MUITAS ATITUDES E POUCAS PALAVRAS
Cristo sempre surpreendia os discípulos com procedimentos sobre os quais eles jamais haviam pensado. Jesus agia como um Arquiteto de novas relações sociais. Ele ensinou, por exemplo, que deve haver solidariedade, capacidade de cooperar, de considerar as necessidades dos outros, dentre tantos outros ensinamentos. Ele declarou que os sentimentos mais nobres de tolerância devem regular as relações. A tolerância é uma das virtudes mais sofisticadas e difíceis de ser incorporada na natureza humana. É mais fácil adquirir cultura que aprender a ser tolerante.
Uma pessoa tolerante é compreensiva e paciente. Já a intolerante é rígida e implacável, com os outros e consigo. É prazeroso conviver com uma pessoa tolerante, mas é angustiante conviver com uma pessoa rígida e crítica. No projeto de Cristo, todos continuam a desenvolver suas atividades. Apesar da preservação das atividades sociais, todos deveriam despojar-se da necessidade de estar acima dos outros e deveriam aprender a exercer a cidadania e a solidariedade. As mudanças que Cristo propõe são de dentro para fora e não de fora para dentro. Jesus ensinou claramente que qualquer mudança exterior, sem uma reorganização interior, é mera “maquiagem social”. O objetivo de Cristo não era reformar a religião judaica. Jesus desejava causar uma profunda transformação no cerne da alma humana. Ao mudar a maneira de o homem pensar, Jesus mudaria o mundo. Mas, como Cristo pôde ensinar lições tão refinadas àquele grupo rude, inculto e intempestivo de jovens? Como Jesus fez isso em uma época escassa de entidades culturais, se hoje, mesmo vivendo em uma sociedade saturada de universidades, não escalamos os primeiros degraus dessa jornada? É possível falar anos a fio sobre solidariedade, amor ao próximo, capacidade de se doar, e, ainda assim, gerar um grupo de pessoas individualistas. É por isso que o método de ensino de Jesus eram Suas próprias atitudes.
Certa vez, Cristo ensinou uma lição inesquecível (leia em João 13). Ele tomou calmamente uma toalha, colocou-a sobre Seus ombros, pegou uma bacia de água e, sem dizer palavra alguma, começou a lavar os pés dos discípulos. Que coragem e despojamento! Nunca ninguém considerado tão grande, fez a si tão pequeno! Todos ficaram estupefatos, pois, naquela época, os imperadores queriam que os homens se prostrassem aos seus pés e considerassem-nos divinos. Que contraste! Mas, essa é a forma de Cristo ensinar: muitas atitudes e poucas palavras.
DEUS ABENÇOE!