Mulher, onde está seu talento?
Acordar cedo, escolher a roupa apropriada para o dia, arrumar as coisas, preparar os filhos, deixá-los com cuidadores, ir para o trabalho, ser profissional competente, influente, equilibrada, apresentar resultados financeiros, ser bem relacionada, atender as expectativas dos clientes, dos pares, chefes e da equipe. Pagar contas, fazer a gestão doméstica, cuidar da saúde financeira, física, mental e espiritual. Atender as expectativas dos filhos, do marido, dos parentes, da sociedade. A sua própria!
Tantas atribuições e responsabilidades geram uma pressão de todos os lados para que sejamos tudo para todos. E apesar disso, se você estiver pensando: faço o melhor que posso para atender aos meus papéis sociais, mesmo sabendo que ora intensifico um em detrimento de outro e tudo bem! Afinal, sei para onde estou indo, sou autora da minha história. Acertando e errando, aprendendo e ensinando e acima de tudo: respeitando, acolhendo, amando e perdoando-se. Simplesmente se permitindo ser, com toda sua força e também vulnerabilidade.
Permitindo que sua alma feminina determinada, criativa e profunda lhe guie para que seja capaz de enfrentar com vigor os desafios e se adaptar a cenários em constante mutação, sem perder de vista sua percepção aguçada para falar o que se pensa e defender o que se acredita. Se você é uma destas Mulheres. Parabéns Mulher, você está saudável!
Sem perder de vista sua percepção aguçada para falar o que se pensa e defender o que se acredita.
Mas isso basta? Qual propósito de nossa existência? Como podemos viver presenciando tantas outras mulheres sobrevivendo, vivendo num estado automático, frágeis e desconectadas da essência de suas almas. Nascemos cheia de vivacidade, fortes e intuitivas. Em nosso estado mais saudável transbordamos em compaixão e elevada capacidade de devoção. Então porque muitas de nós não são o que são? Será que nem todas têm esta alma feminina? Ou será que em algum momento adormecemos? Sufocamos nosso talento, nossa essência.
Estas e muitas outras perguntas ressoam dentro do meu ser. Mulher, esposa, profissional, dentre tantos papeis, em especial, no papel de mãe de dois filhos, sendo um deles, uma linda menina, graciosa, amorosa e com uma vontade imensa de desbravar o mundo. E neste estado de reflexão, me questiono onde coloco limites e onde estou tolhendo a capacidade de liberação desta alma feminina.
Certa vez, li num livro, uma analogia da intuição animal com a feminina, onde a fêmea estimulava seus filhotes e se defenderem usando a intuição e dando o bote nos predadores conforme o grau de risco que estes lhe apresentavam. Agora, imaginem se está fêmea ensinasse seus filhotes a serem bonzinhos. O que seriam deles? Então, porque fazemos isso com os nossos. Ditando como devem ser.
Onde começamos a nos perder? Será na infância? Será nos modelos passados de geração em geração? Será na busca de autodefesa do Ego para evitarmos sofrer? Ainda que sim, ainda que descubramos as causas do nosso entorpecimento, o que faremos? Que caminhos escolheremos?
Escolher significa legitimar nossa busca pessoal. Se queremos ser o que somos, precisamos saber quem somos, para sermos. Parar de culpar os outros e lembrar que temos escolhas. Onde estamos? Queremos estar onde estamos? Um dos talentos natos da alma feminina é a intuição. Quando conectadas, sabemos instintivamente as coisas que precisam morrer e as que precisam viver. Sejam empregos, relacionamentos, estados emocionais, comportamentos, modelos mentais.
Quanto mais conscientes, independentemente das dificuldades, teremos força, coragem e determinação para enfrentá-las. Veremos nosso potencial ilimitado vir à tona para irmos muito além do que imaginávamos ser capazes.
“Quando um homem desperta, ele desperta do falso pressuposto de haver estado sempre desperto e, assim, de haver sido, senhor de seus pensamentos, sentimentos e atos”. (Henri Tracol)
Você pode estar se perguntando: Será que estou desperta e se não estou, e agora? Por onde começar? Comece se interessando mais por você, pelos seus pensamentos, sentimentos. Esteja presente espiando suas ações: se escutando, se vendo, se percebendo. E após cada contemplação de você mesma, a cada ação, reflita e, refletindo amplie sua mente, aumente sua consciência, sua visão sobre você, sobre sua forma de se relacionar. Descubra seu modo operante.
Faça o mesmo com os seus talentos, seus valores, suas crenças, suas iscas e seus sabotadores. Dê luz para aquilo que é bom, assim como para aquilo que não é. Não tenha medo de olhar para o seu lado mais obscuro, quanto mais olhá-lo mais fácil será dominá-lo. Esteja disposto a observar o que está acontecendo e como você responde ao que acontece. Você vai perceber que tudo é uma escolha, mesmo que inconscientemente. Procure tornar-se consciente de suas escolhas e veja quais impactos suas ações geram nas suas relações sociais.
Dê luz para aquilo que é bom, assim como para aquilo que não é. Não tenha medo de olhar para o seu lado mais obscuro, quanto mais olhá-lo mais fácil será dominá-lo.
Ampliando sua percepção de você mesmo, sua essência gradualmente se expandirá, mas para isso é necessário estar presente e desperto no aqui e agora, onde tudo acontece. Estudos dizem que vivemos 70% do tempo no passado, 25% no futuro e somente 5% no presente. Talvez, este seja um dos motivos, pelos quais tantas mulheres estão deprimidas ou ansiosas, por viverem tempo demais no passado ou no futuro.
Seja como for, deixe sua alma feminina aflorar e seja simplesmente VOCÊ!
“Despertar é ter consciência de quem se é e ser”. (Píndaro)
Por Amanda Poleti, fundadora da Despertar Desenvolvendo Pessoas e Organizações, comunicóloga, coach, estudante de filosofia, psicodrama e psicologia transpessoal, facilitadora de grupos e processos de desenvolvimento, apaixonada por autoconhecimento e aprendizagem.