. Então não me venha com essa história de mudança climática. E não estou dizendo que não existe mudança climática. Mas o que precisa ficar claro é que se tiver uma chuva forte, e não precisa ser muito forte, num trecho de rodovia, por exemplo, e a drenagem não for muito boa, a estrada vai embora. Se alguém construir uma casa numa área de várzea, um dia a casa vai embora. A natureza criou a várzea exatamente para o rio transbordar (e não existe mudança nisso desde que o mundo é mundo). Ou, como diria Pedro Pedreira, existe alguma série histórica provando que as áreas de várzea estão dobrando de tamanho a cada cinco anos? Então, é uma lógica simples! Ninguém deveria chamar, ou parar para ouvir, como eu, um especialista em dinâmica climática global para explicar que a causa da inundação de uma várzea, ou do escorregamento de uma encosta, ocupada de forma precária, irregular, foi o “aquecimento das águas do Atlântico Sul”. Da mesma forma, ao invés de discutir ordenamento territorial, cria-se o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima - Para dizer que as chuvas intensas serão mais intensas. Sem reconhecer um pequeno detalhe: Serão sempre as mesmas áreas que serão mais impactadas. As famosas áreas de risco. Então, o problema real não é, neste caso, mudança climática, o problema verdadeiro é que o país historicamente não considera a gestão territorial como um assunto importante.