Mudanças que nos ensinam: o que a falta de emprego para minha mãe me ensinou.
No meu último texto publicado por aqui, comentei que minha mãe estava sem emprego. Ela ainda está sem emprego na área de TI, mas começou a dirigir por aplicativos (Lady Driver e 99). Ela começou na sexta-feira passada para testar, fez umas outras corridas domingo e, desde segunda, está trabalhando mais ativamente.
Ela não gosta de lidar com público, diz que não tem talento e jeito pra isso, mas meteu as caras e foi. Ao final do primeiro dia, ela estava esgotada, não por dirigir, mas pelo nervoso de estar nas ruas, de não aparecer corrida nova, de ter que lidar com outras pessoas. Essa situação me fez refletir e mudar meu jeito de ser.
Para quem não me conhece, conto a verdade sobre mim: são sou a pessoa mais calma do universo, tenho tendência a ficar irritada com coisas simples e, algumas vezes, posso ser grossa sem nem perceber. Sempre fui assim e chego até a me arrepender depois de uma resposta atravessada sem necessidade. Não me orgulho disso, tentei mudar várias vezes e só consegui agora, depois que minha mãe começou a trabalhar com os aplicativos.
Comecei a ver, em cada mulher de seus 50/60 anos, uma mãe, uma pessoa que está fazendo aquele trabalho, muitas vezes, por necessidade e não por escolha própria. Comecei a sorrir mais, agradecer mais, ter mais empatia pelas pessoas e fiquei pensando que perdi muito tempo da minha vida de cara fechada. Cada mulher que nos presta um serviço, com certeza, está fazendo seu melhor e merece crescimento e reconhecimento (primeiro por ser mulher, segundo por ter uma história de vida e seus motivos para estar ali).
Hoje de manhã, minha mãe recebeu uma mensagem de uma “cliente” agradecendo pela corrida e mandando um “Deus te abençoe, tudo vai dar certo”. Acredito que a mensagem deva ter feito toda a diferença, dado um ânimo a mais no dia, e o que nos custa dar uma palavra de incentivo? Isso pode mudar o dia de alguém.
Já tem algum tempo que tenho tentado ter uma visão mais positiva das coisas, tentando reclamar menos, agradecer mais e ver o lado bom das coisas ruins, e essa experiência da minha mãe está me ensinando demais.
Vamos fazer um exercício de reflexão sobre as pessoas que prestam serviço pra gente e nos colocar no lugar delas. Vamos respirar fundo cada vez que tivermos vontade de soltar aquele “putaquepariu” de raiva por algo relacionado a trabalho (tanto da nossa própria equipe quanto de prestadores/as).
Eu estou aprendendo muito e convido você a aprender também.
Se você já passou por um momento de aprendizado semelhante, comente! Vamos trocar experiências.
E, para finalizar, vou vender o peixe da minha mãe! Ela trabalha com Informix 4GL e tem muita experiência em seguradoras, indústria, área da saúde e outras. Se aparecer algo na área, chama a mãe pra uma conversa! E se você precisar de motorista na região da Av. Paulista, é só dar um toque também. Ela que me ensinou a dirigir e está nas ruas com muita garra e coragem.