A mudança sempre acontece. Eu? ... não sei!
Às vezes, é-me difícil explicar, o que para mim é simples, até, básico.
Confesso. Tenho mesmo muita dificuldade.
Quando falo com crianças, ou jovens, a coisa flui, do muito bem para o bem.
Com adultos, do difícil para o muito difícil.
É verdade, mas falo por mim.
Ter de viver e conviver com esta realidade, foi-me mostrando, o porquê de ser «assim».
Quando crianças, ainda estamos naquela fase entre mundos e realidades.
Sentimos mais do que percebemos e a compreensão é nula ou rudimentar.
Vivemos mais pelas emoções, e pelo sentir captamos o mundo à nossa volta.
A capacidade intelectual é mais virada para as interrogações do tipo:
- O que é isto?
- Porque funciona assim?
- Porque fazem(-me) isto?
- O que é que se passa?
e continua com as interrogações mais construídas:
- O que posso fazer?
- Como lidar com isto?
- Em que momento devo intervir?
do outro lado, só ouvimos:
- Só fazes m...
- Ainda não aprendeste?
- És mesmo burro/a!
- estou farta/o de explicar!
- Cansas-me!
- A culpa, é tua!
A pergunta é uma ameaça, a afirmação uma condenação.
Não sei se repararam mas, a quantidade de perguntas diminui na proporção inversa das afirmações, certezas, convicções e crenças.
E em nada melhoram.
Pelo contrário.
e quando surgem afirmações do tipo:
- Parabéns.
- Conseguiste.
- És o/a melhor.
Quase sempre vem seguido da questão:
- "COMO" o fizeste?
Não fosse este o tipo de questão própria, de Todos os que andam atrás, do sucesso do(s) outro(s).
- Olhar para cima, com ciúmes, coloca-nos, de novo, na infância.
Então, torna-se óbvio que à medida que vamos crescendo, as questões às quais não conseguimos obter uma resposta que sacie, se torne na mentira que vamos criar, «para resolver».
É aqui que nos tornamos mais/menos hábeis na obtenção/resolução do mistério que é a (nossa) vida.
Criando histórias das mais fabulásticas e imaginárias possíveis, para afastar de nós, a dificuldade de sobreviver; numa questão, situação, circunstância ou relação.
Então, enquanto à minha volta, tudo muda, eu, permaneço, pequeno. Infantil e, com medo:
- de desagradar
- de magoar
- de ser rejeitado/a
- incompreendido
- etc, etc...
e, tanto medo disto tenho que me torno no prevaricador da situação. Ou, não fosse eu, com medo do que me façam, fazer 1º!
Um exemplo disto, é a história da "Sopa da Pedra".
Alguém, com fome, rejeitado no seu pedido por comida, resolve criar uma história, da pedra mágica que faz comida. Uma sopa. Mas, não uma sopa qualquer. A melhor sopa de todas! Porque, a Pedra, é mágica!
Então, tal como crianças que rejeitam a generosidade e a integridade de ajudar a quem precisa, somos burlados, por quem, pedindo pouco, dá muito. Pois coloca a sua sobrevivência nas nossas mãos.
Assim, o agressor, cansado da vida, é, qual criança sem maturidade, alvo de uma história que o embala... e o faz ter muito, do que ele próprio rejeita.
O pedinte, sabendo que a sua vida corre perigo adapta-se, qual criança em meio adverso e faz, por prevalecer. Correndo no entanto um risco enorme.
No momento em que a fantasia cair, a realidade vem ao de cima e, a sua vida corre um enorme perigo.
Com isto faz uma sopa enorme, num enorme caldeirão que alimenta e sacia toda a aldeia, juntando de tudo um pouco, os recursos alimentares que a aldeia pode proporcionar e, no final, estando todos saciados e bem nutridos, segue seu caminho, levando consigo "a pedra" que faz «boa» sopa.
Chegado aqui, penso que todos já terão sentido, mesmo que não compreendido, que é por isto, assim, quando orgulhosos e arrogantes, caímos na esparrela de tudo comprar o que nos pode saciar. Sem compreender que na verdade, nos estamos a entregar aos «tipos» espertos que para sobreviver, enganam os nossos egos, sedentos de que se lhe passe a mão pelo pêlo.
Assim andamos e caminhamos pela vida. Qual criança rejeitada e incompreendida, à procura de agradar e satisfazer nossas necessidades.
A questão, é:
- Se já não sou pequeno, cresci.
