Na indústria automotiva das máquinas, são as pessoas as responsáveis por promover a transformação

Na indústria automotiva das máquinas, são as pessoas as responsáveis por promover a transformação

A indústria automotiva carrega mais de 100 anos de história sempre ligada às máquinas e revoluções tecnológicas. Agora o cenário fica mais complexo. São vários saltos simultâneos: as fábricas 4.0 avançam em paralelo com a eletrificação, automatização e conectividade dos veículos. Tudo ao mesmo tempo agora.

Vislumbramos um futuro promissor e hi-tech, baseado em tecnologia e inovação. O cenário exige que as empresas se reinventem rápido sob o risco de verem seus negócios encolherem drasticamente caso não façam isso.

E não para por aí.

Outro ingrediente deste borbulhante caldeirão de mudança é o consumidor que, nas grandes cidades, fica cada vez mais avesso à posse do veículo e busca conveniência de forma intensa. Uma enxurrada de novas soluções em mobilidade passa a tomar conta do pedaço.


DIANTE DE TANTAS MUDANÇAS, QUAIS SÃO AS PRIORIDADES DA LIDERANÇA?

Quando estamos no meio do caos a visão fica turva para perceber caminhos para resolver problemas complexos. Tenho acompanhado de perto o movimento das empresas e angústias dos líderes automotivos. Prova disso é a pesquisa Liderança do Setor Automotivo, que realizamos em Automotive Business em parceria com a Mandalah e com a MHD Consultoria.

Vamos divulgar os resultados do estudo a partir de março, mas fica aqui o spoiler: entrevistamos mais de 700 lideranças de empresas da cadeia de valor automotiva e os resultados fazem acender uma luz amarela.

Os comandantes dessa indústria afirmam ter como principais desafios na sua gestão a busca por resultados imediatos, focando em soluções para aumentar a lucratividade, rentabilidade e diminuir os custos.

O esforço está focado na simples sobrevivência imediata no lugar de priorizar a construção do futuro.

Em um contexto de fábricas inteligentes, algoritmos e robôs, a liderança automotiva no Brasil está preocupada em simplesmente fechar o balanço no azul. Me parece pouco, concorda?


NO CENÁRIO ALTAMENTE COMPLEXO SÓ HÁ UMA SAÍDA

A questão é que, para alçar resultados positivos no longo prazo e promover a transformação no setor automotivo, as lideranças precisam assumir o protagonismo.

E por protagonismo entenda-se: quem comanda as empresas automotivas precisa tomar a responsabilidade por construir soluções melhores.

E não há tecnologia que baste neste contexto. O ingrediente essencial é uma liderança humana, engajada e capaz de tocar o coração dos colaboradores e, no fim das contas, dos consumidores.

Por entender o quão necessário é olhar e cuidar das lideranças e pessoas do setor automotivo e de mobilidade, idealizamos o Automotive Business Experience, o #ABX20, que acontece no dia 27 de maio. Vamos levar estas discussões para o palco do evento e provocar a reflexão em quem estiver lá conosco.


Como disse Abraham Lincoln, “a maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.


Vamos despertar este potencial nas empresas automotivas. Topa encarar o desafio?

Roberto Camargo

EXECUTIVO DIRETOR ESTRATÉGIA/GERÊNCIA DE PRODUTO/ENGENHARIA/GESTÃO DE NEGÓCIO/SETOR AUTOMOTIVO/TRANSMISSÃO/ELETRIFICAÇÃO

4 a

A indústria automotiva brasileira hoje é seguidora das tendências globais. Sem os nacionalismos que outrora impulsionaram essa indústria e com o crescimento econômico pífio que o país vive devido a sua complexidade e burocracia tributária e administrativa, conseguir seguir essas tendências desses mercados maduros já é uma conquista - daí a meta de alcancar o balanço positivo na recente pesquisa. Agora, para saltar para a vanguarda da inovação e liderar o desenvolvimento tecnológico local e mundial na area automobilistica (hoje vivemos numa globalização), precisamos sem dúvida de líderes que não se limitem a olhar para o setor automobilístico, mas que também busquem nas raízes do governo do nosso Brasil, o formato dos países maduros altamente competitivos para deslanchar a indústria brasileira novamente - precisamos de um sistema de governo 4.0! Não faltarão compradores desse modelo: basta ver todas as OEMs instaladas no país, a maioria com capacidade ociosa, tentando superar o breakeven, esperando decolar o potencial econômico que o Brasil atrai quando visto lá de fora.

As montadoras instaladas no Brasil buscam esse resultado imediato de sobrevivência porque em quase todas as empresas , as matrizes estão liderando as mudanças tecnológicas, deixando ao Brasil apenas o perfil de filial manufatureira, eliminando a engenharia de pesquisa e desenvolvimento. Isso esta levando o Brasil a uma regressão de know-how ,como acontecia nas décadas de 50 e 60.

Marcos Edson Nava

Mentor at Nava Career & Procurement Insights

4 a

Cara Paula, Como você ressaltou em seu artigo, os executivos da indústria automotiva afirmam ter como principais desafios na sua gestão, a busca por resultados imediatos, focando em soluções para aumentar a lucratividade, rentabilidade e diminuir os custos. A questão da liderança é fundamental para superar os desafios do mercado, impulsionados pelas inovações disruptivas e tecnológicas dos negócios. Contudo há um desafio ainda maior para os players tradicionais, o chamado legado da obsolescência. Produtos, serviços e processos de manufatura com prazo de validade definidos pela troca de tecnologia são pautas constantes nos conselhos de acionistas. Sem medo de errar, a maioria das decisões buscam otimizar ao máximo a lucratividade com mínimo investimento e onde houver viabilidade econômica se livrar do negócio e/ ou terceirizar processos de manufatura. O problema aqui é o tempo desta transição, o qual se agrava ainda mais no Brasil, onde teremos um atraso maior para as novas tecnologias sendo aplicadas em uma escala de consumo razoável. E aí começamos a deparar com as distorções de valor de mercado entre Tesla, Toyota, GM, Ford dentre outras. Não estou aqui tirando o mérito inovador, empreendedor e visionário de Elon Musk, como também os fatores e critérios de valorização das empresas. Contudo, a Tesla tem um valor de mercado metade da Toyota e vendeu por volta de 17 vezes menos veículos em 2019. Isso  me parece uma distorção que o tempo vai equalizar, assim que as montadoras tradicionais se livrarem do legado da obsolescência.

Erika Libanio

Speaker | Innovation | Industry 4.0 Manager @ Lear Corp | Process Improvement | Lego FLL Volunteer | Techlover | Biker Girl

4 a

Paula Braga artigo sensacional, muito bom de ler e nos faz entender que a liderança tem papel fundamental nessa nova história!

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