A mulher no meio tecnológico corporativo
(Texto por Monika Victor)

A mulher no meio tecnológico corporativo

Visão estratégica, olhar humanizado, flexibilidade, líderes influentes e confiantes, escuta ativa, empatia e aptidão para lidar com as adversidades são algumas das habilidades inerentes de boa parte das mulheres. E grandes nomes femininos contribuíram para o desenvolvimento tecnológico ao longo dos anos. Um deles e talvez um dos mais relevantes foi o de Ada Lovelace.

A matemática e escritora, Condessa Augusta Ada Byron King, mais conhecida como Ada Lovelace é considerada a primeira programadora do mundo. Foi responsável pelo primeiro algoritmo usado por uma calculadora chamada de Máquina Analítica, o mais próximo do que seria um computador no começo do século XIX.

Filha do poeta Lord Byron e Anne Isabella Byron, Lovelace nasceu em Londres, em 10 de dezembro de 1815. O poeta romancista, ansiava por um menino e semanas após o nascimento de Ada, abandonou a família, deixando a Inglaterra quando sua filha ainda era bebê.

Sua mãe, “Anabella” Byron, promoveu o interesse pela matemática e pela lógica na filha, na esperança dela não se tornar poetisa como o pai.

Aos 17 anos, Ada conheceu a senhora Mary Somerville, tradutora das obras do matemático e físico francês, Pierre-Simon Laplace, ou Marquês de Laplace. Somerville estimulou que Ada estudasse matemática e tecnologia, porque possuía contatos com grandes inventores e cientistas da época.

Com o tempo elas tornaram-se amigas e em 1834, quando Ada tinha 19 anos, em um jantar na casa de Somerville, conheceu Charles Babbage, que trabalhava em uma nova espécie de máquina de cálculo, inicialmente intitulada calculadora de Babbage e mais tarde seria batizada de Máquina Analítica.

Em 1843, aos 28 anos, Ada traduziu um artigo de um pesquisador italiano, Menabrea. O artigo era um resumo do funcionamento da máquina analítica de Babbage. Na época, Ada era casada com o conde Lovelace e era mãe de três filhos.

Ao apresentar a tradução para o próprio idealista da máquina, Babbage sugere que Ada adicione suas notas pessoais, isso resultou em um artigo três vezes maior do que o original. Ada recomendou que a máquina fosse utilizada na produção de músicas complexas, gráficos precisos e utilizada para desenvolvimento prático e científico.

Desenho da Máquina Analítica de Babbage feito por Lovelace (Imagem: Reprodução/Computer History Museum)

Desenho da Máquina Analítica de Babbage feito por Lovelace (Imagem: Reprodução/Computer History Museum)

Sugeriu também a Babbage, um plano de como a máquina poderia calcular números de Bernoulli, sequência matemática de números racionais, relacionada com a teoria dos números. É considerado então, o primeiro programa de computador do mundo.

Ada Lovelace faleceu aos 36 anos de idade. Embora tenha deixado este mundo muito jovem, contribuiu, notoriamente, por grande parte do desenvolvimento científico e tecnológico do que conhecemos por computação moderna. A condessa carrega o título de mãe da programação.

Dois séculos depois da participação de Ada Lovelace aos avanços da tecnologia, dados mostram que mudanças positivas estão ocorrendo no meio corporativo para as mulheres.

A participação feminina em tecnologia, cresceu 60% nos últimos 5 anos, segundo análise do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Em 2020, o Brasil empregava 867 mil pessoas no setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC), sendo 63% homens e 37% mulheres, de acordo com a Brasscom.

O cenário pode até parecer desfavorável, mas as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço no território “dos nerds”.

Segundo estudo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) divulgado em dezembro de 2021, estima que a demanda da área de TI seja de 797 mil vagas no Brasil até 2025.

É importante inserir temas envolvendo tecnologia desde cedo na educação, para que mulheres que se interessem pelo tema, não se sintam sozinhas na jornada e tenham confiança para adentrar o segmento.

A presença feminina na tecnologia é um exemplo de resiliência. Trabalhando na educação, capacitação e investindo em oportunidade, é possível diminuir a diferença de mulheres dentro das empresas de tecnologia.

E as mulheres podem tudo!

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