Não precisamos de heroísmo, precisamos de colaboração.
Repitam comigo: não existe herói no terceiro setor.
Sou empreendedora social há 13 anos e, por meio da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME, impactamos a vida de muitas mulheres no Brasil de maneiras diferentes. Depois de todos esses anos, consolidamos nosso compromisso e, inevitavelmente, essas mesmas mulheres criaram vínculos e carinho por mim e toda a equipe da RME.
Sinto-me honrada, inspirada, feliz e até 'culpada' por receber tanto carinho. Explico: quando atuamos no terceiro setor, cria-se um estereótipo de que os indivíduos são heróis ou salvadores do mundo. Recebo muitos relatos de transformação, com mulheres de outros estados vindo à sede da RME apenas para me ver, entre outras situações. Abordo esse tópico sensível para discutir como esse pensamento pode ser problemático por várias razões. Saí do mundo corporativo após enfrentar inúmeros episódios de machismo e misoginia e encarei o empreendedorismo como uma saída.
A jornada não foi nada glamourosa, e havia poucas fontes de inspiração, orientação ou representação. Decidi naquele momento que queria ser uma rede de apoio para outras mulheres, e assim nasceu a RME. Através de muitas mãos, parceiros e aliados à causa, impactamos a vida de empreendedoras e mulheres vulneráveis por meio do Instituto RME. Isso não me torna uma salvadora, na verdade, estou longe disso.
Recomendados pelo LinkedIn
Essa posição de salvadora simplifica a complexidade das questões sociais. Além da pressão que recebemos para nos sacrificar completamente em prol da causa, o que eventualmente nos leva ao esgotamento e ao desgaste. Esse estereótipo também desvia o foco do coletivo, transformando um indivíduo em herói. Quando se trata do terceiro setor, reafirmo que nada é possível sem uma equipe comprometida.
Trabalhamos arduamente em prol das mulheres, mas, infelizmente, não conseguiremos mudar a sociedade sozinhas. As organizações sociais desempenham um papel crucial nessa luta, mas não devem ser consideradas o único motor de mudança. A colaboração entre nós, o setor privado e o governo é a chave para uma sociedade equitativa.
Precisamos caminhar com políticas públicas eficazes, incluindo educação, acesso à saúde, segurança alimentar, oportunidades de emprego e acesso a linhas de crédito.
Consultora Facilitadora de estratégias de negócios de Impacto
1 aÓtima reflexão Ana! mas ainda sim quero uma foto com você!!!❣️🤩
Ana Fontes 100% de acordo, todas as partes envolvidas tem que assumir suas responsabilidades, governos, empresas, ONGs e as pessoas!
Consultora | Business Partner | Gestão de Pessoas | RH | Talent Acquisition | Master Coach
1 aPor isso que eu amo a RME. As ações despertam sempre em nós a coletividade e colaboração.
Consultor de Processos e Gestão Financeira | Especialista em Empresas de Economia Criativa | Mentor de Negócios | Professor | Estudante | Publicitário
1 aAninha sou teu fã! Parabéns e #botaprafazer
Astróloga | Especialista em Desenvolvimento Humano
1 aMuito importante esse ponto que você trás, ainda mais pra nós que estamos chegando agora com uma trajetória similar à sua. Enfim, a gente busca impactar a vida das pessoas, mas inclusive pra nós é um risco alto essa crença ...carregada inclusive de pressão, controle e síndrome da salvadora.