Não siga o fluxo
Este artigo propõe uma pequena análise do artigo "Fuja do Fluxograma", de Gart Capote, solicitado pela Professora Nizi Salomão do curso de CBA em Gestão Estratégica por Processos do IBMEC.
Gart Capote é um Membro da Associação Brasileira de Profissionais BPM (ABPMP Brazil). Em seu artigo "Siga o Flow, brother!", publicado em janeiro de 2017, ele conta brevemente sua trajetória na ABPMP. Em 2007 buscava por certificação na área de Gerenciamento de Processos e chegou até a associação dos profissionais BPM. A época ainda estava-se em fase de concepção do que viria a ser a primeira versão do conjunto de boas práticas em BPM (ABPMP CBOK). Não havia, ainda, certificação profissional emitida por aquela associação, que posteriormente criou sua certificação internacional.
Respeitado entre os profissionais BPM, o artigo "Fuja do Fluxograma" é direcionado a estes profissionais que buscam em suas publicações referencial teórico e prático para aprofundamento da aplicação dos conceitos de BPM nas organizações.
Neste artigo, Capote busca provar que a maneira como o BPM vem sendo apresentado aos líderes das organizações não está resultando em ganho efetivo para organização e descrédito para o desenvolvimento de projetos BPM:
"As lideranças organizacionais estão cansadas de receber diagramas repletos de fluxos de atividades, regiamente modelados, coloridos, misturados com lógica decisória, regras de negócio espalhadas em várias partes, 'perguntinhas' em decisões com lógica booleana e um monte de outros elementos que nada lembram a realidade operacional e sua capacidade… Sim, é isso mesmo."
No trecho destacado acima, fica clara a ideia que o autor busca passar. Capote segue reforçando a sua ideia, quando diz que a grande maioria dos fluxogramas, com representações lógicas, lineares, perguntas e eventos intermediários conectados sequenciadamente, que trazem esta abordagem longe da realidade organizacional e prática representam somente "uma lógica qualquer, mas em nada se aproxima da terrível e velada realidade organizacional."
Outros frases interessantes do artigo são:
"Fluxograma colorido não resolve nada."
"Os líderes das empresas estão cansados de projetos de mapeamento de processos."
"Os diagnósticos devem ser reais e não o mais lógico para que possa ser realmente transformador."
Capote usa-se de argumentos que tentam provar que a modelagem tradicional foge a aplicação prática. Desta forma, busca comprovar a sua tese central do artigo: Modelagem com BPMN orientada a verdade operacional, que deve identificar a origem de um problema e não a uma representação lógica de atividades.
Para provar a sua tese, Capote propõe a “Modelagem da Verdade”.
"Precisamos descobrir e evidenciar as desconexões, as diversas e implacáveis interrupções, a falta de fluidez nos trabalhos, a confusão que existe sempre quando se precisa tomar uma decisão, a quebra de informações, as centenas de atividades que ficam verificando se o que precisava ser feito foi realmente feito, os malditos e infinitos níveis de alçada de aprovação e seus milhares de “cientes” ao longo do caminho. Isso precisa terminar."
Neste outro trecho, Capote busca justificar o termo proposto, mostrando uma série de questões que, muitas vezes, são ignoradas nas modelagens tradicionais. O argumento busca amparo na realidade vivenciada nas organizações que os profissionais BPM acabam por ignorar em suas representações.
Com isso, ele busca também responder a pergunta principal que gerou a reflexão de seu artigo: "Como as empresas e os profissionais estão sendo enganados pelos fluxogramas?"; e associa a uma realidade de tempo com outra pergunta: "Quando é que os fluxogramas nos enganam?". A resposta é mais uma vez direta e baseada a aplicação prática do BPM: "Sempre que eles representam a lógica e não a verdade operacional."
Por fim, Capote aborda o lançamento de seu livro de mesmo título do artigo: "Fuja do Fluxograma". O livro apresenta uma abordagem da modelagem com o foco na "Modelagem da verdade", como proposto em seu artigo, utilizando da aplicação de BPMN de maneira diferenciada dos diagramas tradicionais que não representam a realdade dos processos.
Não há maiores aprofundamentos no artigo, que o autor direciona a leitura de livro.
Fontes:
Tags: Gart, Capote, BPM, BPMN, Fluxograma, modelagem, processos, Nizi, Salomão, IBMEC.
Product Specialist na Sinch
7 aMuito boas ponderações... Todo analista "sério", que deseja desempenhar um papel pr,ofissional e correto sofre com "legados" e distorções sobre o que são processos ou o que é BPM. Todos os esforços para esclarecimento do tema são muito bem vindos!! Parabéns à professora que solicitou o trabalho, imagino que a sua aula seja muito proveitosa! E meus parabéns ao aluno que a executou bem!! Gart Capote, CBPP, Quando sai o livro??
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7 aBelo artigo, Arthur! Tenho visto alguns fluxos de empresas que realmente não trazem muita clareza. Muitas vezes, alguns profissionais acabam complicando demais e assim dificultando o entendimento. Acredito que o melhor caminho é o de adotar o que abordamos muito em nosso curso, demonstrar claramente o "as is" para o "to be", evidenciando os valores que foram agregados nas atividades ou no fluxo final. Só assim, teremos o apoio e o aval da alta administração.
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7 aExcelente Arthur! Tive o privilégio assim como vc de ter a Nizi Salomão, MSc, PMP, CBPP Blue Seal, HCMP como professora na mesma pós graduação, ela é fantástica e traz excelentes reflexões como esta do Gart, profissional fora da curva. Muito bom, vou compartilhar.
Projetos e Processos
7 aParabéns Arthur Bonaiva ! Excelente iniciativa a publicação da sua análise no Linkedin. Sou fã do Gart Capote, ele é uma referência para mim e para todos que trabalham com processos.