Não tenha preconceitos: 3 desafios para líderes, que o filme aponta
Se você não viu ainda “Vingadores: Ultimato”, cuidado que este artigo contem spoilers. Ou, vai uma sugestão: livre-se de eventuais preconceitos (sempre um belo exercício) e mesmo assim leia as poucas linhas abaixo. Quem sabe você descobre que sob a superfície de socos e raios o filme traz questões muito relevantes, decidindo ir por fim prestigiá-lo?
Bom, de forma bastante resumida, no filme diversos heróis fazem viagens no tempo para vencer o vilão Thanos (de Thanatos, a morte).
Parece uma narrativa bem simplória. Mas, acredito que por trás destas viagens físicas no tempo estão três maravilhosas jornadas psicológicas:
- Thor, o Deus do Trovão, regressa no tempo e reencontra sua mãe. Em um diálogo terno e franco, enfim se liberta da pressão de ser perfeito ou de se tornar tudo o que as pessoas supostamente esperavam dele. Entende, com humildade, que o que lhe cabe é buscar sempre ser o melhor que ele pode ser. E que isso é mais que suficiente.
- Já o Homem de Ferro retorna ao passado e descobre que sim foi amado pelo seu pai. Ao se perceber amado, pode então deixar de pensar apenas em si mesmo e devolver este amor para o mundo, na forma sublime de um supremo auto sacrifício.
- E o Capitão América volta no tempo e consegue conciliar seu desejo de fazer uma grandiosa diferença no mundo com o prazer de ter uma vida afetiva estável, recheada de pequenos bons momentos com a pessoa que ama.
Durante toda sua vida, o professor Joseph Campbell estudou mitos e o significado da jornada do herói. Segundo Campbell, herói é aquele que vai além dos efeitos e problemas materiais cotidianos para lutar contra as causas verdadeiras, de natureza psíquica. Neste processo, o herói faz uma viagem de ida e volta, se torna um ser humano melhor e ajuda outras pessoas a ficarem mais vivas (pois a morte da alma é ainda mais temível que a morte biológica...).
Seguindo este raciocínio, as viagens no tempo de Thor, Homem de Ferro e Capitão América são uma metáfora do que acontece em dramas pessoais e profundas reflexões de executivos, às vezes em conversas com bons mentores ou coaches, às vezes em divãs.
Até o poderoso “Trovão" deve ter compaixão por suas limitações, a dureza arrogante e competitiva do “Ferro” pode também demonstrar empatia, e toda a “América” e o mundo são grandiosamente salvos quando, por exemplo, simplesmente abraçamos carinhosamente nossos filhos. Todos estes heroicos desafios são bons exemplos do processo que Jung chamou de integração, o último ato do nosso caminho de desenvolvimento psicológico.
Fez sentido?
E você, qual seu desafio mais profundo como líder e ser humano: finalmente se admitir imperfeito, deixar de pensar apenas em si mesmo, harmonizar trabalho e família ou algum outro?
Para te ajudar a refletir, vai aqui uma frase que Joseph Campbell sempre repetia: “é na caverna que mais teme, que o herói encontra o maior tesouro”.
P.S: ah, os pontos descritos neste artigo são naturalmente apenas alguns dos muitos abordados pelo filme. Você, que já assistiu, gostaria de ressaltar mais algum?
Accounting Assistance | Logistics Analyst | E-commerce | Customer Success | Human Resources | Financial Analyst |
5 aA diversidade é extremamente clara e exaltada neste filme.
Diretor Comercial - Administrativo - Financeiro - Mentor de Líderes
5 aMuito bom, Jucá. Quando o Líder tira o mundo das costas e se permite ter dúvidas e pedir ajuda, é quando se torna um Líder mais humano e inspirador.