Muito se fala em pensar fora da caixa, mas e sobre furar a bolha?

Tem muita gente falando (há bastante tempo) que sempre devemos pensar fora da caixa, inovar, fazer diferente, mas será que esse pensamento não deveria ir além do marketing, da tecnologia e do dia a dia administrativo? Será que a gente também não deveria furar a nossa bolha social?

Esse discurso é o padrão em nosso dia a dia, aqui mesmo no linkedinho, se você fizer uma busca rápida, vai achar muitos artigos sobre isso. Tenho certeza que pelo menos uma postagem sobre o tema você também viu no seu feed você hoje.

Mas será que a gente não precisa trazer um pouco mais desse estouro e expansão de horizontes para as relações sociais, principalmente, na hora de recrutar novas pessoas?

Este é um questionamento que eu tenho me feito muito, porque eu realmente acredito que a diversidade e inclusão é necessária e benéfica demais para todos, de verdade! 

Porque isso aumenta a perspectiva do nosso olhar, amplia nossas aprendizagens e qualificações, ganhamos vivências diferentes. 

Sem contar que é mais do que urgente dar espaço para todas as pessoas que estão fora do padrão e, com isso, marginalizadas. Aqui podemos pensar em esferas da região em que vivem, classe social, gênero, raça, etnia, sexualidade, tamanho do corpo, capacidade e todas que você também pensou aí!

A galera quer fazer diferente, criar coisas novas, mas tudo dentro do seu universo. Inovar requer sair da própria bolha, quer um exemplo prático?

O mercado financeiro só conseguiu inovar um pouquinho, quando se aliou ao mundo da tecnologia e do marketing, porque a aliança trouxe uma nova visão sobre um mesmo tema já batido pelas mesmas pessoas mil vezes.

E é muito sobre isso! As mudanças só vão acontecer quando a gente tiver gente diferente olhando para o mesmo tema desgastado. 

Esses dias também ficou muito famoso nas redes sociais, um vídeo de um professor de arquitetura, muito do pistola, falando que o Brasil está com defasagem de arquitetos, que atualmente só encontramos profissionais especializados em fazer casas bonitas, repletas de conceito aberto, com muiiita grana e glamour envolvido. E que está faltando profissionais para projetar as cidades, juntos com outros engenheiros e assim por diante. 

Aliás, olha outro bom exemplo aí! Entrar em um ônibus aqui em São Paulo é ter a certeza de que quem o projetor nunca andou de transporte público na vida. Tem ESCADA NO CORREDOR DE PASSAGEM! 

Um lugar que fica lotado de gente sentada e em pé - sardinha em lata tem mais mobilidade - e tem uma escada no meio do caminho. Eu quase caí trocentas vezes, e também já vi gente caindo, porque é muito sem noção (e perigoso) ter uma escada ali! Não faz sentido!

Viver, sentir na pele, não tá nos livros ou nas salas de aula. 

Por falar nisso, quando você estava na faculdade, quantas pessoas de fora da sua bolha social existiam? Alguma vez você parou para ouvi-las?

Talvez aquele bolsista ou cotista, que muitas vezes é segregado e silenciado pela turminha que o pai banca, é uma boa pessoa que pode furar nossa a bolha social, com quem vamos começar a aprender e lidar com pessoas diversas.

E digo mais, a probabilidade de que eles tenham habilidades, experiências e ideias diversas é bem maior. 

Voltando para o mundo corporativo, tudo isso pode ser muito benéfico para o planejamento e a execução da estratégia de negócios da empresa, porque as experiências e perspectivas diferentes criam um ambiente propício para a criatividade. 

Se pessoas que têm visões de mundo completamente diferentes se reúnem em busca de uma solução, as chances de que ideias inovadoras surjam são muito maiores! 

De acordo com pesquisa do empresário Josh Bersin, em um ambiente de trabalho diverso, diferentes vivências podem se combinar de novas formas, e isso também gera inovação, porque são novas peças que encaixam de maneira nova e auxiliam demais no Tetris do universo empresarial. 

E em um mercado tão competitivo que vivemos, a gente tá cansado de saber que empresas que podem contar com soluções criativas diante de problemas complexos conseguem se destacar e  muito!

A diversidade nas organizações e nas nossas vidas permite mudar esse cenário para melhor. É uma ótima oportunidade para crescer, para aprender, para gerar novos vínculos e oportunidades, nossa é realmente amadurecer e virar gente grande! 

Annnnd.. Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, em 2017, empresas com equipes de alto escalão mais diversas obtêm maiores lucros!

Então, depois de tudo isso, eu só posso dizer que além do tão falado, conquistado e mencionado "lugar de fala", a gente também tem que começar a se empenhar muito em desenvolver o nosso lugar de escuta!

Vamos aprender a ouvir e a trocar, com o maior  número de pessoas diferentes, que também precisamos ir atrás de conhecer.