Não me venha falar que a culpa é da Dilma
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Não me venha falar que a culpa é da Dilma

Eu não sou PT. Nunca acreditei. Mas temos que colocar os pingos nos “is”.

O que acontece hoje independe de crise. Poderíamos ter todo tipo de reserva financeira ou sermos isentos de corrupção na Petrobrás porque a crise é de Valores. E isso também não vem de cima porque o processo é inverso, nós (a grande massa de eleitorado e operários) que fazemos as regras da nossa cultura nacional, definimos quem e assim sendo, como vai nos governar e refletimos nosso voto todos os dias.

Trata-se de uma crise de valores porque a classe empresarial, os chamados “empreendedores” estão descrentes. Esse cidadão só enxerga a crise, aquela redução de despesas (entenda-se empregos) e tenta manter-se como mínimo de custo, ou seja: uma questão de Va-lo-res.

Na hora de um orçamento, de fechar o negócio de um bem ou serviço e adiante na execução, tudo se resume a custo (de novo Va-lo-res). Executando com o mínimo, conseguimos o máximo! Por esta filosofia, Moisés nem precisava abrir o Mar Vermelho, - Vão nadando, diria ele, porque precisamos fazer isso se podemos simplesmente ir nadando?

Quanto é preciso pra entender que isso reflete em toda a sociedade, um querendo se valer ao máximo para reduzir o que entrega ao próximo. O acabamento da obra, os acessórios do carro, o conforto da festa no buffet... como se cumprir o que está no papel, no contrato, fosse sinônimo de excelência. Aliás, que excelência. Nas “melhores” padarias, aquele visual impactante, desenvolvido por decoradores, nas vitrines, doces de se comer com os olhos, mas o serviço, o atendimento... ai, ai, ai, ai, ai. O funcionário treinado, custa menos, Cara Pálida... Ele gasta menos, ele tem padrão e seu custo, aí sim você tem controle do custo. Porque acha que a ISO aqui virou sinônimo de: – Ai, Gzuis, vai começar a semana de auditoria de novo!?

E o resultado disso é o que somos nós, causando estranheza para quem olha com a indignação de quem compreende que “o que fazemos é o resultado do que somos”.

E isso é histórico, a esperteza de fazer com menos, entregar o que é suficiente (na nossa visão), ganhar no resto e fazer disso um troféu, sentir orgulho. Façamos bem feito, gente. As melhores empresas que trabalhei, aquelas que mantiveram um respeito no mercado, foram aquela que os “Front Ending’s” fizeram sempre algo a mais, além do escopo, entregaram sim com a preocupação de “É isso mesmo que o senhor esperava?”.

E essa ganância ou essa entrega, é que torna a nação que somos. Nada tem nada a ver com a Dilma. É o que somos, o que formamos e o que acreditamos. É aquela conversa antiga do professor que dizia nos tentou ensinar que façamos a nossa revolução, mudemos o mundo a partir de nós.

Falei alguma novidade?

Marco A.

Operations Manager presso ABB ELDS

7 a

Alexandre , só uma coisa você não pode fazer, mudar a História. Moisés não estava muito longe do Mar Morto, mas para ir na Terra Prometida, ele passou através do Mar Vermelho.

Marcelo Nogueira

Coordenador de engenharia na RADANI - ELETRONICA E AUTOMAÇÃO LTDA

9 a

Legal... É isso aí!!!

Renato Lima Cambraia

Project and Construction Manager at Nebras Power QSC | MBA in Strategic and Economic Project Management | PMP Certified by PMI

9 a

Muito bom! Parabéns.

Alexandre, concordo em alguns pontos de sua publicação. Você analisa uma das pontas de um iceberg que tem várias outras representadas pelos trabalhadores, classe política, governo e não trabalhadores, Todos indistintamente tem sua "cultura" como parcela nos acontecimentos. E, sim, a crise atual foi provocada também (e muito) pela incompetência governamental que cego pelo poder não soube ler os claros sinais da economia e administrar-se para os tempos difíceis pós 2008, afogando-se ainda mais na corrupção que o sustenta até hoje.

Parabens excelente artigo

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