Mundo corporativo x longevidade
Ontem, comentaram comigo sobre mais um artigo inspirador de uma pessoa que saiu do mundo corporativo e é feliz. Essa tem sido a solução padrão para as pessoas que passam de certa idade, já que as empresas ainda não perceberam que a população está cada vez mais longeva. Mas o que acontece conosco, profissionais de carreira, que gostam de trabalhar em uma empresa? Somos automotivados, experientes e solucionadores de problemas, mas gostamos da estabilidade, do ambiente colaborativo e de benefícios. Vamos ter que mudar de perfil, abrir nosso próprio negócio e aprender a dar aula? Ou as corporações vão mudar e nos deixar trabalhar além dos sessenta anos?
Como não acredito que tenha mercado para todos virarem autônomos – e vai ter muito menos à medida que a população envelheça – acho que muitas empresas vão precisar mudar. Pensei um pouco, tentando imaginar quem poderia iniciar essa mudança. Seria o RH? Os CEOs? Será ótimo se eles nos apoiarem, mas a mudança começa em nós. “Seja você o agente da mudança que você deseja”, não é isso? Saibamos que a experiência, à qual tanto nos apegamos como vantagem, pode não bastar se acharem que não somos mais tão produtivos. Então temos que manter vivas a rapidez de pensamento, a facilidade de aprendizado, a conexão com as novidades, a resistência física, o tônus muscular ou o que quer que seja necessário ao nosso trabalho. O primeiro passo para alcançar a longevidade profissional é nosso, mostrando que ainda somos os mesmos de dez ou vinte anos atrás.
Quando você não precisa dizer que a sua bagagem compensa a perda de capacidade, pois você ainda não a perdeu, você não está mais em desvantagem. A experiência pode virar o diferencial competitivo que vai abrir caminho para derrubarmos preconceitos e nos mantermos vantajosos para as empresas.