Então se eu mudei, o que em mim, não mudou?
Já que tudo muda, o que em mim, permanece imutável?
Talvez precise olhar para mim e reconhecer-me, através dos elementos desta história.
- Sou o aldeão que rejeita ajudar e que arrogante se deixa ludibriar por sua própria incapacidade de ser Humano e que se deslumbra com a magia da abundância?
- Sou o pedinte que percorre a vida procurando sobreviver com pouquíssimos recursos, mas imaginativo, criativo, capaz de ir superando os desafios ludibriando os idiotas e os incautos?
- Sou a pedra que tanto pode ser mágica, imaginária ou fantasiosa, vendida a preço de Ouro (vide história da pedra filosofal) e que não passa de uma pedra «bem embrulhada»?
- Sou a sopa que com maior ou menor quantidade de ingredientes, desde que bem cuidada, nutre e alimenta a uns e a outros?
Não sendo cada um destes estados totalmente fixo ou inflexível, o que me leva a permanecer ou a oscilar ente eles?
Certos momentos, pessoas, situações, circunstâncias, crenças, convicções e traumas, fazem com que permaneçamos estáticos, sem mudança, sem suavidade, sem capacidade de mutação e desalinhado dos valores que nos elevam, ao invés do que nos cristalizam.
Esta história ilustra os diferentes estados pelos quais oscilamos ao longo da nossa vida.
Razão pela qual se prescreve um trabalho enorme a fazer, com a nossa criança interior é porque todos precisamos de voltar ao ponto onde fazíamos as perguntas que nos colocam no caminho das respostas que o próprio Universo, Amor e Vida, proporcionam. Todas as outras, ao longo dos nossos estados e momentos de vida, são questões de sobrevivência, poder, desejo, ganância, inveja, ciúme, etc, que nos cristalizam no medo e nos governam pelo medo. Logo, pelo medo governamos.
Viver no ciclo do medo é perder a nossa conexão com a criança que indaga o mundo. Que se espanta com as respostas e que vive em graça com o movimento da Vida e Amor.
O que é o mais importante para ti?
O que te motiva/impele à acção?
Medo, ou curiosidade pela vida (pela descoberta que nos leva mais além dos medos e inseguranças)?
Medo ou curiosidade são energias distintas.
- O Medo contrai-te a uma acção impulsiva, receosa, zangada, vingativa ...
- A Curiosidade impele-te a uma descoberta que ainda te regala mais os olhos de maravilhas. Proporciona um boost energético de adrenalina pura cheia de vida e amor.
Com medo o corpo retesa-se
Com curiosidade o corpo abre-se.
Estes são os ciclos da vida e da morte.
Sempre que há vida, o mundo gira e avança
Sempre que há morte, o mundo trava, retesa-se e prende-te. Estagnas. Definhas.
As crianças são como a sopa, fluem, mudam para uma maior descoberta e de descoberta em descoberta, vivem e avançam
Os jovens, têm (já menos) sopa e começam a fazer crescer a pedra para a necessidade de a tornar "especial".
Os aldeões refilam por terem sopa sem pedra, sem magia... só realidade dura e sofrida.
O pedinte, atira areia para os olhos e apresenta a pedra que tudo cura e resolve. A solução de que, só ele, é portador.
Quando lidamos com a mulher/marido, filhos, amigos, colegas, chefes, funcionários, clientes, fornecedores... que papel representamos?
Que estado adoptamos?
Qual deles prevalece, na nossa casa?...
E, não se esqueçam a moral da história.
Quem fica a ganhar, no fim?
A sopa com a pedra, ou a pedra, com a sopa?
Aquele que nada tem e pouco pede, mas que teve de rebaixar-se à necessidade dos outros de serem enganados para que enganados o nutrissem, ou os aldeões que ficaram a saber a sua mesquinhez, arrogância e que ludibriados aprenderam uma grande lição (ou não)?...
Bom, em cada momento podemos ser um destes elementos desta história.
e, a Grande questão é:
Avançamos ou estagnamos?
A resposta, simples ou complexa, depende do grau de honestidade que cada um, a cada momento, sobre si mesmo, consegue ter. 😊
Obrigado
Abraço.
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Como Coach, Mentor e Formador; de Constelações Sistémicas, Ressonância Quântica e Consciência Activa, promovemos Legados Únicos e Sustentáveis.
Luís Viegas Moreira
For a Better Life - Beyond Yourself
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