Não dá mais assim
Há alguns dias, produzia conteúdo para um cliente da área jurídica. O assunto girava em torno de “calúnia, injúria e difamação” e, confesso, o briefing ajudou muito a entender o que é cada uma dessas palavras.
Ainda na conversa com o cliente, trocamos várias ideias sobre como as pessoas estão se portando, não só nas redes sociais, mas nas interações do dia a dia. Como resultado, nasceram várias reflexões sobre o comportamento do ser humano.
Entre elas, está o fato de que ofensas cresceram absurdamente nas redes sociais, nos últimos anos. A cada dia, o ser humano se exalta mais e acredita que pode falar o que quer e, se alguém for contrário à opinião, pode ser massacrado impiedosamente, com comentários preconceituosos e até ameaçadores.
E não é só isso. Como gerencio várias redes, vejo todos os dias comentários maldosos, mensagens privadas sem o mínimo de gentileza, entre outros comportamentos assustadores.
Não existe por favor ou obrigado, o que demonstra, claramente, que o ser humano perdeu o rumo. A impressão é que está perdido no próprio umbigo e não percebe que o mundo não gira ao seu redor.
Por que?
Talvez o fato de não estar cara a cara com o ofendido traga mais coragem e aumente esse comportamento, ou realmente o ser humano vive seus piores dias e esqueceu totalmente os bons modos. Talvez realmente tenha falhado. Não consegui chegar a uma resposta, ainda.
Inclusive, divagando e lendo mais sobre o assunto, deparei-me com o caso da mulher que ofendeu um fiscal, no Rio de Janeiro. Coincidência ou não, esse fato veio endossar minha tese acima, ou seja, o bom senso e a educação não são mais itens obrigatórios dentro das relações humanas.
Ali, naquele momento, o casal perdeu qualquer razão, se é que tinha alguma, e chocou demais, pois grande parte das pessoas já não aguenta mais tanta falta de educação.
E isso não é culpa de governo, de esquerda, de direita, centro, ou sei lá quem mais. Muito menos dos pais, pois conheço pessoas com pais maravilhosos, mas que são extremamente grosseiras. É culpa dos egos inflados, que acham que estão acima de tudo e de todos e que opiniões contrárias não podem ser compartilhadas. Pode ser também um pouco de falta de empatia, misturado com esse ódio todo destilado por aí, diariamente. Não sei. Não estou aqui para avaliar o ser humano, até porque não tenho formação para isso.
O fato é que é triste e preocupante vivenciar tudo isso, ao mesmo tempo em que crio meu filho para um mundo melhor ou, pelo menos, para ser um humano melhor. Desanima, às vezes; mas, por outro lado, faz com que eu tenha mais deseja de seguir pelo o caminho da empatia, educação e bom senso.