A NÃO CULTURA DE DADOS NAS EMPRESAS

A NÃO CULTURA DE DADOS NAS EMPRESAS

Os 5 estágios das mudanças drásticas


Em que estágio você e sua empresa estão?


Essa questão é crucial para entendermos e sabermos lidar com a atual situação. Elisabeth Kluber Ross, uma psiquiatra suíça-americana, estudou como as pessoas lidavam com perdas pessoais e categorizou-as em 5 etapas, também conhecidas como ‘Os Cinco Estágios do Luto’. Sabemos que o ciclo de vida de grandes empresas, desde a fundação até o declínio, caiu de séculos para décadas e, hoje, para algumas empresas, poucos anos. Para uma empresa valer 100 bilhões de dólares demora-se menos de uma década. Então, provavelmente você já sabe que seu negócio será impactado, ou ainda está na fase da negação.


1º NEGAÇÃO: “Não, não, isto não ocorre por aqui”

Nessa fase você, seu chefe ou empresa preferem negar a realidade, dizendo que a utilização de dados não é necessária, que é coisa para T.I. e/ou área financeira. Declarações como “jornal é único que tem credibilidade”, ou “nossa empresa já nasceu com o DNA da inovação” passam a ser comuns.

A empresa contenta-se, no máximo, com palestras motivacionais e acha que inovar é ter uma sexta-feira ‘casual-day’. 

Se sua empresa está nessa fase, comece a considerar outro emprego.

A água está nas canelas.


2º RAIVA: a procura por vilões

Frases como “concorrência é injusta”, “este mercado não ajuda em nada” e “os produtos que eles têm são ruins” fazem parte deste processo.

Nessa etapa todo mundo já sabe que o caminho está errado, mas só se fala isso no café. Na reunião com o chefe é melhor escutar do que falar. A cobrança de metas é muito alta e, para dar “resultado”, malabarismos com excel e tortura de dados tornam-se habilidades almejadas. Algum diretor pode aparecer com cara de visionário repetindo a frase e dando a ordem: “sejam inovadores”! E ainda marca isso em agenda de papel para não se esquecer.

A água está nos joelhos.


3º NEGOCIAÇÃO: o que é ‘possível’ é melhor do que é ‘bom’

A raiva e a negação foram deixadas para trás e a hora agora é de gerenciar a realidade. Frases comuns: “vamos fazer o que é possível com o que temos”, “baixem os preços, diminuam a qualidade” ou “aumentem os preços, melhorem a qualidade”!

Já é entendido parcialmente que erros foram cometidos e parte deles são erros “virtuosos”, com declarações como “esse foi nosso preço por mantermos nossos produtos com qualidade”. Essa é a fase da negociação cínica.

A água está nos quadris.


4º DEPRESSÃO: a realidade chegou

Depois de negar, sentir raiva e tentar negociar, o próximo passo é tomar consciência de que não dá para voltar atrás. Sem perspectiva, sem meta e sem negócio. A empresa passou do ponto para ser vendida, e uma consultoria é cara e inviável neste momento para ser aplicada. Bancos cobrando juros, funcionários sem receber sendo demitidos e acionistas insatisfeitos.

A água está no pescoço.


5º ACEITAÇÃO: “temos um outro caminho melhor pela frente”

O que define a fase de sucesso de uma empresa nesta recuperação é o tempo que os executivos demoram entre a lamentação pelos fracassos e uma ação. A famosa frase “erre rápido” é o que deveria decidir o novo board da empresa. Os fatores pessoais que atrapalham esse timing relacionam-se ao apego. Apego a tudo que era estável e “eterno”. Pensar em fazer um negócio que acabe com seu antigo, e tornar-se concorrente de si mesmo, por exemplo, não fazem parte de nossa formação emocional. No entanto, é sempre melhor você mesmo acabar com seu negócio fazendo outro melhor do que alguém que faça isso de fora.

Ao contrário do que comumente pensamos, nossos antepassados não evoluíram entre usar as quatros patas para bípedes apenas para ganhar vantagens (atirar objetos com as mãos), mas sim também para saber abandonar vantagens evolutivas (4 patas correm mais rápido para fugir e caçar).

Qual vantagem você deve perder para evoluir? 


Os ‘Estágios do Luto’ dão um bom panorama sobre o declínio de um negócio, e passar por eles com consciência e de forma rápida é o que transformará um fracasso em sucesso. Ao invés de fazer isso em 10 anos, tente fazer em 1, tente fazer em 30 dias, faça isso em 24h! Então, você estará no caminho certo, mesmo se estiver errando.


Desaprender é muito mais difícil do que aprender.


Por Mauro Jeckel

Muito bom!

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