Mulher, viva bem com suas escolhas
Com a colaboração de Vânia Martins
Minha mãe, como tantas outras mulheres que conheço, não era uma profissional bem sucedida. Ela estudou o suficiente para ler e escrever, porém, trazia consigo uma missão: a de cuidar com amor e carinho de sua casa e de seus filhos enquanto vivesse. Missão nobre e louvável, mas que nos dias de hoje parece ter perdido seu valor e seu “prestígio”.
Historicamente, as mulheres têm lutado para conquistar o seu espaço, uma luta que continua, até hoje, em busca de valorização e reconhecimento.
Há alguns anos, uma revista renomada trouxe uma pesquisa que eu não considero descontextualizada. A revista lançou uma edição especial sobre o papel da mulher. Incluía artigos sobre avanços, tais como o caminho para a igualdade, a mudança do papel feminino no mercado de trabalho, as mulheres como consumidoras e os obstáculos que as mulheres encontram quando entram na carreira política.
Uma sessão destacava o perfil de 10 mulheres de sucesso que combinavam talento e dinamismo para serem “bem-sucedidas”: uma superintendente da segurança pública, a dona de um time de basebol, uma cantora de rap, uma ativista do movimento de conscientização da AIDS, uma alpinista, uma “bispa” de uma denominação tradicional, uma magnata do mundo fashion, uma saxofonista, uma chefe indígena e uma coreógrafa. Essas mulheres foram elogiadas principalmente pelo sucesso alcançado nas profissões que escolheram seguir.
Nessa edição especial percebeu-se a falta de reconhecimento a mulheres bem-sucedidas em áreas não ligadas a uma carreira profissional — mulheres que optaram por ficar em casa e cuidar de seus filhos em tempo integral. Não houve na revista elogios às mulheres por serem moderadas, intercessoras, discretas, tranquilas, por amarem seus maridos e filhos, manterem a casa limpa e organizada, cuidarem dos pais idosos, nem por serem hospitaleiras, misericordiosas ou demonstrarem compaixão pelos pobres e necessitados.
As leitoras que escolheram a “carreira” de donas de casa poderiam facilmente se abalar e pensar que estão fazendo algo errado.
Porém, todas as escolhas que a mulher fizer precisam ser respeitadas. Não podemos perder a essência do nosso universo feminino. Há sim muitas mulheres que querem se dedicar aos maridos e filhos. E está tudo bem.
Por isso, não lembremos apenas daquelas que estão inseridas no mercado, ocupantes de importantes cargos, donas de grandes negócios. Lembremo-nos das mulheres donas de casa, que renunciaram a carreira para serem esposas e mães em tempo integral, que cuidam com zelo e cuidado do projeto mais fascinante de vida que é a família.
Ambas as escolhas são lindas e devem ser igualmente reconhecidas. Então, mulher, viva bem com suas escolhas. Independentemente do que a sociedade define como sendo o sucesso.
O sucesso está em alcançar aquilo que é mais valioso para você, em alcançar os desejos de seu coração.
Feliz Dia da Mulher!