Na era da IA, a visão estratégica é essencial para impulsionar os negócios

Na era da IA, a visão estratégica é essencial para impulsionar os negócios

Será que a Inteligência Artificial pode nos deixar mais preguiçosos? Como um apaixonado e defensor da inovação, para mim é difícil assumir que existe a possibilidade de as pessoas acabarem se acostumando a usar as tecnologias com base em IA para não pensar em uma solução para um determinado problema. É também a minha obrigação alertar que esse é um caminho perigoso, e eu evitaria passar por ele se fosse você. 

Desde sempre, a tecnologia tem um papel fundamental em nossas vidas. Se tomarmos como exemplo só as mudanças mais disruptivas, como o carro, a televisão, a internet e os smartphones, já dá para ter uma ideia de como elas influenciam o nosso comportamento. Mesmo tornando a vida mais confortável, as maiores invenções da humanidade não substituíram os velhos hábitos.

Veja a invenção do automóvel, por exemplo. As pessoas deixaram de caminhar pelas ruas? Em parte, houve uma mudança de comportamento, mas a caminhada ou a corrida tornaram-se atividades diárias para mantermos a saúde. Praticá-las, sim, vai depender de cada um. Em outras palavras, as novas tecnologias ou invenções ainda são ferramentas. A maneira como a utilizamos é escolha nossa.

Trazendo essa percepção para os dias de hoje, ChatGPT, Midjourney, Gemini e outras tecnologias disponíveis estão sendo mais utilizadas, sim. 

A Forbes publicou uma matéria em que mostra que o Brasil é o 5º país que mais utiliza a Inteligência Artificial da OpenAI. Em um cenário mundial, são 863 milhões de consultas em todo o mundo, o que representa o crescimento absurdo de 42119.2% em relação ao mesmo período de 2022. Esse é só o começo.

Mas a popularização de ferramentas que otimizam o nosso tempo ao longo do dia não deve ser vista como algo que vai nos deixar mais preguiçosos. É importante entender que essa evolução exigirá uma visão ainda mais estratégica e qualificada de quem utiliza essas plataformas como ferramenta de trabalho. Quando as pessoas conseguem trazer essa visão para as suas demandas, a diferença nos resultados se torna evidente. 

Implementar uma estratégia de IA que mantenha toda a equipe e as lideranças concentradas em impulsionar o impacto nos negócios exige uma abordagem mais rigorosa e uma visão orientada ao business e ao planejamento de quais iniciativas adotar e por qual motivo. Recentemente, o Gartner publicou quatro pilares para esse processo de implementação, separei as orientações a seguir:

  1. Visão: identificar as oportunidades estratégicas de IA Generativa ou outros tipos de IA

De acordo com o instituto, as organizações mais experientes na implementação de IA Generativa representam apenas 10% de todas as empresas que usam IA atualmente. Porém é possível que quem ainda não a adotou aprenda muito com elas. Essa visão da IA pode aumentar a receita, envolver o cliente, reduzir os custos e aumentar a produtividade. 

  1. Valor: tire os obstáculos do caminho e encontre valor com a solução

O segundo pilar destaca a importância de olhar de forma mais ampla para as prioridades e considerar a possibilidade de se deparar com a disrupção de modelos de negócios existentes. A partir dessa reconstrução, a tendência é que surjam novas oportunidades. O Gartner prevê que a IA usada para entregar tarefas de forma autônoma resultará em mais de meio bilhão de novos empregos até 2033.

  1. Riscos: saiba onde está pisando

A tendência é que as entidades do governo estabeleçam modelos de regulamentação e controle sobre a utilização da IA. Acompanhar as novas leis e se adaptar a elas de forma ágil é a melhor maneira de evitar problemas no futuro. Isso vale também para o manuseio de dados sensíveis.

  1. Utilização: priorize casos em que há viabilidade e impacto nos negócios

Compreender o problema é o primeiro passo para adotar a tecnologia certa, garantindo que os investimentos aplicados em IA tragam resultados positivos para a companhia. Testar, monitorar, corrigir e implementar a solução são formas de reduzir a margem de erro ao longo do tempo. Por ser uma tecnologia que exige uma grande quantidade de dados, é essencial fazer a gestão e garantir a governança em todos os processos.

Como vimos até aqui, existe uma infinidade de oportunidades e muito a ser feito. A pequena automação de tarefas simples é apenas a ponta do iceberg e, se quisermos extrair o melhor resultado a partir do uso das soluções com base em IA, é fundamental estarmos preparados. 

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